Quilombolas visitam mostra Arte na França e são recebidos na Casa Civil
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Cerca de 40 membros de comunidades quilombolas do Estado e de Santa Catarina visitaram, nesta quinta-feira (30), a mostra Arte na França 1860-1960: O Realismo, no Museu de Arte do Rio Grande do Sul (Margs), em Porto Alegre. Para este grupo, é uma oportunidade única visitar esta exposição, pois se trata de um dos maiores acontecimentos sociais e culturais já realizados no nosso Estado, disse Satira Machado, coordenadora das Políticas de Igualdade Racial. A mostra faz parte das comemorações do Ano da França no Brasil.
Para os dias 11, 18 e 25 de agosto, estão programadas as visitas das ex-alunas do Colégio Sevigné: aproximadamente 20 mulheres com idades entre 50 e 65 anos irão ao Margs. A Escola Especial Elyseu Paglioli, para alunos com síndrome de down, o Instituto Ronaldinho Gaúcho e o Projeto Kizomba, da Secretaria de Assistência Social do município de Venâncio Aires, também já confirmaram presença.
Apresentadas em ordem cronológica, as obras formam um percurso pelos dois andares do museu. Lá estão telas de Monet, Van Gogh, Renoir, Picasso, Cézanne, Miró, Dalí e Manet, além de brasileiros como Cândido Portinari, Almeida Júnior e Iberê Camargo. Mais de 30 mil pessoas já visitaram a mostra. Ao todo, 18 toneladas de roupas e alimentos não-perecíveis foram recolhidas até ontem com o ingresso solidário.
Após a visita ao Margs, os representantes de 20 quilombos no Estado foram recebidos pelo chefe da Casa Civil, José Alberto Wenzel, no Palácio Piratini. Eles apresentaram ao governo propostas do evento Diálogos Quilombolas no Sul, que começou nesta quinta-feira e continua nesta sexta, em Porto Alegre. O evento discute, entre outros temas, a aproximação das comunidades remanescentes de quilombolas com os gestores públicos.
Trata-se de uma grande oportunidade que todos nós estamos tendo e, por isso, este dia é mais um grande passo na nossa história, disse o membro do Conselho da Comunidade Negra do Estado (Codene) Luiz Carlos de Oliveira, de Montenegro, sobre a importância de uma maior aproximação das comunidades com os governantes.
Wenzel destacou a luta de quilombolas no Estado na busca de seus direitos junto às diferentes esferas públicas do país e agradeceu, em nome da governadora Yeda Crusius, a iniciativa das lideranças para o reconhecimento dessas comunidades.