Ração canina é produzida por apenados na Penitenciária de Santa Maria
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Para promover trabalho prisional como tratamento penal e gerar economia para os cofres públicos, a Penitenciária Estadual de Santa Maria (PESM) criou um projeto para a produção de rações caninas no estabelecimento. O 'Produzindo Qualificações' deve gerar o equivalente a seis mil quilos de ração canina, para alimentar 24 cães durante um ano.
O projeto teve um custo total de R$ 18,7 mil, onde estão inclusos materiais permanentes e de consumo. Este valor, colocado à disposição pela Vara das Execuções Criminais (VEC) de Santa Maria, foi utilizado para adquirir a matéria-prima necessária para a produção anual da ração.
Mais economia
De acordo com o responsável pelo canil da penitenciária, o agente penitenciário Silvio Chamorra, a ração produzida na PESM possui o mesmo valor nutritivo das rações caninas vendidas no comércio, porém, seu custo representa apenas 6,6% do valor de mercado. "Um quilo de ração desta qualidade custa, em média, R$ 18 nas agropecuárias, ao passo que na PESM essa mesma ração sai por R$ 1,20 o quilo", explicou o servidor.
Segundo o delegado da 2ª Delegacia Penitenciária Regional (DPR), Anderson Prochnow, a produção de ração na casa prisional, além de ser muito mais econômica, possibilita um alimento de maior valor nutricional e, consequentemente, uma melhora na saúde e desempenho dos cães. "Atualmente os cães da PESM auxiliam os agentes penitenciários, não somente nas intervenções do estabelecimento, como também nas operações de revistas gerais que a 2ª DPR realiza nos demais presídios. O empenho e a dedicação dos servidores permite que tenhamos hoje um canil capaz de prestar apoio, inclusive a outras instituições, como o Exército Brasileiro, Polícia Federal e a Receita Federal”, destaca.
Capacitação
Desenvolvida pela direção e equipe técnica da PESM, em parceria com a Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), a iniciativa funciona desde o início do ano e já capacita cerca de 30 detentos. Os apenados participantes foram previamente recrutados e selecionados, por análise psicossocial, jurídica e disciplinar.
O curso, que possui uma carga horária de 40 horas/aula, divididas entre aulas teóricas, práticas e grupos reflexivos, prevê também atividades de ensino e aprendizagem, que são desenvolvidas e coordenadas pela UFSM. Segundo a equipe técnica da casa prisional, a proposta é ampliar o espaço de trabalho prisional, proporcionando a capacitação, profissionalização e o desenvolvimento pessoal dos apenados.
Considerado pioneiro, o projeto pode expandir-se e completar toda a produção de ração canina das forças de segurança do Estado. Para isso, a direção da penitenciária protocolou junto à Justiça Federal de Santa Maria um pedido para que seja adquirida uma Extrusora de Ração Canina, podendo aumentar sua produção.
Texto: Imprensa Susepe
Edição: Léa Aragón/Secom