Relação espiritual dos indígenas com a natureza é respeitada por técnicos do Estado
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Descendentes da grande nação Guarani, os Mbyá Guarani têm uma relação espiritual com a natureza, que, para eles, é um presente do deus Nhanderu. A vontade de preservar a cultura ancestral deste povo que resiste e se expressa através da linguagem do coração, aproximou os Mbyá Guarani dos extensionistas da Emater/RS-Ascar.
O respeito mútuo, segundo a Emater/RS-Ascar, permitiu vencer a barreira da língua e manter produtivas as roças da aldeia, através de uma metodologia que envolveu seminários, implantação, capina e colheita. O objetivo desse trabalho é manter a soberania alimentar, considerando os aspetos ambientais, mitológicos e tradicionais da produção de alimentos, com base na sustentabilidade étnico-cultural, resumiu a assistente técnica regional da área de bem-estar social da Emater/RS-Ascar de Ijuí, Márcia Breintenbach, ao se referir à Frente Programática Inclusão Social e Cidadania, criada pela Emater/RS-Ascar em sintonia com os Programas Estruturantes do Governo do Estado.
O milho (avati), considerado uma planta sagrada, é utilizado no ritual de batismo das crianças (ñen mongaraí), momento em que é feita a imposição do nome guarani aos índios recém-nascidos. O milho também é um dos principais alimentos dos Mbyá Guarani, além de feijão (kumanda), mandioca (mandió), batata doce (jety), amendoim (manduví), melancia (xandiaú), abóbora (andai).