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Releituras da História do Rio Grande do Sul

Publicação:

A Fundação Instituto Gaúcho de Tradição e Folclore (FIGTF) e a Faculdade Porto-Alegrense (Fapa) promovem o lançamento do livro Releituras da História do Rio Grande do Sul, no dia 24 de maio, às 19h30min, no auditório do Museu Júlio de Castilhos, em Porto Alegre. A publicação é resultado da parceria entre as duas instituições que estão comprometidas com o resgate da riqueza histórica regional e com a reflexão em torno dos processos econômicos, políticos, sociais e culturais vividos neste Estado.

O lançamento contará com a presença dos organizadores da obra, os professores de História, Claudio Knierim (diretor técnico da FIGTF) e de Sandra Careli (Fapa) e de um recital da pianista e compositora Bethy Krieger.
Releituras da História do Rio Grande do Sul será, posteriormente, distribuído eletronicamente para os alunos e professores de História da Fapa; professores de História da Rede Pública do Estado, através da Secretaria de Educação (Seduc); Associação dos Professores Universitários de História durante o Encontro Estadual da categoria que acontece em julho, em Rio Grande. O livro também estará disponível para consulta na Biblioteca Glaucus Saraiva, na sede da fundação. Em breve também estará à disposição no site da instituição WWW.igtf.rs.gov.br .

O projeto conta com o apoio da Secretaria de Estado da Cultura (Sedac), Museu Júlio de Castilhos, Movimento Tradicionalista Gaúcho (MTG), Associação de Amigos do IGTF (AATF) e historiadores convidados.

Esperamos que os textos socializados nos formatos impresso e eletrônico colaborem para dar visibilidade a esses importantes eventos e atores do processo social e histórico de construção da História do Rio Grande do Sul, avalia Knierim. O professor espera que o livro contemple a diversidade e que, cotidianamente, se atualize frente às novas problemáticas socialmente demandadas.

Sandra Careli explica que foi priorizada a abordagem de temas clássicos da história regional. Com base nos trabalhos de pesquisa atuais, os quais ensejam novos conceitos e categorias - formulando e incorporando, entre outras, uma abordagem étnica a esse tipo de temática, os artigos trazem perspectivas inovadoras.

Resumo dos capítulos

No primeiro capítulo, Luis Fernando da Silva Laroque desvela o protagonismo dos povos ameríndios na formação do Estado, em Os nativos Charrua/Minuano, Guarani e Kaingang: o protagonismo indígena e as relações interculturais em territórios de planície, serra e planalto do Rio Grande do Sul. O texto rompe com a lógica da terra sem dono de um Rio Grande do Sul surgido, unicamente, da ação das populações europeias que disputaram o controle do território.

Ricardo Arthur Fitz desenvolve o tema Os jesuítas no território gaúcho. O trabalho analítico inicia com a contextualização da Companhia de Jesus e sua relação com o Estado espanhol, passando pela avaliação dos instrumentos empregados na ação missionária até o extermínio das reduções.

O capítulo A ocupação ibérica do território e as disputas pelas fronteiras do continente de Rio Grande redigido por Edison Bisso Cruxen trata dos meandros envolvidos na colonização europeia do Rio Grande do Sul e retoma a discussão a respeito do conceito fronteira - importante para a compreensão do processo de constituição do atual território de nosso Estado, originalmente envolto nas contendas entre Portugal e Espanha.

Márcia Eckert Miranda explora a complexidade que envolveu a posse do território pelos portugueses no capítulo De comandância militar à província: a administração do Rio Grande de São Pedro (1737-1824). A autora analisa a estrutura máxima de governo da região, seus limites e poderes e as transformações ocorridas nesse sistema, ao longo do tempo.

O quinto capítulo, de autoria de Vera Lucia Maciel Barroso, Os açorianos no Rio Grande do Sul: uma presença desconhecida, tem a marca do desvendamento daqueles que, forçados à diáspora no século XVIII, encontraram na nova terra sul-americana muitos reveses e desafios.

José Euzébio Assumpção, autor do capítulo Época das charqueadas (1780-1788), aprofunda o olhar sobre as etnias negras, advogando a importância do trabalho dos cativos negros na estruturação do Estado. Defende a necessidade de uma leitura crítica em torno do mito da democracia racial sulina, consolidado por vertentes da historiografia brasileira.

O texto de Raul Rebello Vital Júnior, Caminhos da colonização alemã no Rio Grande do Sul: políticas de Estado, etnicidade e transição, analisa os objetivos do Estado brasileiro ao inaugurar a política colonizatória no Brasil, ao longo do século XIX. Aborda questões ligadas a políticas de Estado, condições de vida dos colonos e etnicidade.

Arthur Lima de Ávila, no oitavo capítulo, Caudilhos e fronteiriços: a Revolução Farroupilha e seus vínculos rio-platenses, discute criticamente a ligação do Rio Grande do Sul com o seu entorno territorial. O autor insere o conflito farroupilha no cenário das lutas associadas aos processos de formação dos Estados Nacionais latino-americanos e, ainda, explicita os vínculos das elites farroupilhas com os caudilhos platinos.

Ana Regina Falkembach Simão, no capítulo Da colônia ao Império: uma análise da política externa brasileira, situa o Rio Grande do Sul em relação ao Prata no que se refere à dinâmica política externa inicialmente portuguesa, e, posteriormente, brasileira. A autora esclarece o papel do nacionalismo nas contendas do período.

No capítulo Aspectos da Revolução Federalista no contexto político de Júlio de Castilhos, Sérgio Roberto Rocha da Silva, focaliza o regime republicano e a Revolução Federalista no Rio Grande do Sul, no período entre 1893-1895, dissecando os fatos que compuseram o cenário da luta armada e também os processos de mitificação que envolvem Júlio de Castilhos. O autor convida-nos a refletir sobre as diferentes memórias produzidas em torno de dois importantes eventos na história gaúcha: a Revolução Federalista e a Revolução Farroupilha.

René Gertz, no capítulo A colonização no período republicano - segunda fase, oferece continuidade à reflexão, vista em outras unidades do livro, referente à atuação de diferentes etnias na constituição do Rio Grande do Sul. O texto trata das alegrias, mas também dos dissabores resultantes desse projeto de imigração e colonização.

Fechando a obra, encontra-s e o capítulo de Paulo Roberto de Fraga Cirne, O começo do tradicionalismo gaúcho. O autor sintetiza a história do tradicionalismo gaúcho desde as primeiras tentativas de fundação do movimento até a sua decadência e o ressurgimento em 1947, como movimento organizado.

Releituras da História do Rio Grande do Sul

Edição: FIGTF e Fapa
Organização: Claudio Knierim e Sandra Careli
Páginas: 282
Impressão: Corag
Tiragem: 1000 exemplares

Serviço:
Lançamento do livro Releituras da História do Rio Grande do Sul
Data: 24 de maio
Horário: 19h30min
Local: Auditório do Museu Júlio de Castilhos
Autógrafo: professores Claudio Knierim e Sandra Careli
Recital: Pianista e compositora Bethy Krieger
Promoção: FIGTF e Fapa
Apoio: Sedac, Museu Julio de Castilhos, AATF e MTG

Texto: Rita Escobar
Edição: Redação Secom (51) 3210-4305

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