Reunião avalia indicações técnicas para as culturas do milho e sorgo
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Selecionar cultivares mais adaptados para cada região do Estado, usar variedades resistentes a deficiência hídrica e que apresentem melhores respostas a adubação nitrogenada e avaliar a melhor época de plantio são algumas das indicações técnicas apontadas durante a 50° Reunião Técnica Anual do Milho e 33° Reunião Técnica Anual do Sorgo, encerradas hoje (14) em Porto Alegre. Os eventos foram promovidos pela Fundação Estadual de Pesquisa Agropecuária (Fepagro) e Emater. Os técnicos também debateram os resultados dos ensaios realizados com cultivares disponíveis no mercado em diversas regiões do Estado. Foram analisadas 107 sementes híbridas, 15 variedades de milho comum e três de milho pipoca. Os resultados detalhados serão lançados até final do mês de julho e servirá para auxiliar os técnicos e produtores na escolha das sementes mais adequadas para o plantio. Um dos principais pontos de convergência das discussões técnicas é a necessidade de utilizar a irrigação na produção de milho, segundo o agrometeorologista da Fepagro Nídio Barni, que coordenou o encontro juntamente com Eniltur Viola, agrônomo da Emater. O Rio Grande do Sul tem a possibilidade de irrigar aproximadamente 600 mil de hectares destinados para as lavouras de milho. Para viabilizar a utilização desse sistema é necessária uma mobilização de toda a cadeia produtiva, principalmente para criar linhas de crédito específicas para irrigação, avalia o pesquisador. Como exemplo de produção bem-sucedida em pequena propriedade, a reunião apresentou o testemunho do produtor Erno Müller, de Paraíso do Sul, que cultiva milho irrigado numa área de 2.700 hectares. Nessa lavoura, o produtor colhe em média 7. 535 quilos por hectare, com um custo de produção de R$ 1.472,66; valor correspondente a 70 sacos do grão. Entre os trabalhos selecionados para apresentação em plenária, teve destaque o estudo da pesquisadora Beatriz Emygdio, da Embrapa Trigo, que divulgou uma comparação entre as produtividades obtidas com milhos híbridos simples, duplos e triplos. Em três safras, foram observados os desempenhos dos cultivares nos ciclos superprecoce e precoce. Ao contrário do que se esperava dos híbridos triplos e duplos - em teoria com uma base genética mais ampla e, por isso, mais resistentes as estiagens e inundações -, os resultados não confirmaram esse potencial nos experimentos feitos na região de Passo Fundo. No ciclo superprecoce, o rendimento médio do milho híbrido simples foi superior aos dois outros híbridos. As médias atingidas no período avaliado para o triplo e para duplo foram de 16% e 33% inferiores, respectivamente. Já, no ciclo precoce, o milho híbrido simples e o triplo foram considerados tecnicamente empatados, mas o duplo continuou com um resultado negativo. O balanço final das reuniões contabilizou a presença de 250 agrônomos, técnicos, pesquisadores e produtores do Rio Grande do Sul, Minas Gerais, Paraná e Santa Catarina. Foram apresentados 50 trabalhos nas sete comissões técnicas. A partir do próximo ano as reuniões serão itinerantes pelo interior do Estado. A próxima edição será organizada pela Emater/RS-Ascar e Embrapa Trigo, em Passo Fundo, no mês de julho.