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Reunião técnica avalia sistema de policultivo orgânico de peixes

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Mais de 50 pessoas entre agricultores, piscicultores e extensionistas da Emater/RS-Ascar de Taquara, Igrejinha e Parobé, além de representantes da Associação Taquarense de Piscicultores e do presidente da Associação dos Produtores de Alevinos do Rio Grande do Sul, Renato Schwarzbold, estiveram presentes na tarde de quinta-feira (28), na propriedade de José Roberto Pinto, na localidade de Rio da Ilha, em Taquara. O encontro serviu para uma avaliação do desenvolvimento e ganho de peso no sistema de policultivo orgânico de carpas das espécies capim, húngara, prateada e cabeça grande.

Os açudes da propriedade começaram a ser preparados em novembro de 2010, quando foram realizados os trabalhos de desinfecção, adubação orgânica com uso de calcário e cal virgem para nutrir a terra que, posteriormente, beneficiou a água composta no local com nutrientes para alimentar os animais. No mês seguinte, foram postos os alevinos no tamanho de três a cinco centímetros e a cada 15 dias é realizada a adubação com esterco bovino, que alimenta as carpas e serve também como forma de prevenção aos predadores, como a traíra.

Nossa meta para o próximo verão é manter uma alimentação diária dos animais, principalmente com a carpa capim, por ter um hábito alimentar diferenciado, conta o agricultor José Roberto Pinto, que vende os peixes em mercados locais e em feiras. Ele ainda produz pepino, aipim e verduras.

Na parte da tarde, foram repassadas orientações técnicas sobre preparo do açude, uso correto de cal virgem e calcário para desinfecção do local, uso de filtros de areia e brita que evitam a entrada de larvas de traíra, cuidados com a limpeza da água, alimentação dos peixes e dicas de criação, como a colocação dos alevinos no mês de dezembro, que é um período mais quente e auxilia na evolução das espécies.

Após as explicações, foram realizadas as amostragens dos peixes, com a pesagem das espécies dos dois açudes. No primeiro, que tem a espécie jundiá substituindo a carpa húngara, espécie que mais se desenvolve devido a sua constante alimentação, os resultados médios foram para carpa capim 380g, cabeça grande 295g, jundiá 160g, a carpa prateada não foi pesada. No segundo açude, a carpa capim pesaram em média 215g, a prateada 132g, a cabeça grande 200g e a húngara com 520g, comprovando sua maior desenvoltura.

O cultivo orgânico é importante pela utilização de princípios ecológicos para criação dos peixes, cada tipo de carpa se alimenta de determinado extrato na água, uma auxilia no hábito alimentar da outra, com um rendimento homogêneo e com baixo custo de produção sem o uso de ração, explica o engenheiro agrônomo da Emater/RS-Ascar, Décio Cotrim, que realizou a pesagem. As ações também são realizadas no município de Santa Maria do Herval.

É impressionante o resultado de desenvolvimento dos animais, com a importância da manutenção de cuidados com a água, o que ajuda em uma renda extra para as famílias da agricultura familiar, completou o chefe do escritório da Emater/RS-Ascar em Taquara, Claudionir Fernandes da Rosa Ávila.

Após a pesagem, o presidente da Associação Taquarense de Piscicultores, João Carlos Reis de Oliveira, falou sobre a participação da associação na região da Ilha, dos trabalhos de organização das feiras do peixe vivo, visando a divulgação e incentivo do consumo desse tipo de carne, além da participação das agroindústrias no fornecimento para a merenda escolar. Repassamos junto a prefeitura a carne moída de carpa e tilápia para as escolas estaduais, neste primeiro semestre serão entregues 600kg, de forma semanal, disse Oliveira.

A próxima pesagem na propriedade ocorrerá em setembro, onde será intensificada a adubação e a alimentação. Minha intenção é aumentar os açudes, devido ao cultivo ser barato e simples, estes resultados já eram esperados, finalizou o piscicultor.

Texto/Foto: Carine Massierer

Edição: Palácio Piratini (51)3210-4305

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