Rigotto assina ordem de serviço para construção de usina do Complexo Ceran
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O governador Germano Rigotto e a ministra de Minas e Energia, Dilma Rousseff, assinaram hoje (15), às 11h, no canteiro de obras da Usina Hidrelétrica Monte Claro, em Veranópolis, a ordem de serviço para o início da construção da Usina Hidrelétrica Castro Alves. Rigotto apoiou a decisão do governo federal de instituir um novo modelo energético com ênfase ao planejamento que evite fenômenos como o apagão. Agradeceu à ministra e ao governo brasileiro pela histórica decisão envolvendo uma grande obra para o Rio Grande, que é a usina hidrelétrica de Garabi, no município de Garruchos, com aproveitamento do rio Uruguai. Dilma Rousseff elogiou o trabalho de parceria e o diálogo com o governo gaúcho. O complexo Ceran é exemplar na Parceria-Público-Privada, exemplar como projeto de licenciamento ambiental da bacia do Taquari-Antas e exemplar porque sinaliza a retomada das condições de financiamento aos empreendedores, disse a ministra. Ela lembrou que 18 obras de hidrelétricas estão em andamento no país, embora exista um conjunto de empreendimentos paralisados. A energia proporciona não apenas desenvolvimento para uma região, mas emprego, renda, demanda para a construção civil e pesada, além de movimentar a indústria de equipamentos, acrescentou. Usina A usina integra o Complexo Energético Rio das Antas, que inclui, além da Hidrelétrica Monte Claro - que terá uma das duas unidades geradoras funcionando a partir de outubro - e a Hidrelétrica 14 de Julho, também a ser construída. Segundo o governador, o empreendimento tem grande importância social. No pico das obras, os três projetos trarão 4,5 mil empregos diretos e 12 mil indiretos. Juntas, as três usinas vão aumentar a potência instalada do Rio Grande do Sul em 360 megawatts (MW), que representam 10% da demanda atual de energia elétrica do Estado. O complexo deverá estar em operação plena em 2007. Serão investidos R$ 675 milhões (a base é dezembro de 2003), com 66% de recursos financiados pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e 34% cobertos pela Companhia Energética Rio das Antas (Ceran), constituída em janeiro de 2001 pelo consórcio formado pela Companhia Estadual de Energia Elétrica - CEEE (detentora de 30% das ações), CPFL Geração de Energia S/A (65%) e Desenvix S/A (5%). Depois da ordem de serviço, Rigotto assinou contratos de financiamento com o BNDES para a liberação da primeira parcela do financiamento de R$ 435,8 milhões. Serão repassados diretamente pelo banco R$ 240 milhões e, por meio do Banrisul, Caixa RS - Agência de Fomento, Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul (BRDE) e Banco do Brasil, mais R$ 195 milhões. O financiamento terá carência de seis anos, a partir da entrada em operação da última turbina das três usinas, e dez anos de prazo de pagamento. Efeitos Rigotto salientou como positivo, além dos empregos oferecidos pelo complexo, a geração de receita de R$ 4 milhões em ISS aos municípios ligados às obras e de outros R$ 3 milhões anuais a título de royalties, a serem compartilhados entre o Estado e os municípios. Na fase de operação comercial, está projetado um retorno de R$ 4 milhões em ICMS às cidades de Nova Roma do Sul, Veranópolis e Cotiporã, onde estarão situadas as casas de máquinas. São dados que mudarão o perfil da região, com a implantação de programas de incremento no turismo, de gestão ambiental e de preservação da memória regional, seu patrimônio histórico, cultural e paisagístico, disse o governador. Para Rigotto, o Rio Grande é um Estado abençoado pelo espírito empreendedor do seu povo e também pela disponibilidade de recursos naturais. Temos um grande potencial hídrico, e o complexo Ceran é um exemplo disso, afirmou. O governador disse que aguarda com expectativa a realização da chamada pública do Programa de Incentivo às Energias Alternativas (Proinfra), que definirá as regras da compra de energia para as fontes alternativas. Isso permitirá, a partir deste ano, o começo de importantes investimentos no Estado. Rigotto citou a garantia de projetos de 220 MW em energia eólica pelo Proinfra, de 165 MW em Pequenas Centrais Hidrelétricas e de cerca de 50 MW em projetos de usinas de biomassa. Além disso, o Estado é detentor das maiores reservas nacionais de carvão mineral - 89% do total -, que têm potencial energético superior ao de nossas reservas de petróleo, disse o governador. Consumo O Rio Grande do Sul consumiu, de janeiro a setembro de 2003, 17.390.391,6 MWh e gerou 10.592.586,3 MWh. Para suprir a carga, importou 6.797.805,3 MWh. Rigotto define o surgimento de mais esta usina como um avanço decisivo em seu projeto de tornar o Estado não apenas auto-suficiente na produção de energia, mas também um exportador. Antes das assinaturas, Rigotto sobrevoou a área do complexo energético do Rio das Antas, localizada no médio curso do rio das Antas, na Região Nordeste do Estado, em companhia da ministra, do secretário de Energia, Minas e Comunicações, Valdir Andres, e dos empresários ligados às obras. Conforme o governador, os 360 MW das três usinas são equivalentes ao consumo dos sete municípios envolvidos na construção: Bento Gonçalves, Veranópolis, Cotiporã, Nova Roma do Sul, Nova Pádua, Flores da Cunha e Antônio Prado. Depois, o governador visitou as obras da Monte Claro, que se iniciaram em abril de 2002, na localidade de Nossa Senhora da Glória, em Veranópolis. Participaram do evento os prefeitos de Veranópolis, Nova Roma do Sul, Bento Gonçalves, Cotiporã, Nova Pádua, Flores da Cunha e Antônio Prado. Também integraram a comitiva do lançamento das obras o secretário-geral do Ministério de Minas e Energia, Ronaldo Schuch, os representantes da Eletrosul, José Renato Vieira (presidência) e Valter Luiz Cardeal, o presidente da Ceran, Paulo Zuch, o presidente do Conselho de Administração da CPFL, Carlos Emílio de Moraes, o presidente da CPFL Geração de Energia, Wilson Ferreira Júnior, o diretor da Desenvix, José Antunes Sobrinho, o secretário da Ciência e Tecnologia, Kalil Sehbe, o presidente da CEEE, Antonio Carlos Brites Jaques, o presidente da Assembléia Legislativa, Vilson Covatti, deputados federais e estaduais. O complexo O reservatório da Hidrelétrica Castro Alves ocupará uma área de 5 quilômetros quadrados, entre Nova Pádua e Nova Roma do Sul, próximo à balsa. A margem direita abrangerá os municípios de Nova Roma do Sul e Antônio Prado e a margem esquerda cruzará Nova Pádua e Flores da Cunha. Serão três unidades geradoras. Parte delas estará pronta para operar em setembro de 2006. A operação total é prevista para a partir de janeiro de 2007, com potência instalada de 130 megawatts. Esta é a mesma potência instalada que terá a Hidrelétrica Monte Claro. A barragem se estenderá por 1,4 quilômetros quadrados, margeando pela direita os municípios de Nova Roma do Sul e Veranópolis e, pela esquerda, Bento Gonçalves. Em outubro, começa a funcionar a primeira das duas unidades geradoras e, em dezembro, será acionada a segunda. Com potência instalada de 100 megawatts, a Hidrelétrica 14 de Julho será construída entre Cotiporã, Veranópolis (margem direita) e Bento Gonçalves (margem esquerda). O reservatório da usina, que terá 5 quilômetros quadrados e também duas unidades geradoras, começa a ser construído em maio. A primeira unidade estará operando em março de 2007 e a segunda, em maio do mesmo ano.