Rigotto defende na Argentina parceria entre províncias e estados para fortalecer Mercosul
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Em palestra, hoje (2), na Universidade Nacional de Córdoba, na Argentina, o governador Germano Rigotto defendeu o fortalecimento do Mercosul pelo incremento das relações entre províncias e estados. O Brasil e a Argentina devem promover ações conjuntas de parceria, e não de disputa. A formação de blocos comerciais é um instrumento que se vem revelando altamente benéfico para o conjunto das trocas comerciais dentro dos blocos e para as relações externas com outros blocos, disse Rigotto. A universidade de Córdoba é a mais antiga da Argentina, fundada há quase 400 anos por jesuítas e conta com mais de 100 mil alunos. Citando dados de comércio exterior entre o Estado e o país vizinho, o governador ressaltou que não podemos desconhecer os efeitos positivos dessas integrações sobre os preços internos pagos pelos consumidores. Se a integração acelera os negócios, ela também beneficia a sociedade com a redução dos preços. No ano passado, 7,5% das exportações gaúchas tiveram como destino a Argentina e 25% das importações tiveram como origem o país platino. É de nosso interesse ampliar esta integração. Comprar mais e vender mais, defendeu. Integração Rigotto salientou que, apesar da concorrência em muitos setores, como nos grãos, gado e leite, os dois países podem fazer acordos para integrar as cadeias produtivas da indústria. São muito bem-sucedidas as experiências internacionais no sentido da integração de linhas de produção industrial, fazendo bom uso da maior competitividade específica que os países possam apresentar em determinados segmentos de uma mesma linha de produção, explicou Rigotto. O governador também destacou que outro ponto a aproximar o país vizinho e o Rio Grande do Sul é a similaridade cultural, erguida na figura do gaúcho para os brasileiros e do el gaucho para os argentinos. O seu modo de ser e viver, seus valores e a cultura que desenvolveram adquirem tal força que se espalham para muito além das nossas fronteiras e influenciam decisivamente todos os que vieram depois, enfatizou. Também em Córdoba, Rigotto foi recebido pelo governador em exercício Juan Schiaretti, com quem tratou da promoção de missões empresariais recíprocas entre o Estado e aquela província. Santa Fé Germano Rigotto reuniu-se, no início da tarde, com o governador da província de Santa Fé, Jorge Alberto Obeid, para discutir ações que reforcem o intercâmbio político e comercial entre os governos do RS e a província. O Estado tem semelhanças na produção e na cultura, que, com certeza, facilitarão futuros entendimentos, tanto dentro do Crecenea como na futura estrutura institucional da Região Centro da Argentina, enfatizou Rigotto. Na sua avaliação, é possível estreitar relações e garantir maior força aos governos estaduais para o debate de questões que têm amplitudes nacionais. O governador convidou Obeid para participar da solenidade de abertura oficial da Expointer, no dia 3 de setembro. É importante a presença de Santa Fé, nesta que é a nossa maior feira, em um setor que é a base das economias regionais, disse Rigotto. O secretário da Agricultura e Abastecimento, Odacir Klein, e o presidente da Farsul, Carlos Sperotto, detalharam para o governador argentino todo o trabalho de organização e divulgação da Expointer que, neste ano, deve contar com 6 mil animais inscritos além de uma área para o setor de máquinas. Ações conjuntas Entre os temas debatidos durante o encontro, constaram as negociações para a consolidação do chamado corredor bioceânico, que ligaria o RS ao porto de Valparaíso, no Chile, passando pela província de Santa Fé. Já estamos discutindo possíveis financiamentos de investidores chineses para as obras necessárias à execução deste projeto que poderá ampliar ainda mais as relações comerciais entre Brasil e Argentina e abrir maiores facilidades para chegar aos mercados internacionais, com menor custo, disse Jorge Obeid. Rigotto lembrou que recentemente esteve na China onde buscou a possibilidade de financiamento para obras como a ferrovia entre Porto Alegre e Pelotas e o Porto de Rio Grande, também ampliando a logística para o transporte da produção estadual. É preciso que atuemos em parceria para ganhar mercados e ter mais proteção aos nossos produtos. Entre eles, alguns em que temos similaridade, como a produção de grãos, máquinas agrícolas e veículos, afirmou Rigotto. Ele informou Obeid que, assim como Santa Fé, o RS produz mais de 50% das máquinas e implementos agrícolas do país e, na área automotiva, também possui uma unidade industrial da General Motors. Na sojicultura, o governador pediu ao colega argentino a cooperação para o fortalecimento do futuro Fórum Mercosul para a Soja. Brasil e Argentina juntos produzem 110 milhões de toneladas de soja, superando a produção dos Estados Unidos, que hoje é de 80 milhões de toneladas. A criação deste organismo poderá dar maior poder de negociação para o produto, tornando-o menos suscetível às oscilações ditadas, não apenas pelos grandes importadores, como a China, mas também, pela própria Bolsa de Chicago. Também participaram da reunião o ministro da Produção da Província de Santa Fé, Roberto Ceretto, o secretário do Desenvolvimento e dos Assuntos Internacionais, Luis Roberto Ponte, e do secretário executivo do Codesul, Idenir Cechin. O governador também teve audiência com o presidente da Câmara Provincial de Deputados de Santa Fé, Edmundo Ballera. Após o encontro, Rigotto dirigiu-se à Província de Entre Ríos, onde manteve encontro com o governador Jorge Pedro Busti.