Rigotto formaliza acordo de duplicação da GM em Gravataí
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O governador Germano Rigotto e o presidente mundial da General Motors (GM), Richard Wagoner, formalizaram, hoje (5) pela manhã, o acordo de duplicação da montadora em Gravataí. Durante a cerimônia, no Salão Negrinho do Pastoreio do Palácio Piratini, Rigotto afirmou que investir no Rio Grande do Sul é fazer uma aposta vencedora. Pode-se resistir à força dos exércitos, mas não se pode resistir à força das idéias. E as idéias que prevalecem no Rio Grande do Sul são as do trabalho, do progresso, da liberdade, dos mais elevados valores morais, com a ajuda de Deus, disse.
Segundo o governador, a GM está dando um testemunho disso ao eleger Gravataí para investir US$ 240 milhões, numa disputa que envolvia o México e a China. O investimento vai ampliar a capacidade de produção da unidade gaúcha da montadora de 120 mil automóveis por ano para 210 mil veículos anuais. Com isso, serão oferecidos mais 1,5 mil empregos diretos até o final de 2006. Desde que foi inaugurado, em julho de 2000, o complexo da GM em Gravataí já produziu mais de 350 mil Celtas, automóvel que foi o pioneiro na venda de veículos pela internet.
Atualmente, o Celta é o modelo mais vendido em todo o mundo por esta modalidade. Lançado na versão hatchback de duas portas, com motor 1.0 de 60 cavalos, o carro ganhou depois uma linha quatro portas e motor VHC (Very Hight Compression) de 70 cavalos de potência. No ano passado, chegou ao mercado o Celta com motorização de 1.4 litro e 85 cavalos. A GM considera-se totalmente inserida como uma típica empresa gaúcha na economia do Rio Grande do Sul e da Região Sul do país, disse Wagoner.
Exportação
O novo modelo a ser produzido em Gravataí deverá ser comercializado no Brasil e também exportado. A expectativa é de que seja embarcado principalmente para mercados da América Latina e da Ásia. Nosso Estado é o segundo maior exportador do país, em valores absolutos, e o primeiro em valor exportado per capita. A posição é resultado da competência e da competitividade dos produtores, dos industriais, dos trabalhadores, dos comerciantes e do esforço do governo, afirmou Rigotto.
De acordo com o governador, os estímulos do Fundo Operação Empresa (Fundopem) não representam perda de receita. Ao contrário, agregam receita pública por inúmeras outras formas polarizadas pelo investimento feito. Amplia-se o mercado de trabalho, ativa-se a economia, gera-se renda. E com os ganhos daí decorrentes - a exemplo do que ocorrerá com todos os demais investimentos em implantação -, o Estado ampliará sua receita para expandir e qualificar os serviços que presta à comunidade, argumentou.
Fornecedores
Ao presidente da GM Brasil, Ray Young, Rigotto fez uma solicitação que classificou como de alto interesse para o Estado. Para o governador, com o porte adquirido pela unidade gaúcha da GM a partir da duplicação, seria mais conveniente que muitos dos fornecedores da montadora com instalações fora do Rio Grande do Sul se transferissem para cá. Estou seguro de que a palavra da empresa nesse sentido contribuirá para um rearranjo espacial de resultados positivos para a GM, para o conjunto de seus fornecedores e para o Rio Grande, afirmou.
Como exemplo do desenvolvimento econômico resultante da instalação da GM em Gravataí, Rigotto observou que, em 2003, 72 novas empresas dos mais variados portes lançaram ou aprofundaram raízes no Estado, totalizando aplicações além de R$ 10 bilhões. Foram gerados por esses empreendimentos 13.657 novos postos de trabalho. Perguntem a Gravataí, que se rejubila com a decisão aqui anunciada, sobre o efeito positivo que, em benéfica cascata, se amplia sobre toda a comunidade local, regional e estadual, onde centenas de empresas, em círculos expansivos, recolhem as positivas conseqüências do empreendimento da GM que lá está em operação, destacou o governador. Também no ano passado, o Governo do Estado iniciou novas negociações com outras 92 empresas - entre elas, a própria GM. São projetos que atraem R$ 14 bilhões em investimentos e trarão 16 mil empregos.
Qualidade
Em trecho de uma carta-compromisso da GM, assinada por Ray Young e lida pelo vice-presidente da montadora no Brasil, José Carlos Pinheiro Neto, foi assinalado que a firme disposição do Governo Rigotto foi fundamental na decisão de instalar o novo complexo automotivo em Gravataí. Conforme o texto, a planta gaúcha é a que registra atualmente o melhor índice de qualidade na produção de veículos entre todas as fábricas brasileiras da GM.
Também de acordo com o documento, já foram investidos no Rio Grande do Sul R$ 15 milhões em qualificação profissional, treinamento, ações sociais e outras atividades, e o pagamento de salários e encargos sociais acumulados já ultrapassa R$ 170 milhões. Walter Wieland, ex-presidente da GM Brasil, lembrou que a expansão da fábrica de Gravataí é resultado de 300 dias de negociações, iniciadas em abril de 2003, que agora se consolidam num acordo que satisfaz plenamente tanto o governo gaúcho quanto a empresa.
Para Ray Young, pesaram favoravelmente nesse desfecho a qualidade da produção, o nível da mão-de-obra especializada e os elevados índices de eficiência e produtividade no Rio Grande do Sul. Young citou também como relevante a concessão de incentivos por parte do Estado, absolutamente sob o amparo da lei e em consonância com a realidade econômica gaúcha.
Agradecimento
Cinco integrantes da Orquestra Sinfônica de Porto Alegre (Ospa) interpretaram o Hino Nacional e o Hino Rio-grandense durante a solenidade. Do Sindicato dos Trabalhadores Metalúrgicos de Gravataí, o governador recebeu capacete e óculos usados por funcionários da montadora, e uma placa de agradecimento pela duplicação da unidade.
Participaram da solenidade a vice-presidente da GM para a América Latina, África e Oriente Médio, Maureen Kempston-Darkes, o vice-presidente de vendas, pós-vendas e planejamento para a América Latina, Robert Tanzola, o vice-presidente e chief financial officer para a América Latina, África e Oriente, Jaime Ardila, o diretor jurídico da GM Brasil, João Rotta, o diretor de assuntos institucionais, Luiz Moan, o gerente brasileiro de relações governamentais, Valdir Pécora, e o diretor do complexo industrial de Gravataí, Roberto Tinoco, além do presidente da Assembléia Legislativa, Vieira da Cunha, representando o Tribunal de Justiça, desembargador Vladimir Giacomuzzi, o procurador-geral de Justiça, Roberto Bandeira Pereira, a procuradora-geral do Estado, Helena Maria Coelho, o presidente do Tribunal de Contas do Estado, Victor Faccioni, o prefeito de Gravataí, Daniel Bordignon, demais autoridades estaduais municipais - de Gravataí e de Porto Alegre -, lideranças empresariais e políticas.