Rigotto inaugura canteiro de obras da plataforma P-53 em Rio Grande
Publicação:

Ao inaugurar o canteiro de obras onde serão construídos os módulos da P-53 (plataforma oceânica de exploração de petróleo e gás da Petrobras), na manhã desta quinta-feira (26), no Porto Novo de Rio Grande, o governador Germano Rigotto disse que a execução do empreendimento no Rio Grande do Sul só foi possível graças ao projeto aprovado pela Assembléia Legislativa, que previa a concessão de incentivos fiscais. A P-53 está isenta da cobrança de ICMS. Se não fosse assim, talvez não viesse para o Estado, que perderia, com isso, uma fonte de geração de desenvolvimento, de renda e de empregos, ressaltou. Para viabilização do empreendimento, foi assinado, em abril de 2005, um contrato entre a Petrobras e a Quip - empresa constituída com o fim específico de construção da P-53 e que tem como acionistas a Construtora Queiroz Galvão, a Ultratec e Iesa. Serão gerados, inicialmente, cerca de 500 empregos diretos. Com início de operações previsto para 2007, a P-53 ficará instalada no Campo Marlin Leste, na Bacia de Campos, estado do Rio de Janeiro. Terá capacidade diária para produzir e tratar 180 mil barris de petróleo, 80 mil barris de óleo e 6 milhões de metros cúbicos de gás, o que equivale a aproximadamente 10% da produção brasileira atual. Formados por estruturas metálicas e equipamentos operacionais, os módulos a serem construídos em Rio Grande vão pesar até 1,6 mil toneladas. Mão-de-obra No discurso proferido durante a solenidade, Rigotto saudou a decisão do governo federal de priorizar a construção de navios petroleiros e plataformas oceânicas no Brasil e reiterou sua satisfação pelo fato de o Rio Grande do Sul ter sido escolhido para integrar o projeto. Segundo o governador, a atração da P-53 para Rio Grande contribui para o surgimento de um pólo metal-mecânico na Metade Sul. Isso permite transformar a área em pólo de excelência para a construção de plataformas oceânicas, com formação de mão-de-obra especializada. A P-53 é a primeira a chegar. Outras, com certeza, virão, destacou. O Estado investiu R$ 2 milhões na formação de mão-de-obra especializada, em parceria com a prefeitura de Rio Grande e universidades. Além de prestar serviços à P-53, os recursos humanos, conforme observou Rigotto, será de grande valor para o pólo naval que começa a nascer ali. De acordo com o governador, o investimento terá repercussão positiva não apenas na economia da Metade Sul do Estado, mas também na de outras regiões. Prova disso é que as chapas de metal que vão compor os módulos da P-53 serão produzidas em Marau. O governador referiu-se ainda ao esforço da prefeitura de Rio Grande e da Câmara Municipal, que, desde o primeiro momento, acreditaram no projeto. Rigotto lembrou que o Governo do Estado está centrando esforços para que o município abrigue um estaleiro, apesar das dificuldades impostas pela Petrobras no processo de licitação das empresas Aker-Promar e Rio Grande. Fizemos tudo o que podíamos fazer para atrair a indústria naval para a cidade. Queremos que Rio Grande tenha seus estaleiros, frisou. O diretor-geral da Quip, Otoniel da Silva Reis, afirmou que a opção pelo Rio Grande do Sul para construção de módulos da P-53 foi motivada pela posição geográfica, pela excelente área oferecida e pelo incentivo do Governo do Estado. Acompanharam também a solenidade os secretários estaduais de Desenvolvimento e dos Assuntos Internacionais, Luis Roberto Ponte, e da Saúde, Osmar Terra, o prefeito de Rio Grande, Janir Branco, o prefeito em exercício de Pelotas, Fetter Júnior, e o presidente do Conselho Administrativo da Quip, Ildefonso Colares. Instalações O terreno oferecido pelo Governo do Estado para o canteiro de obras - no qual foram investidos R$ 12 milhões - tem 113 mil metros quadrados, onde funcionarão mais de 30 setores, divididos entre áreas administrativa, de serviços, industrial, de pré-montagem e montagem, refeitório e alojamentos para mil homens. Instalada no Porto Novo, em Rio Grande, desde junho do ano passado, a Quip está responsável pelo gerenciamento, engenharia, suprimento, construção, montagem, integração, comissionamento e serviços off-shore de operação assistida da plataforma. A P-53 é do tipo FPU (Unidade de Produção Flutuante), que extrai o petróleo, mas não estoca. Em Macaé, ocupa uma lâmina dágua de 1.080 metros, a uma distância de 120 quilômetros da costa. Ficará baseada na conversão do navio VLCC (Very Large Crude Carrier) Settebello, com dimensões de 346 metros de comprimento, 58 metros de largura e 73 metros de altura, incluindo o sistema de Turret com o qual será equipada. O Turret terá nove linhas de ancoragem no fundo do mar, um riser flexível de 12 polegadas, para exportação de óleo à PRA-1 (Plataforma de Rebombeio Autônoma de óleo para o continente), e um riser flexível de dez polegadas, para exportação de gás à plataforma P-26. A chegada do navio Settebello a Rio Grande está prevista para dezembro deste ano, e a partida rumo ao Campo Marlin Leste, para setembro de 2007. Em outubro do mesmo ano, deverão ser produzidos os primeiros barris de óleo.