Rigotto lança programa de preservação da Mata Atlântica
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O governador Germano Rigotto lançou, hoje (9) pela manhã, no Salão Alberto Pasqualini do Palácio Piratini, o Projeto de Conservação da Mata Atlântica do Rio Grande do Sul. O principal objetivo da iniciativa é contribuir para a recuperação de áreas degradadas e a proteção da área florestal. Dos 13,2 milhões de hectares da Mata Atlântica que pertenceram ao Estado e que representavam 47% da extensão total, restaram somente 500 mil hectares. Serão investidos 10.565.000 euros (R$ 40,2 milhões). A República Federal da Alemanha, por intermédio do banco KfW, doou 6.135.000 euros (R$ 23,3 milhões) a fundo perdido, e o Governo do Estado entrará com a contrapartida de 4.430.000 euros (R$ 16,8 milhões). O desenvolvimento do projeto ficará sob a responsabilidade de uma gerência executiva da Secretaria do Meio Ambiente e terá duração prevista de quatro anos. Segundo o governador, nesta primeira fase do projeto serão contempladas 10 unidades de conservação, numa área de 13 mil quilômetros quadrados, abrangendo 28 municípios. A biodiversidade da Mata Atlântica, formada há milhões de anos mediante complexo equilíbrio dinâmico, integrada por milhares de espécies animais, vegetais e de microorganismos, é apontada como um dos mais importantes refúgios da biodiversidade do planeta. Ao mesmo tempo, lamentavelmente, está entre os ecossistemas mais ameaçados, reduzida a apenas 8% da extensão que tinha no século 16, disse. Lutzenberger Rigotto lembrou o trabalho e a dedicação do ambientalista gaúcho José Lutzenberger, falecido em 14 de maio de 2002, aos 75 anos. O Rio Grande do Sul ocupou lugar pioneiro entre as unidades da Federação nas preocupações e ocupações preservacionistas. Aqui, criamos os primeiros instrumentos legais, fomos os primeiros a conferir status de secretaria às atividades relacionadas ao meio ambiente, no âmbito da Secretaria da Saúde, quando ela passou a se denominar Secretaria da Saúde e do Meio Ambiente, sendo, mais tarde, desmembrada para constituir estrutura própria. E como resultado desse zelo de tantos pioneiros, avultam sempre na nossa lembrança a ação e o mérito do admirável Lutzenberger, afirmou. O governador também homenageou e agradeceu ao cônsul-geral da Alemanha, Reinhard Thurner - que na próxima semana deixa o cargo -, pelo apoio e parceria da Alemanha em projetos e trabalhos importantes para o Rio Grande do Sul. Podemos ter novas e boas parcerias, observou Rigotto, lembrando que a Alemanha tem se destacado pela ação em favor dos países em desenvolvimento. O diretor do KfW no Brasil, Alfred Scheitzer, falou da sua viagem de avião a Porto Alegre, quando leu a revista Ícaro, da Varig, e teve a atenção despertada para uma entrevista do governador do Estado. Scheitzer comentou que Rigotto destacava, na entrevista, o bom momento vivido pelo Rio Grande do Sul, enfatizando a importância da atual fase de desenvolvimento da economia gaúcha. O governador mostra, aqui, a razão desse desenvolvimento, porque a preocupação do seu governo não é só com a produção, mas também com o meio ambiente, afirmou o executivo. Ele informou que o banco alemão aplicará cerca de R$ 1 bilhão na proteção e conservação da Mata Atlântica e da Floresta Tropical no Brasil - R$ 700 milhões na Floresta e R$ 300 milhões na Mata -, em nove estados da Federação. Patrimônio Na avaliação do secretário do Meio Ambiente, Adilson Troca, a cooperação entre o Rio Grande do Sul e o KfW é estratégica para a Mata Atlântica. É um valor significativo e não é financiamento. São recursos a fundo perdido, que possibilitarão ao Estado investir e coibir a depredação da nossa Mata Atlântica, que é patrimônio mundial, disse. Troca adiantou que os 6,135 milhões euros permitirão ao Estado adquirir equipamentos, veículos, computadores e construir postos de vigilância. O futuro da Mata Atlântica é fundamental para o Brasil, acrescentou. No Rio Grande do Sul, a Mata Atlântica abrange os seguintes municípios: Arroio do Sal, Cambará do Sul, Canela, Capão da Canoa, Caraá, Dom Pedro de Alcântara, Igrejinha, Imbé, Itati, Gramado, Maquiné, Osório, Santo Antônio da Patrulha, São Francisco de Paula, São José dos Ausentes, Riozinho, Rolante, Taquara, Terra de Areia, Três Cachoeiras, Três Coroas, Três Forquilhas, Torres, Xangrilá, Jaquirana, Morrinhos do Sul, Mampituba e Tramandaí. Estiveram na cerimônia, a gerente executiva do Projeto de Conservação da Mata Atlântica/RS, Vera Lúcia Lopes Pitoni; o presidente da Fundação Estadual de Proteção Ambiental, Cláudio Dilda; a presidente da Fundação Zoobotânica, Verena Nygaard; a secretária executiva do programa Pró-Guaíba, Vera Callegaro; os prefeitos de Caraá, Silvio Miguel Fofonca; de Torres, José Batista da Silva; e Igrejinha, Elir Domingo Girardi; ambientalistas, ecologistas e técnicos em meio ambiente.