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Rigotto visita sede da Toyota em Nagoya

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Nesta segunda-feira (30), o governador Germano Rigotto e o secretário do Desenvolvimento e dos Assuntos Internacionais, Luis Roberto Ponte, visitarão a sede mundial da Toyota, em Nagoya, na província japonesa de Aichi. Rigotto e Ponte integraram, como convidados, a comitiva do presidente Luiz Inácio Lula da Silva na viagem à Coréia do Sul e ao Japão, iniciada no último dia 22. A delegação de Lula está retornando ao Brasil neste sábado (28). O governador gaúcho e o secretário cumprem agora uma agenda à parte, que será concluída em Nagoya, onde se realiza a feira industrial da Toyota. Será mais uma oportunidade para reforçar que o Rio Grande do Sul tem interesse e condições de abrigar um parque industrial da montadora, que pretende instalar uma nova planta no Brasil, para ampliar sua participação no mercado nacional, até 2010, de 4% para 10%. Nosso objetivo é atrair o investimento para cá, afirma Rigotto. Entre as credenciais do Rio Grande do Sul para se candidatar a receber a nova fábrica está o bom desempenho do Centro de Distribuição que a Toyota mantém em Guaíba, na Grande Porto Alegre. Em operação desde 9 de março deste ano, a unidade distribui para o resto do Brasil as picapes Hilux produzidas em Zárate, na Argentina. A cada mês, embarca dali uma média de 1,4 mil caminhonetes, o que representa 17 mil veículos/ano. Para o segundo semestre, quando será lançado o novo modelo, existe um cadastro de mais de 10 mil nomes de interessados. Conforme já manifestou o presidente da Toyota no Mercosul, Hiroyuki Okabe, a Rigotto, o Centro de Distribuição gaúcho é um sucesso. Em arrecadação de ICMS para o Estado, o empreendimento deverá atrair R$ 60 milhões por ano. Ambiente e biotecnologia A programação no Japão começou sexta-feira (27), em Tóquio, onde Rigotto tomou café da manhã com uma representação de dez das maiores empresas japonesas e almoçou com o imperador Akihito e a imperatriz Michiko, no Palácio Imperial. O último compromisso está marcado para terça-feira (31), em Shiga, província-irmã do Rio Grande do Sul há 25 anos, onde Rigotto fará palestra, pela manhã, durante Encontro de Governadores, no Palácio do Governo. À tarde, no Colabo Shiga 21, haverá conferência sobre A Nova Indústria de Shiga, em que serão enfocados temas sobre meio ambiente e biotecnologia. Serão expostos dados a respeito das economias do Rio Grande do Sul e de Shiga, com troca de opiniões entre os participantes. Shiga é uma região com a qual o Rio Grande do Sul já mantém parceria em várias pesquisas, entre elas um estudo sobre mistura de argila com cinza de carvão gaúcho para produção de cerâmica. O trabalho foi feito por funcionários do Instituto de Cerâmica de Shigaraki, com a participação do pesquisador da Companhia Rio-Grandense de Mineração (CRM) Fernando Dable. Desde 1996, o governo de Shiga envia funcionários seus ao Rio Grande do Sul, para aprender a língua portuguesa, os costumes do Estado e como funciona o governo local. Chamados de shigaúchos, eles permanecem aqui por 17 meses e, na volta, passam a trabalhar no chamado Acordo de Fraternidade. Potencial gaúcho Desde que desembarcou na Coréia do Sul até agora, Rigotto e Ponte vêm mantendo contatos com empresários asiáticos e brasileiros para falar das potencialidades econômicas do Rio Grande do Sul, da sua diversificação industrial e da qualidade da mão-de-obra disponível, com o propósito de atrair novos investimentos para o Estado. O primeiro encontro, dia 24, em Seul, foi com representantes do grupo sul-coreano Corn Pulp and Paper, que produz celulose e papel a partir do caule do milho e está interessado no Rio Grande do Sul, por ser um grande produtor do cereal. Convidados por Rigotto, eles deverão visitar o Estado, em data ainda a ser marcada, para conhecer a produção local e mostrar a tecnologia inovadora que utilizam no aproveitamento da parte do milho que normalmente é jogada no lixo. Em Seul, Rigotto e Ponte estiveram também em reuniões promovidas pela Organização das Nações Unidas (ONU) e pelo governo coreano, para discussões a respeito de modernização de gestão. Na última quarta-feira (25), tomaram o café da manhã com representantes das dez maiores empresas da Coréia do Sul e reuniram-se com dirigentes da divisão de eletroeletrônicos da indústria Hyundai, que planeja instalar uma nova fábrica no Brasil, para distribuição de produtos à América Latina. Foi um início de conversa, em que mostramos o interesse do Rio Grande do Sul em receber o investimento, a importância que tem nos mais diversos setores e as nossas possibilidades para atrair novos empreendimentos que gerem renda e mais empregos, afirmou Rigotto. Tecnologia Em outro encontro de trabalho, com o presidente da Coréia do Sul, Roh Moo-hyun, ministros sul-coreanos, o presidente Lula e os cinco ministros que o acompanharam, Rigotto ofereceu o Rio Grande do Sul como sede do Centro de Tecnologia de Informação que a Coréia do Sul pretende implantar no Brasil. Único participante a falar além dos ministros, o governador gaúcho convidou o ministro sul-coreano da Informação e Comunicação, Daeje Chin, a conhecer o Estado. Contamos com muitos investimentos em tecnologia de ponta, enfatizou, dando como exemplos os vários centros tecnológicos em operação nas universidades do Rio Grande do Sul. O assunto foi tratado também com o prefeito da província de Incheon, Ahn Sang-Soo, em uma reunião à parte da agenda da missão presidencial. O Rio Grande do Sul já mantém intercâmbio com a província e, no encontro com o prefeito, além do fortalecimento das relações, foi levantada a possibilidade de o Rio Grande do Sul contar com a base tecnológica que Incheon fornece a empresas. As conversações tiveram como participante Peter Kim, representante da área de tecnologia da província de Incheon. Prejuízos Nas conversas reservadas com Lula e os ministros do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Luiz Fernando Furlan, e da Agricultura, Roberto Rodrigues, Rigotto saiu em defesa da produção gaúcha de arroz, trigo, vinho, calçados e têxteis. Com relação ao arroz, enfatizou a urgência de solução para os prejuízos sofridos por 12 mil agricultores, por causa do baixo custo de comercialização (R$ 18,00 a saca) em relação aos gastos de cultivo (R$ 30,00 por saca) e do ingresso descontrolado de grãos da Argentina e do Uruguai. Ao presidente, Rigotto entregou um documento da Federarroz, em que a entidade expõe as dificuldades enfrentadas pelo setor e reivindica a compra, pelo governo federal, de 1,5 milhão de toneladas de arroz excedente no mercado - 1 milhão de toneladas do Rio Grande do Sul e 500 mil toneladas do Mato Grosso -, para venda, principalmente, no mercado externo. No caso de calçados e têxteis, Rigotto defendeu a fixação de cotas para importações da China, para evitar perdas à indústria gaúcha. A mesma medida foi solicitada para a compra de vinhos dos países vizinhos, que concorrem cada vez mais com o produto brasileiro. Foi uma conversa bastante positiva, em que buscamos resoluções para a competição desenfreada de produtos de fora com os nossos, disse o governador. Carbono Além desses assuntos, também foram levados por Rigotto à Coréia do Sul e ao Japão oito projetos com potencial para obter os chamados créditos de carbono. O pacote, que pode render 8,5 milhões de euros por ano a fundo perdido ao Rio Grande do Sul, foi elaborado pelo secretário de Energia, Minas e Comunicações, Valdir Andres. Três projetos são de aterros sanitários, com investimento de 6,1 milhões de euros/ano, nos municípios de Rio Grande/Pelotas, Minas do Leão/Porto Alegre e Cachoeira do Sul. Outros quatro são de usinas eólicas, no valor de 1,6 milhão de euros/ano, em Osório, Santa Vitória do Palmar, Imbé, Xangrilá e Rio Grande. Destes, apenas o parque de Osório já tem construção garantida. Há ainda um projeto de usina de biogás, em Carlos Barbosa, com investimento de 850 mil euros/ano. Com esses projetos, o Rio Grande do Sul toma a dianteira nacional na busca de oportunidades oferecidas pelo Protocolo de Kyoto - que criou a Convenção das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, com o objetivo de unir os países industrializados na redução e no controle da emissão de gases causadores do efeito estufa.
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