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Rio Grande do Sul quebra paradigma na produção de cana-de-açúcar

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Para atender à aptidão agrícola do Estado ao cultivo da cana-de-açúcar, a Rede Interuniversitária para o Desenvolvimento do Setor Sucroenergético (Ridesa) e a Embrapa estão apostando em nove novas variedades indicadas ao Rio Grande do Sul. Após cinco anos de experimentação a campo, as instituições apresentaram, nessa terça-feira (06), as novas cultivares.

O Estado que não tinha variedades testadas, agora, possui indicações de materiais precoces e de ciclo médio/tardio, explicou o pesquisador Sergio Delmar dos Anjos e Silva. A atividade fez parte da programação do Simpósio Estadual da Agroenergia e da IV Reunião Técnica de Agroenergia-RS, que acontece até esta quinta-feira (08), no Centro de Conferências da Amrigs, em Porto Alegre/RS.

Para o diretor executivo de Transferência de Tecnologia da Embrapa, Waldyr Stumpf Jr., a assinatura do convênio e a indicação de cultivares de cana representam um marco simbólico para a qualificação da produção de etanol no Rio Grande do Sul. Temos uma rede de excelência em agroenergia no Sul do Brasil e que tem âncora em políticas públicas do Estado, destacou o chefe-geral da Embrapa Clima Temperado, Clenio Pillon, ao identificar como o grande diferencial.

As variedades RB são voltadas à produção de álcool e durante os testes mostraram que possuem média e alta produtividade agrícola, condições regulares em situações de estresse por frio, boa sanidade vegetal, colheita em início e meio de safra com elevada riqueza e crescimento rápido. Elas apresentaram excelente produtividade em qualidade e riqueza de colmo e de açúcar, considerou. O pesquisador mostrou ainda um comparativo de crescimento de produção entre as cultivares já conhecidas - uma média de 34 toneladas/há- e as testadas, que demonstraram uma produção média de 96 toneladas/há nos três anos de experimentação.

Durante os testes foram realizadas 22 colheitas, com três cortes, entre as safras de 2010 a 2012. Os municípios gaúchos que participaram deste processo de pesquisa são: Santa Rosa, Erechim, São Luiz Gonzaga, Jaguari, São Borja, Porto Xavier, Salto do Jacuí, Santa Maria, Pelotas, Viamão e Caxias do Sul.

Segundo Sergio dos Anjos, o Estado tem uma produção de 37 mil hectares para cana-de-açúcar, com a confirmação realizada através do lançamento dessas indicações de cultivares para o Rio Grande do Sul é possível que tenhamos dentro de cinco a 10 anos, cerca de 300 mil hectares dedicados à cultura.

Desta forma, os gaúchos passam a ser foco de atenção para inserir-se no mercado do etanol, visto que as condições climáticas foram enfatizadas como não sendo entraves para o cultivo. Se pensávamos que as geadas seriam um condicionante de impedimento para implementação da cultura, investigamos cultivares tolerantes ao frio e ao déficit hídrico e concluímos, entre outras condições, que o clima do Rio Grande do Sul é, sim, favorável, comentou.

Ele explicou que todos os meses acontecem chuvas, facilitando as questões de déficit hídrico. E outro elemento importante é a apresentação de períodos longos de horas luz. A luz é o fator principal ao favorecer a conversão de biomassa das plantas e permitir que as variedades tenham uma boa tolerância às condições climáticas, disse.

O convênio
O lançamento das cultivares foi fortalecido pela assinatura de convênio de cooperação técnica firmado entre a Ridesa, representada pela Universidade Federal do Paraná (UFPR) e a Embrapa, através da unidade de pesquisa Clima Temperado, de Pelotas/RS. A ação estabelece a formalização de uma parceria já existente, mas que define realização de pesquisas relacionadas ao desenvolvimento de tecnologias agronômicas e industriais da cadeia produtiva da cana-de-açúcar, desenvolvimento de novos insumos e formação de recursos humanos.

A assinatura do convênio foi feita pelo professor Edelclaiton Daros, representando o reitor da UFPR, Zaki Akel Sobrinho e o chefe-geral da Embrapa Clima Temperado, Clenio Pillon. O ato foi apadrinhado pelas assinaturas do diretor-executivo de Transferência de Tecnologia da Embrapa, Waldyr Stumpf Jr., e o diretor-presidente da Emater/RS, Lino de David.

Texto: Assessoria Emater
Edição: Redação Secom (51) 3210.4305

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