Rio Grande do Sul tem 236 indústrias de brinquedos
Levantamento da Secretaria de Desenvolvimento Econômico aponta impacto do mercado infantil na economia gaúcha
Publicação:

Às vésperas do Dia das Crianças, a Secretaria de Desenvolvimento Econômico (Sedec) divulgou um levantamento que reuniu os dados mais atualizados para avaliar o impacto do mercado infantil na economia estadual. A pesquisa, elaborada pela Divisão de Inteligência de Mercado do Departamento de Promoção Comercial e Assuntos Internacionais (DIM/DPCI) da Sedec, mostra que o segmento infantil tem peso expressivo em diversos setores da indústria e dos serviços, movimentando bilhões de reais e sustentando milhares de empregos no Estado.
De acordo com o estudo, o setor de brinquedos e diversão tem apresentado crescimento constante no país, impulsionado pela retomada do consumo e pelo aumento da produção nacional. Em 2024, o faturamento brasileiro alcançou R$ 10,2 bilhões, sendo mais da metade oriunda da indústria nacional. No Rio Grande do Sul, a produção responde por cerca de R$ 498 milhões em receitas anuais e reúne 236 empresas registradas no segmento. Entre as indústrias gaúchas, estão a Dismat, em Caxias do Sul, a Brilha Natal & Maggiore, localizada em Triunfo, e a Playhouse, em Porto Alegre. O setor emprega 44 mil trabalhadores em todo o país.
O secretário de Desenvolvimento Econômico, Ernani Polo, afirmou que o levantamento evidencia a amplitude do impacto econômico das atividades voltadas à infância. “O mercado infantil vai muito além das datas comemorativas. Ele envolve uma ampla rede produtiva e de serviços que movimenta a economia gaúcha o ano todo, gera emprego e renda e estimula inovação em diversos setores. Esse levantamento reforça o papel do Estado em apoiar e fortalecer cadeias produtivas estratégicas, inclusive aquelas que muitas vezes passam despercebidas, mas têm grande relevância para o desenvolvimento regional”, destacou Polo.
Moda
Outro segmento em expansão é o da moda infantil, que registrou faturamento de R$ 31,2 bilhões no Brasil em 2023. As regiões Sul e Sudeste concentram, juntas, 81,3% do total da produção brasileira. Só no Rio Grande do Sul o setor movimentou R$ 1,8 bilhão. Entre as maiores marcas locais, considerado o faturamento, estão a Canto Kids, de Julio de Castilhos; a Mundo Kids, localizada em Marau; Lili Moda Infantil, de Porto Xavier; Cinco Marias, sediada em Porto Alegre; e Pychulin, em Gravataí. De acordo com o levantamento da DIM/DPCI, a cadeia produtiva da moda representa 7,1% dos empregos formais no Estado. Também é uma característica do setor ser composto, majoritariamente, por micro e pequenas empresas no Brasil.
Alimentação
Na indústria de alimentação infantil, o aumento da procura por produtos naturais e saudáveis têm apontado tendências como o crescimento de foodtechs e startups voltadas à alimentação saudável e maior demanda por transparência nos rótulos e ingredientes naturais (“clean label”). Por outro lado, a expansão de canais de e-commerce e de assinaturas é outra tendência neste setor.
O mercado nacional de alimentação infantil movimentou R$ 5,8 bilhões em 2022, sendo que o Rio Grande do Sul responde por cerca de 8% da indústria brasileira, com faturamento estimado entre R$ 400 e R$ 500 milhões por ano. Além disso, o setor de alimentos é o maior empregador industrial do Estado, com 160 mil postos de trabalho diretos.
O Rio Grande do Sul é o terceiro maior polo da indústria de alimentos no Brasil e o segmento infantil tem participação relevante nesta produção. São gerados cerca de 160 mil empregos diretos no setor, com destaque para cidades como Porto Alegre, Caxias do Sul, Lajeado, Erechim e Pelotas. Entre as empresas gaúchas com produtos para alimentação infantil estão a Lactalis do Brasil, voltada ao mercado de laticínios e com sede em Porto Alegre; e a Bom Princípio Alimentos – geléias e pastas de frutas com uso em alimentação infantil, localizada em Tupandi.
Higiene
Outro setor importante é o de produtos de higiene infantil e home care. Entre os principais produtos desta categoria, estão:
- fraldas descartáveis - segmento robusto com participação significativa no mercado;
- lenços umedecidos - categoria em expansão;
- xampus e sabonetes infantis;
- itens como óleos, cremes e produtos de cuidados especiais.
No Brasil, o segmento de cuidados infantis cresceu 45,6% nos últimos seis anos, atingindo R$ 3,9 bilhões em 2023. Este setor abrange produtos de higiene pessoal, perfumaria e cosméticos, incluindo shampoos e condicionadores infantis, sabonetes líquidos e em barra, cremes e loções hidratantes, óleos corporais, águas de colônia e perfumes infantis. Já o segmento de fraldas descartáveis faturou sozinho R$ 3,6 bilhões em 2022.
O Rio Grande do Sul abriga empresas consolidadas no setor em diferentes regiões, como Fraldasul (Fazenda Vilanova), Power Plus (Sapucaia do Sul), Baby with Love (Gravataí) e Affection (Encantado), que produzem fraldas descartáveis e outros itens de cuidados especiais.
Lazer
Os dados do levantamento também apontam o papel relevante das atividades de lazer e recreação infantil. O Rio Grande do Sul conta com 210 parques e mais de 420 casas de festa infantis registradas. O estudo aponta em média 44,4 mil postos de trabalho gerados pela atividade em 2024.
Saúde e educação
Além disso, o cuidado e o desenvolvimento das crianças também sustentam cadeias de saúde e educação, com 251 hospitais oferecendo leitos pediátricos, 3.290 médicos pediatras e 6.435 escolas de Educação Infantil, que empregam 25,9 mil professores.
Texto: Luciene Leszczynski/Ascom Sedec
Edição: Secom