Rio Grande do Sul, Virtude e Liberdade
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Germano Rigotto, governador do Estado A Revolução Farroupilha ia para seu segundo ano quando ocorreu a tomada de Rio Pardo, numa das mais importantes batalhas do conflito. Entre os prisioneiros, contavam-se os membros de uma banda militar, regida pelo maestro Joaquim José Mendanha. Como a República, instituída em 11 de setembro de 1836, ainda não tinha um hino, os chefes farroupilhas convidaram aqueles músicos a compô-lo. Nasceu assim, em meio à fumaça e ao sangue da ímpia e injusta guerra, o belíssimo e vibrante hino que ainda hoje cantamos com a letra que pouco depois lhe deu o poeta Francisco Pinto da Fontoura. Julgo oportuno lembrar esse episódio, no momento em que vivemos a semana que marca os 170 anos da Epopéia dos Farrapos, porque nosso hino contém, na harmonia da música com a letra, valores perenes, que assinalam e orientam a presença dos rio-grandenses na vida estadual e nacional. De fato, não basta ser forte, aguerrido e bravo. É preciso ter virtudes para exercer a liberdade com dignidade. A liberdade, sem dignidade, sem valores, sem virtudes, se desorienta em desordem e servidão. Eis aí uma das muitas razões porque nosso governo tem-se empenhado em atribuir crescente expressão e significado cívico ao Vinte de Setembro e à Semana Farroupilha. Queríamos a República, queríamos a Federação, queríamos a liberdade e o tratamento justo no contexto nacional. E zelávamos por valores que permanecem indispensáveis porque são condições para a verdadeira soberania e a verdadeira cidadania. Aliás, podemos afirmar com justificado orgulho, que todos os valores pelos quais nossos antepassados lutaram há 170 anos se revelaram, com o passar do tempo e da história, indispensáveis à democracia e à vida dos povos. Quero agradecer ? e o faço em nome dos ideais de 35 ? a resposta positiva que a sociedade gaúcha vem dando aos nossos esforços para atribuir cada vez maior brilho às evocações e comemorações da Semana Farroupilha. Mobilizamos e unimos as instituições da sociedade, os educandários, os órgãos de comunicação, as empresas, os nossos Centros de Tradição, os nossos Piquetes, as nossas instituições culturais, unidas no mesmo objetivo: valorizar nossa história, o amor ao Rio Grande do Sul e ao Brasil e as nobres causas em torno das quais nosso Estado sempre esteve coeso. E haverá de assim permanecer. Somos todos guardiões de nobre tradição e membros de uma digna estirpe. Convocamos todos os rio-grandenses para que se integrem às comemorações desta data magna. O Rio Grande, sua história e suas glórias o merecem. Especial - Jornal do Comércio