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Rio Grande terá o primeiro dique seco de grande porte do país

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O governador Germano Rigotto assinou, hoje (31) à tarde, o termo de transferência de posse da área que vai abrigar o primeiro dique seco de grande porte do Brasil, no Superporto de Rio Grande. Uma parte do terreno pertencia à União e outra ao Estado. O governo federal cedeu o espaço de sua propriedade, e o Estado transferiu a área total para o Estaleiro Rio Grande, controlado pela WTorre Engenharia, empresa responsável pela construção do dique. O complexo será utilizado pela Petrobras. Terá capacidade para montagem completa de plataformas marítimas e receberá investimento de US$ 2,4 bilhões na construção de duas plataformas e de US$ 100 milhões na infra-estrutura. Conforme prognóstico da WTorre Engenharia, os serviços deverão se iniciar dentro de mais ou menos 40 dias. A conclusão é prevista para 14 meses depois, mas já no oitavo mês a Petrobras deve se instalar no local. A WTorre planeja construir um dique de 140 metros de comprimento, 130 metros de largura, altura livre de 16,50 metros e calado de 13,80 metros na maré mais alta. Durante o período das obras, serão gerados 1,5 mil a 2 mil empregos diretos. A partir do início das operações, deverão ser oferecidos 2,4 mil novos postos de trabalho, capazes de movimentar R$ 360 milhões/ano na economia gaúcha, só como resultado direto dos próprios salários pagos. Germano Rigotto disse que o empreendimento é mais um determinante de crescimento para a Região Sul do Estado. Além de impulsionar o pólo naval que está se consolidando em Rio Grande, o dique seco vai fortalecer o setor metal-mecânico gaúcho, que fornecerá matéria-prima para construção e recuperação de navios, e para a construção de plataformas oceânicas. Com isso, se formará uma cadeia com reflexos positivos também para o desenvolvimento de tecnologia de ponta, para o surgimento de empresas-satélites e para a geração de milhares de empregos diretos e indiretos, ressaltou. O local onde será construído o dique seco é a parte mais nobre do Brasil para este tipo de empreendimento, disse o secretário de Desenvolvimento e dos Assuntos Internacionais, Luis Roberto Ponte. Incentivos O Porto de Rio Grande vai abrigar também uma unidade onde serão construídos módulos da P-53 (plataforma oceânica de exploração de petróleo e gás da Petrobras). A P-53 ficará instalada no Campo Marlin Leste, na Bacia de Campos (RJ), e os módulos a serem construídos em Rio Grande, formados por estruturas metálicas e equipamentos operacionais, vão pesar até 1,6 mil toneladas. O governo gaúcho disputou o empreendimento com o Rio de Janeiro. No caso do dique seco, o Rio Grande do Sul concorreu com Pernambuco. Não fossem os incentivos do Governo do Estado, não teríamos como vencer as disputas com outros estados. Foram muitos meses de negociações, e as condições oferecidas pelo Rio Grande do Sul foram decisivas para que os investimentos viessem para o Estado. O governo gaúcho aproveitou a correta decisão do governo federal de construir plataformas no Brasil, através da Petrobras, e buscou investidores, disse Rigotto. Em uma primeira etapa, foram investidos R$ 2 milhões, com recursos do Estado, na formação de mão-de-obra para trabalhar nesses projetos. Foram treinadas 1,3 mil pessoas. Criado em 2004, a partir da intenção manifestada pela Transpetro de revitalizar o parque brasileiro de engenharia naval, com apoio da Petrobras, o Estaleiro Rio Grande é a mais nova Sociedade de Propósito Específico (SPE) do grupo WTorre. O presidente da empresa, Walter Torre Júnior, observou que, por acordo com o Governo do Estado, haverá o maior aproveitamento possível de mão-de-obra local. A empresa justifica o projeto do dique seco em Rio Grande pela inexistência, no Brasil, de instalações para construção completa de plataforma marítima em um único site. Além do apoio do Governo do Estado, a opção pelo Rio Grande do Sul é atribuída à infra-estrutura disponível e à qualificação da mão-de-obra gaúcha. Torre Júnior destacou que a construção de plataformas é um setor de alta tecnologia e que o Rio Grande do Sul viverá, sem dúvida, uma nova fase de desenvolvimento. Metade Sul Até pouco tempo, a atividade econômica predominante na Metade Sul do Estado era a agropecuária. De 2003 para cá, já foi confirmada a instalação de 54 empresas na região, o que corresponde ao investimento total de R$ 15 bilhões e à geração de 20 mil empregos. Entre os outros projetos atraídos para a região, estão empreendimentos da Votorantim Celulose Papel, Stora Enso, Aracruz Celulose, Tanac e Biachini. Paralelamente, ocorre o desenvolvimento de setores como os de metal-mecânica, logística, química, petroquímica, madeira, móveis e artefatos, e energia gerada a partir da casca de arroz. Ao lado de projetos como o de construção naval e de florestamento, o Governo do Estado está estimulando o surgimento de novas vocações econômicas na Região Sul. Exemplos disso são a vitivinicultura e a cultura de cítricos, afirma Rigotto. Estiveram também presentes no ato de assinatura do termo de transferência do terreno ao Estaleiro Rio Grande a secretária dos Transportes, Gertrudes Pelissaro dos Santos, o superintendente do Porto de Rio Grande, Vidal Aureo de Mendonça, o vice-presidente da WTorre Engenharia, Paulo Remy Gillet Neto, o prefeito de Rio Grande, Janir Branco, o secretário municipal de Desenvolvimento de Rio Grande, Gilberto Pinho, e o ex-prefeito do município e chefe de gabinete do atual prefeito, Fábio Branco.
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