O Rio Grande do Sul apresentou, nessa quarta-feira (15), os resultados de um trabalho com o objetivo de auxiliar os governos regionais a executar ações de adaptação às mudanças climáticas. O programa, desenvolvido pela Secretaria do Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Sema), foi apresentado pela secretária Ana Pellini na 23ª Conferência das Partes (COP 23) que ocorre em Bonn, na Alemanha. Os gaúchos coordenam um grupo de trabalho internacional sobre o tema desde 2016.

A secretária falou sobre o projeto de estabelecimento de critérios e índices de adaptação à variação climática durante o painel Adaptação ao Acordo de Paris: o potencial dos governos regionais. Segundo ela, é uma oportunidade de avaliar ações para minimizar o aquecimento global. "A proposta é criar um sistema de indicadores que mensuram a atuação dos governos subnacionais para adaptação às mudanças climáticas e de recursos hídricos", explicou.

Para desenvolver o trabalho, foi elaborada uma proposta de matriz na qual foram consideradas seis dimensões (Política, Infraestrutura, Formação Técnica, Recursos Financeiros, Impactos e Arranjo Institucional) relacionadas a uma lista de indicadores.

Desde 2016, o Estado também coordena um grupo de trabalho de gestão de recursos hídricos, composto por mais de 20 governos regionais. Além dos indicadores, outros seis projetos foram desenvolvidos por essa equipe. São eles: monitoramento e modelagem hidro-meteorológica; expansão da rede hidro-meteorológica; sala de situação; programa de gerenciamento de riscos de desastres; construção de uma rede de radar meteorológico estadual; e incorporação do conceito de construção da resiliência às mudanças climáticas nos planos de gerenciamento de bacias hidrográficas.

Protagonismo ambiental

Presente nas últimas duas COPs, Ana Pellini tem se empenhado para que o Rio Grande do Sul seja protagonista na questão ambiental. Entre as ações conduzidas pela Sema está a colaboração com o sistema Regions Adapt, programa criado na COP 21 e assinado por mais de 60 governos de estados e províncias. A ferramenta armazena informações, permite a troca de experiências e qualifica ações de adaptação às mudanças de temperatura. "Esse sistema, além de abrir os dados sobre a emissão de carbono no planeta, é uma oportunidade do RS se integrar com outras iniciativas tomadas em nível global", destaca Pellini.

Também participaram do painel representantes da Província do Cacho (Argentina), do Condado de Makueni (Quênia), da Catalunha (Espanha), do Estado da Califórnia (Estados Unidos) e da Província de Quebec (Canadá). Compõem a delegação gaúcha na COP 23 a secretária adjunta do Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, Maria Patrícia Möllmann, o diretor do Departamento de Recursos Hídricos da Sema, Fernando Meirelles, e a engenheira ambiental Marcela Nectoux.

Texto: Maurício Tomedi/Sema
Edição: Gonçalo Valduga/Secom