A região do Alto da Serra do Botucaraí, que congrega 15 municípios, debateu nesta sexta-feira (30), ações para o enfrentamento da extrema pobreza no Estado. A discussão ocorreu durante o 5º Encontro Regional do RS Mais Igual, em Barros Cassal, e contou com a participação da comunidade, além de lideranças políticas e sociais ligadas ao tema da assistência social. Na oportunidade, ainda, 11 prefeituras assinaram o Termo de Adesão ao programa.

Representando a Casa Civil, a secretária-adjunta, Mari Perusso, mostrou as diretrizes do RS Mais Igual destacou a importância de realizar ações transversais. Se pensarmos a erradicação da pobreza com uma visão sistêmica poderemos otimizar os orçamentos públicos e potencializar as ações. Precisamos trazer a comunidade para debater este tema, pois é a união dos esforços dos governos Federal, Estadual e municipais que permitirão que o RS Mais Igual seja uma política de Estado, afirmou.

Perusso ainda destacou que a autonomia financeira e a qualificação profissional são dois eixos essenciais para a erradicação da miséria. A pobreza extrema é fruto de um sistema opressor de desigualdade social. Por isso, precisamos trabalhar com políticas de alto impacto, que possam de fato transformar a realidade em que essas pessoas estão inseridas.

Estudo
Já o presidente da Emater, Lino De David, salientou a importância do enfrentamento à miséria ter se transformado em pauta política. A partir do momento em que o Governo Federal incluiu o tema como pauta prioritária, ele ganhou outra dimensão. Não podemos mais conviver e aceitar a extrema pobreza, mas isso só será possível com a mobilização ampla da sociedade e dos poderes, afirmou, explicando que a entidade fez um diagnóstico para identificar a pobreza no setor rural.

Coube ao diretor técnico da Emater, Gervásio Paulus, apresentar os dados obtidos pelo estudo que identificou as condições de vida, os anseios e as aspirações de 576 famílias da região do Alto da Serra do Botucaraí. A pesquisa apontou que a maioria das famílias é composta por crianças até 14 anos e adultos o que, segundo Paulus, incentiva o planejamento da sucessão familiar, e que a maioria dessas famílias não participa de nenhum tipo de programa social ou de transferência de renda.

Outro aspecto importante foi em relação as condições de habitação. O estudo apontou que a maioria das moradias é de madeira (73%), que as famílias consomem água das fontes (55%), e não possuem nenhum tipo de sanitário (30%), sendo que em grande parte das residências o esgotamento é lançado a céu aberto (55%). Desta forma, a melhoria nas condições de moradia foi apontada com uma das prioridades pelos pesquisados (62%), assim como, a permanência no meio rural (51%) e o desejo de participar de cursos de aperfeiçoamento (40%).

A coordenadora executiva do RS Mais Igual, Márcia Bauer, comentou que o estudo sinaliza a importância de potencializar as políticas sociais, para que as população possa ser de fato incluída e ter novas perspectivas, com a criação de hortas e cozinhas comunitárias, citou como exemplo, assim como, cursos de qualificação. Márcia finalizou destacando a importância dos municípios desenvolverem seus planos municipais de erradicação da pobreza.

O Encontro encerrou com assinatura do Termo de Adesão de 11 municípios ao RS Mais Igual. São eles: Barros Cassal, Boqueirão do Leão, Campos Borges, Espumoso, Fontoura Xavier, Gramado Xavier, Herveiras, Ibirapuitã, Itapuca, Lagoão e São José do Herval.

Dados da região do Alto da Serra do Botucaraí:
15 municípios
Habitantes: 107.125
Famílias no Cadastro Único: 13.735 (12,82%)
Famílias que recebem o Bolsa Família: 7.500 (7%)

Texto: Joice Proença
Edição: Redação Secom (51) 3210-4305