O Rio Grande do Sul teve forte presença na Cúpula Mundial sobre Desenvolvimento Sustentável, que se realizou entre 26 de agosto e 4 de setembro em Joannesburgo, África do Sul. Apesar do fracasso das lideranças globais lá reunidas em apresentar propostas para o alívio da crise global, o Estado obteve algumas vitórias concretas e deixou ainda alguns exemplos de boa governança. Em vários países do mundo, os governos regionais são responsáveis por grande parte da implementação das políticas públicas. Para garantir o reconhecimento desse fato e promover a troca de boas experiências na implementação de projetos e políticas de desenvolvimento sustentável, foi criada uma Rede Mundial de Governos Regionais. O Rio Grande do Sul é um dos membros pioneiros dessa iniciativa, que já reúne dezenas de governos regionais dos cinco continentes. Juntas, essas regiões somam quase 200 milhões de habitantes. A Abema (Associação Brasileira de Entidades Estaduais de Meio Ambiente), cuja presidência é atualmente exercida pela Secretaria Estadual de Meio Ambiente, foi definida como responsável pela divulgação da iniciativa na América Latina. Em breve, a Rede terá uma página na rede mundial de computadores, que servirá como janela para exposição de alguns projetos de governos regionais de todo o globo. Na Rio+10, o secretário de Meio Ambiente, Claudio Langone, e o diretor-presidente da Fepam (Fundação Estadual de Proteção Ambiental), Nilvo Luiz Alves da Silva, apresentaram uma série de iniciativas que vêm sendo desenvolvidas no Rio Grande do Sul, como a do Orçamento Participativo; da implementação da Secretaria Estadual do Meio Ambiente; da Gestão Ambiental Compartilhada; e ainda na efetivação de Unidades de Conservação. A Gestão Compartilhada, um dos principais instrumentos para descentralização da administração ambiental, ganhou destaque ainda maior nas páginas de uma publicação da Universidade de Londres, lançada durante a Cúpula. Segundo Langone, com o fracasso da Rio+10 e das lideranças globais em apresentar ações concretas contra a crise global, fica evidente a importância das iniciativas locais e regionais em implementar projetos e políticas sustentáveis. Ainda conforme o secretário gaúcho, o resultado da Cúpula enfraquece inclusive o sistema das Nações Unidas frente a instituições como OMC e FMI e G-8 (grupo de países ricos). Esse fato ressalta a necessária busca de outras formas de articulação, buscando parcerias fora dos eixos tradicionais, comprometidos com a manutenção de sistema excludente e predador dos recursos naturais. A Cúpula Mundial sobre Desenvolvimento Sustentável se realizou entre 26 de agosto e 4 de setembro em Joanesburgo, África do Sul. Compareceram ao evento mais de 20 mil pessoas de 190 países, e também mais de cem chefes de Estado. O governo gaúcho integrou a delegação oficial brasileira, que contava com mais de 200 pessoas.