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RS tem melhor desempenho do sul do Brasil no rendimento médio dos ocupados no mercado de trabalho no 4º trimestre de 2022

Variação positiva foi de 10,7% em relação ao mesmo trimestre de 2021, conforme dados do Boletim de Trabalho

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O rendimento médio dos ocupados no mercado de trabalho do Rio Grande do Sul fechou o quarto trimestre de 2022 em R$ 3.204, uma variação positiva de 10,7% em relação ao mesmo trimestre de 2021, quando foi de R$ 2.893. O valor ficou acima também do registrado no terceiro trimestre do ano passado (R$ 3.136) e foi o maior entre os estados da região Sul do país no período, quando em Santa Catarina o rendimento médio foi de R$ 3.146 e no Paraná chegou a R$ 3.044. No Brasil, o rendimento médio dos ocupados no quarto trimestre de 2022 foi de R$ 2.808.

Os dados da primeira edição produzida em 2023 do Boletim de Trabalho do RS, publicação do Departamento de Economia e Estatística (DEE), da Secretaria de Planejamento, Governança e Gestão (SPGG), mostram a sequência de duas tendências: enquanto no mercado de trabalho como um todo os dados relativos ao quarto trimestre de 2022 consolidam uma trajetória de aumento no nível de ocupação, queda na taxa de desemprego e de recuperação no rendimento médio, quando considerado apenas o mercado de trabalho formal do período de 12 meses, entre fevereiro de 2022 e fevereiro de 2023, os números mostram uma evolução mais tímida e a manutenção de um perfil de trabalhadores mais jovens e com salários iniciais ainda abaixo do período pré-pandemia.   

A publicação elaborada pelos pesquisadores Guilherme Xavier Sobrinho e Raul Bastos a partir de informações da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua) e do Novo Cadastro Geral de Empregados e Desempregado (Caged), mostra ainda uma elevação da taxa de rotatividade dos trabalhadores no mercado formal, tanto no Brasil como no Rio Grande do Sul. 

Mercado de trabalho

Considerando o mercado de trabalho em geral, não apenas o de empregos formais, o Boletim de Trabalho traz dados do quarto trimestre de 2022 obtidos na PNAD Contínua do IBGE. Em linhas gerais, o material aponta para a recuperação e melhora dos principais indicadores.  

A Taxa de Desocupação caiu para 4,6% no quarto trimestre de 2022, queda em relação ao trimestre anterior (6%) e ao mesmo período de 2021, quando estava em 8,1% no Rio Grande do Sul. A taxa de 4,6% foi a menor da série temporal desde o primeiro trimestre de 2013. O número mais recente representa 289 mil pessoas no Estado. No Brasil, a mesma taxa fechou 2022 em 7,9%, enquanto Santa Catarina encerrou o ano com a taxa em 3,2% e o Paraná em 5,1%.

A Taxa de Participação na Força de Trabalho, que indica a porcentagem de pessoas em idade de trabalhar (14 anos ou mais) inseridas no mercado de trabalho, atingiu 65,4% no quarto trimestre de 2022, contra 65,8% do trimestre anterior e 64,8% do mesmo trimestre de 2021. No país, o dado dos últimos três meses do ano passado foi de 62,1%.

O Nível de Ocupação, que é o percentual de pessoas ocupadas em vínculos formais e informais em relação às pessoas em idade de trabalhar, foi de 62,4% no quarto trimestre de 2022, contra 61,9% do terceiro trimestre e 59,5% do mesmo trimestre de 2021. Outro indicador importante da situação do mercado de trabalho, a Taxa de Informalidade foi de 31,7% no último trimestre do ano passado, similar ao do terceiro trimestre de 2022 (31,5%) e abaixo do mesmo período de 2021, quando a taxa no Rio Grande do Sul chegou a 33%. No Brasil, a taxa atingiu 38,8% no quarto trimestre de 2022.

Variações do mercado formal

Os números relativos ao mercado de trabalho formal entre 2020 e 2022, período em que o Novo Caged passou a ser utilizado como principal fonte estatística do emprego formal no país, mostram que o Rio Grande do Sul tinha no ano passado uma taxa de rotatividade de 50,1%, contra 46,9% em 2021 e 41,1% em 2020.

O Brasil teve movimento semelhante, com taxas de 49,4% (2022), 46,2% (2021) e 41,9% (2020). A taxa foi calculada a partir da fórmula mais difundida nos estudos sobre o tema, que relaciona o número total de trabalhadores desligados ou o de trabalhadores admitidos (o valor que for menor), em cada um dos anos analisados, ao número médio de trabalhadores empregados ao longo do mesmo período.

"Quando se busca uma apreensão das condições gerais de um mercado de trabalho, a rotatividade é uma dimensão de tradicional interesse. Com muitas implicações possíveis, em cada contexto social e econômico, ela é, de forma geral, tomada como um indicador indireto da qualidade das relações de trabalho, de estilos de gestão ou mesmo do grau de estabilidade de um ambiente econômico", explica Guilherme Sobrinho.   

No material do DEE/SPGG, é ressaltada a característica histórica do mercado de trabalho brasileiro, em que vínculos de emprego de curta duração têm considerável presença, bem como as diferenças regionais, que expressam, entre outros aspectos, padrões de sazonalidade diferentes para as atividades econômicas predominantes em cada território.

A pandemia de covid-19 também é levantada como potencial indutora da alta na taxa. "Por certo, esse cenário gerou forte impacto sobre a movimentação de força de trabalho. Ao mesmo tempo, por esse ponto de vista, seria de se esperar que 2022 trouxesse certa reacomodação, com algum recuo das taxas de rotatividade, o que não foi visto no Brasil e em nenhum dos Estados", avalia Sobrinho. 

Entre fevereiro de 2022 e fevereiro de 2023, o mercado formal de trabalho gaúcho teve um crescimento de 3,3%, com a geração de 86 mil vínculos de trabalho. No país, o percentual de expansão foi de 4,5%. Entre as atividades econômicas, no Rio Grande do Sul a maior variação percentual foi da Construção (+6,1%), seguida dos Serviços (3,8%), com a Indústria na última colocação (+2,8%) entre os cinco grupos.  

Em relação ao perfil dos profissionais, entre os novos vínculos de trabalho formal há um equilíbrio entre as vagas ocupadas por homens e mulheres (50,5% e 49,5%, respectivamente), com predominância de menores de 18 anos, a partir dos 14, e jovens de até 24 (que, somados, responderam por 95,1% do total do saldo de empregos).

Ao se considerar a divisão do Estado em nove Regiões Funcionais (RFs) para fins de planejamento, a RF 5, da região de Pelotas e Rio Grande, obteve a melhor variação percentual no período de 12 meses (fev/2022 a fev/2023), com alta de 5% no número de vínculos, enquanto a RF3, da Serra, e a RF4, do Litoral Norte, tiveram os resultados menos expressivos (+2,7%). 

O salário médio de admissão, em fevereiro de 2023, chegou a R$ 1.815,88, alta de 3,2% em relação ao mesmo mês de 2022, mas ainda abaixo do registrado em fevereiro de 2020, último mês antes do início da pandemia da covid-19 (R$ 1.831,69).

Boletim de Trabalho do RS

O Boletim de Trabalho do RS oferece, trimestralmente, análises sobre o mercado de trabalho no Rio Grande do Sul, aprofundando, a cada edição, algum aspecto referente à força de trabalho e à ocupação, em dimensões como o perfil demográfico dos trabalhadores, as diferentes formas de inserção no mercado e os rendimentos.  

Texto: Vagner Benites/Ascom SPGG
Edição: Vitor Necchi/Secom

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