Safra de verão: inicia o plantio da lavoura de milho no Estado
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O mês de setembro inicia com pouca chuva e temperatura em elevação. Nesse primeiro período, foram registradas apenas precipitações de fraca intensidade e em pontos isolados, o que torna razoável o manejo do solo e limita, em parte, um avanço mais vigoroso no plantio das culturas de verão, em especial feijão e milho, que, na Região Noroeste, inicia mais cedo. De acordo com o Informativo Conjuntural elaborado pela Emater/RS-Ascar, mesmo com o avanço no plantio do milho em algumas regiões, a semeadura segue atrasada no Estado. O Programa Troca-Troca da Secretaria de Agricultura, Pecuária e Agronegócio, quase todas as cotas das sementes de milho foram entregues aos produtores gaúchos. O mercado do milho no Estado mantém-se aquecido, com aumento dos negócios e no preço da saca de 60 kg do cereal, puxado pela demanda no mercado internacional. O valor médio da saca foi de R$ 17,64, 2,20% do que na semana passada, apresentando uma variação entre R$ 16,00 a R$ 19,00/sc. O feijão também está sendo semeado, em especial nas áreas de produção do Médio Alto Uruguai e em alguns microclimas de regiões ao Norte do Estado, onde a germinação é lenta em razão das baixas temperaturas. É bem possível que a área de lavoura a ser plantada no Estado sofra redução. Essa perspectiva de diminuição se dá em decorrência dos baixos valores recebidos pelos agricultores por sua produção nas últimas safras. Nesta semana, no Estado, o preço médio da saca de 60 kg do feijão preto foi de R$ 46,60, subindo 1,55% ante a anterior, aumento ocorrido pela finalização de estoque nas mãos de produtores. Na soja, já se percebe áreas em preparo para o plantio, porém muitas áreas destinadas a essa lavoura se encontram com cobertura do solo e ainda com lavouras de trigo e cevada. Nesse momento, os produtores estão encaminhando os projetos às Instituições Financeiras para receberem os empréstimos de custeio da lavoura, e realizando pedidos de compras nas revendas de insumos. A lavoura de trigo está em bom desenvolvimento, já atingindo 16% da área em fase de floração e 7% em enchimento de grãos. As condições sanitárias são boas, com raros ataques de pragas e pequena ocorrência de doenças nas lavouras. Na região do Noroeste Colonial, existe uma pequena predisposição em relação ao Oídio, que teve ataques amenos às lavouras, sem grandes conseqüências até aqui. Os preços do trigo se mantêm aquecidos, em razão da escassez do produto no mercado interno e pela valorização no mercado internacional. Na semana, no RS, o valor da saca de trigo de 60 kg, foi de R$ 27,66, ganhando mais 1,32% em relação à passada. Segundo informações, o valor do trigo argentino que é ofertado e colocado no RS, encontra-se em cerca de R$ 36,00/sc. Olerícolas e frutíferas O clima tem sido benéfico para o desenvolvimento dos hortigranjeiros, em especial das olerícolas, melhorando a oferta nos mercados. Já entre as frutíferas, está praticamente encerrada a poda de inverno das macieiras e iniciando os tratos culturais, como a quebra de dormência. Já as ameixeiras e pessegueiros precoces estão em pleno florescimento e início de frutificação. Dos chamados “pequenos frutos”, a poda de frutificação da amoreira já encerrou e está em início de brotação. No mirtilo a poda também está encerrada e os cultivares precoces, em florescimento. Os pomares em geral encontram-se vigorosos e com sanidade satisfatória. As perspectivas em relação a safra são muito boas, pois as chuvas e horas de frio que ocorreram até o momento foram boas para as culturas. Criações e forrageiras A diminuição do frio intenso favorece um lento rebrote dos campos nativos, que ainda estão ressecados. O pasto que ainda resta está bastante fibroso. Se persistirem as atuais condições climáticas poderá ocorrer uma rápida recuperação das pastagens anuais de inverno. De acordo com pesquisa de preços realizada pela Emater/RS–Ascar, é estável o preço médio do boi gordo negociado no mercado. Contudo, o preço continua valorizado, decorrente da diminuição oferta de animais e dos reflexos dos rigores climáticos. O preço médio do boi gordo está em R$ 2,39. A vaca gorda está cotada em R$ 2,20, alta de 0,46% na semana. Há uma escassa oferta de animais de reposição, conseqüentemente o produto está bastante valorizado. A condição corporal do gado está bastante precária. Registra-se perda de peso dos animais na maioria das regiões de importância pecuária do Estado.