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Sartori é empossado prometendo mudanças amplas e duradouras

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Governador eleito, José Ivo Sartori realização de cerimônia de juramento na Assembleia Legislativa
Governador eleito, José Ivo Sartori recebeu o cargo de Tarso Genro em cerimônia no Palácio Piratini - Foto: Luiz Chaves

O governador eleito do Rio Grande do Sul, José Ivo Sartori (PMDB), foi empossado na tarde desta quinta-feira (1º), com a realização de cerimônia de juramento na Assembleia Legislativa. Em seguida, encaminhou-se ao Palácio Piratini para o ato de transmissão de cargo.

José Ivo Sartori chegou ao Palácio Farroupilha por volta das 14h e foi direto ao Gabinete da Presidência da Casa, onde foi recebido pelo presidente Gilmar Sossella (PDT). Em seguida, encaminhou-se ao Plenário 20 de Setembro, acompanhado dos líderes de bancada e dos partidos. Muito aplaudido, Sartori entrou no Plenário lotado, onde estavam presentes os deputados estaduais.

A seguir, Sossella iniciou a sessão e o protocolo, cumprimentando Sartori, o vice-governador eleito, José Paulo Cairoli, senadores e deputados eleitos, além de prefeitos, vereadores, autoridades e demais presentes. O tenor Eduardo Bighelini, acompanhado da pianista Elda Maria Pires, interpretou o Hino Nacional.

Após, Sartori e Cairoli leram o termo de compromisso constitucional, onde juraram “manter, defender e cumprir a Constituição, observar as leis e patrocinar o bem-comum do povo rio-grandense”, e assinaram o documento de posse para os cargos de governador e vice-governador para os próximos quatro anos.

Em seu discurso, o presidente da Casa citou as dificuldades financeiras que o novo governador deverá enfrentar. “Temos à frente a carranca medonha de uma crise que se instalou em nosso Estado”, disse Sossella, afirmando que os gaúchos esperam por mudanças importantes, uma vez que o Rio Grande do Sul precisa crescer mais e acelerar o desenvolvimento econômico e social. Ao final, o parlamentar fez um pedido: “entre para a história como o homem que fez o Rio Grande do Sul voltar a ser forte”.

Sartori iniciou seu discurso agradecendo a todos os gaúchos pela confiança e pelo incentivo e lembrando que o dia 1º de janeiro é uma data especial de paz e fraternidade, na qual o RS vive um momento de encontro entre o Estado que já fomos, o Estado que somos e o Estado que queremos ser. “Precisamos dar início a uma mudança ampla, profunda, larga e duradoura em todos os processos de gestão do governo. Não podemos correr o risco de ser um Estado velho num mundo moderno”, enfatizou o governador.

O novo governador ainda citou a qualidade de vida como meta de seu Governo. “Falo de combate à pobreza e à desigualdade. Falo de uma educação melhor, de uma saúde melhor, de uma infraestrutura melhor, de um ambiente mais propício para quem quer gerar emprego e renda”, destacou.

A respeito do corte de gastos, Sartori referiu-se à redução de despesas consideradas supérfluas e na necessidade de fazer políticas sociais, com investimento nas pessoas. “Para isso, é preciso destravar caminhos, desburocratizar, agilizar processos, adotar práticas modernas de atendimento, ser receptivos a quem aqui quer investir e gerar emprego e renda”, ressaltou.

A cerimônia foi encerrada com o Hino Rio-grandense. Da Assembleia Legislativa, Sartori e Cairoli dirigiram-se ao Palácio Piratini para a transmissão do cargo.

O novo governador atravessou a rua – onde sorveu brevemente um mate oferecido por populares – e foi conduzido até o gabinete que passará a ocupar no Palácio Piratini, para se reunir com o ex-governador Tarso Genro. Depois de dez minutos de conversa informal, acompanhado de Cairoli, e da primeira-dama, Maria Helena Sartori, o governador seguiu para o protocolo de leitura da ata de transmissão de cargo, no Salão Negrinho do Pastoreio.

O público que acompanhou a solenidade, estimado em 800 pessoas, vibrou com a chegada de Sartori. Exatamente às 15h38min, o novo governador assinou o termo de compromisso de posse. Tarso Genro foi o primeiro a discursar. “Faço votos para a condução de um bom governo, eleito em um pleito limpo e democrático, que honra a soberania popular”, destacou.

Sartori direcionou suas palavras para a importância da eficiência do Estado no atendimento à população gaúcha, em um discurso de 12 minutos. “Falamos de uma sociedade que dá certo, mas também de um aparato estatal que ainda precisa melhorar muito”. E completou: “Mais do que nomes, siglas partidárias, circunstâncias históricas, celebro o Estado que somos, a comunidade que formamos”.

O novo governador também apontou a necessidade de eliminar diferenças e preconceitos. “Somos diferentes, sim, mas pertencemos ao mesmo chão, ao mesmo Estado mãe. Vivemos a mesma realidade. E isso nos une, nos aproxima, nos congrega, nos faz solidários”, completou.

O ato se encerrou ao som do clarim da Brigada Militar. Em seguida, houve a nomeação dos 19 secretários que vão compor as pastas do governo. Ao final, Sartori recebeu cumprimentos já no gabinete do governador.

Biografia
Eleito com 3,8 milhões de votos (61,2% do total), José Ivo Sartori é o 38º governador do Rio Grande do Sul desde o início da República. Sartori nasceu na localidade de Capela de São Valentim, em Farroupilha, na Serra, em 25 de fevereiro de 1948. Mais velho entre seis irmãos, cresceu trabalhando no campo, ao lado do pai, Antônio Sílvio Sartori, que ganhava a vida como borracheiro, e da mãe, Elza Josefina Dengo Sartori, dona de casa. Na residência da família, viviam também avós e dois tios.

Desde cedo, Sartori interessou-se pelas causas coletivas, o que o levou a ser líder de movimentos estudantis e a combater a ditadura militar nos anos 1960. Com 13 anos, passou a estudar em Antônio Prado, foi presidente do Grêmio Estudantil e atuou no movimento Juventude Estudantil Católica (JEC).

Aos 18 anos e com o curso secundário completo, em 1966, ingressou em um seminário em Caxias do Sul, participou da criação do Grêmio Estudantil e tomou posições políticas contra a ditadura. Passou o ano de 1969 estudando Filosofia no Seminário Maior de Viamão e depois retornou a Caxias, onde concluiu os estudos na Universidade de Caxias do Sul (UCS). Formado em Filosofia, foi professor universitário desta disciplina, além de ter lecionado História, Moral e Cívica e Organização Social e Política Brasileira.

Foi na universidade que conheceu Maria Helena Sartori (hoje deputada estadual), com quem casou e teve dois filhos – Marcos e Carolina. Ele e Maria Helena foram sempre ativos politicamente no meio acadêmico, onde lideraram movimentos de resistência ao regime militar. Entre 1972 e 1975, Sartori foi presidente do Diretório Central de Estudantes (DCE) da UCS.

Trajetória no PMDB
Em 1976, filiou-se ao MDB (Movimento Democrático Brasileiro), que mais tarde passaria a ter a sigla PMDB. Esta foi a única legenda partidária à qual pertenceu. Naquele mesmo ano, elegeu-se vereador em Caxias do Sul. Depois, a partir de 1982, foi eleito deputado estadual cinco vezes consecutivas.

Durante o governo de Pedro Simon, comandou a Secretaria Estadual do Trabalho e Bem-Estar Social, entre 1987 e 1988, quando, entre outras ações, atuou como mediador no conflito que ganhou o nome de A Revolta de Guajuviras, em Canoas.

Em 2002, Sartori elegeu-se deputado federal e, em 2004, venceu a eleição à prefeitura de Caxias do Sul. Em 2008, foi reeleito. Já exerceu também as funções de vice-presidente estadual do PMDB e de presidente da Assembleia Legislativa, em 1998, quando assumiu o governo do Estado em duas ocasiões.

Leia nos arquivos anexos os discursos do governador José Ivo Sartori na Assembleia Legislativa e no Palácio Piratini.

Arquivos anexos

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