Saúde alerta para perigo do bicho-do-pé
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Roupas leves deixando a pele mais exposta, pés descalços ou com chinelo, o contato do corpo com a areia, pés e mãos na terra para limpar e conservar os jardins da casa de praia, em épocas de veraneio, são situações e locais de risco, que fazem proliferar o bicho-do-pé, causando transtornos aos veranistas. Ele ataca também animais de sangue quente, como porcos, cavalos e cachorros. Conforme o médico veterinário Daltro Fonseca, da Coordenadoria de Política de Controle de Zoonoses e Vetores, da Secretaria da Saúde do Estado (SES/RS), o bicho-do-pé ou Tunga penetrans é uma pequena pulga de aproximadamente um milímetro de tamanho, que vive na terra, cuja fêmea penetra no corpo do homem, principalmente nos pés. Esta pulga alimenta-se de sangue e produz ovos. Depois de instalada no organismo, vai aumentando até chegar ao tamanho de uma ervilha. Essa pulga expele em torno de 3 mil ovos, no período de cinqüenta dias de vida. Depois que joga fora os ovos, acaba morrendo. Mas eles permanecem depositados no chão, arenoso e seco, realizando a contaminação. Ao contrário do que se pensa, o bicho-do-pé pode penetrar também nas costas, nas nádegas, nos braços, nas partes mais moles do corpo e não apenas nos pés. No Litoral Norte, as prefeituras realizam trabalho de prevenção do problema, sob supervisão do setor de Zoonoses e Vetores da 18ª Coordenadoria Regional de Saúde. Daltro Fonseca explica que no local onde a pulga penetra, fica um ponto escuro, causando coceira e dores. Ele alerta que a extração do bicho-do-pé deve ser feita com um objeto pontiagudo, de preferência uma agulha flambada- passada no fogo para eliminar germes e bactérias. O local deve ser perfurado e espremido para a retirada dos ovos. Após este procedimento deve-se usar tintura de iodo, ou outro anti-séptico. A pomada neomicina ajuda na cicatrização, entretanto a área atingida deve ser conservada sempre limpa e protegida. A penetração de grande quantidade de pulgas e tratamento inadequado ou inexistente pode provocar gangrena, perda de dedos e até mesmo tétano, adverte o veterinário. Se houver uma infecção secundária, ele orienta as pessoas a procurarem imediatamente uma Unidade Sanitária. No mínimo três pulverizações com inseticida, com um intervalo de dez dias cada uma, devem ser realizadas nas áreas onde existe o bicho-do-pé, principalmente vilas e locais com baixas condições sanitárias.