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Saúde avalia transmissão da Doença de Chagas no RS

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O Centro Estadual de Vigilância em Saúde (CEVS), órgão vinculado à Secretaria Estadual da Saúde, receberá de amanhã (1º) até sexta-feira técnicos da Organização Panamericana de Saúde (Opas), Organização Mundial de Saúde (OMS) e do Ministério da Saúde (MS) para avaliar a proposta de certificação da interrupção da transmissão vetorial da doença de Chagas pelo barbeiro no Rio Grande do Sul. Essa certificação é atribuída à regiões ou países que interrompem a transmissão da doença de Chagas pelo seu principal vetor (Triatoma infestans), o barbeiro. O Rio Grande do Sul vem trabalhando para conseguir essa certificação através das equipes de vigilância que realizam levantamento e registro dos domicílios existentes; visitas das equipes de campo a esses domicílios para pesquisa da presença dos barbeiros existentes; borrifações com inseticida quando necessário, visando a eliminação do inseto; e implantação dos Postos de Informação de Triatomíneo (PIT), onde a população é incentivada a participar do processo de controle da presença dos barbeiros levando insetos para identificação e, assim, detectando precocemente a presença do vetor. Dezoito estados brasileiros já têm esse certificado. A doença de Chagas é causada pelo parasita Trypanosoma cruzi, transmitido pela picada do barbeiro contaminado, que alimenta-se de sangue e também é conhecido como fincão ou chupão. Este inseto vive em matas, casas mal-conservadas, galinheiros, chiqueiros, galpões, fornos e entulhos (madeiras, pedras e tijolos), nos arredores das casas. Na forma aguda da doença, os principais sintomas são febre e quadros de gravidade variável com alterações no coração, fígado, baço e sistema nervoso. Na forma crônica podem desenvolver-se alterações no coração, esôfago e intestino. O tratamento específico para combater o parasita está indicado para pacientes até 15 anos de idade através de medicação específica. A maioria dos pacientes apresenta sintomas 25 anos após ter contraído a doença, aí o tratamento passa a ser sintomático. Existem mais de 200 espécies de barbeiros conhecidos no mundo, mas no Rio Grande do Sul apenas o Triatoma infestans se domicilia, o que significa maior risco de transmissão. Segundo Francisco Paz, diretor do Centro Estadual de Vigilância em Saúde, foi através dos trabalhos de campo que o Estado conseguiu atingir um nível de infestação suficientemente baixo para que não esteja mais ocorrendo a transmissão. Trabalhos de pesquisa e a participação da população através do incentivo à utilização dos PIT continuam sendo o melhor modo de prevenção.
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