Saúde bucal da pessoa portadora de deficiência e a prevenção do câncer de boca são debatidos em Porto Alegre
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A atenção à saúde bucal da pessoa portadora de deficiência foi um dos temas debatidos na tarde de ontem (21) durante a 1ª Semana Estadual de Promoção da Saúde Bucal, no Plenarinho da Assembléia Legislativa, em Porto Alegre. Na ocasião, o coordenador técnico do Serviço Odontológico da Fundação de Articulação e Desenvolvimento de Políticas Públicas para Pessoas Portadoras de Deficiência e de Altas Habilidades no RS (Faders), Francisco Nunes, falou sobre o trabalho realizado na entidade e da importância da capacitação prestada a cirurgiões dentistas das redes municipais de saúde do Estado para o tratamento odontológico de indivíduos portadores de deficiência. O curso de Capacitação para Cirurgião Dentista e Aperfeiçoamento de Pessoal no Atendimento Odontológico Integrado a Pessoas Portadoras de Deficiência existe há quatro anos e é feito em parceria com a Secretaria da Saúde do Estado (SES-RS), por meio da Política de Atenção Integral à Saúde Bucal e da Escola de Saúde Pública. A importância do auto-exame e da prevenção do câncer de boca foi abordada pelo cirurgião dentista Carlos Bertotto. Ele chamou a atenção para a necessidade do diagnóstico da doença no seu estágio inicial. No começo, o câncer de boca não dói e não sangra podendo, em seu aspecto, ser confundido com uma afta, alertou Bertotto. Segundo dados do Instituto Nacional do Câncer (Inca), o câncer de boca é o quinto tipo de neoplasia mais freqüênte em pessoas do sexo masculino no Brasil e o sétimo mais comum em mulheres. O câncer é a terceira principal causa de morte no país, perdendo apenas para as doenças circulatórias e causas externas. Não fumar, ter uma alimentação balanceada, limitar a ingestão de bebidas alcóolicas e realização de auto-exame são algumas dicas de prevenção do câncer. A promoção à saúde bucal do idoso foi o tema apresentado pela professora de Odontogeriatria da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs), Dalva Padilha. Ela apontou como desafio para o profissional de saúde bucal apresentar projetos que atendam às pessoas na 3ª idade. A população de idosos aumenta consideravelmente a cada ano, inclusive nos países em desenvolvimento, como o Brasil e precisamos estar preparados para oferecermos serviços a esse público, disse. Conforme dados da Organização das Nações Unidas (ONU), em 2000, 12 milhões de idosos viviam no Brasil. Dalva destacou a formação de profissionais especializados, a criação de programas e de espaços próprios para idosos e o estudo sobre o envelhecimento e a repercussão disso na cavidade bucal, bem como os efeitos das medicações sistêmicas no idoso, como algumas ações que podem ser realizadas. A 1ª Semana Estadual de Promoção da Saúde Bucal segue até sexta-feira (25). A atividade é promovida pela SES-RS, a Assembléia Legislativa do Estado e o Comitê das Entidades de Classe da Odontologia (Ceco).