Saúde desloca técnicos para área onde criança indígena morreu de frio
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O secretário da Saúde, Osmar Terra, determinou nessa quinta-feira (31) a ida de uma equipe da Secretaria da Saúde até o município de Redentora para discutir e programar, juntamente com a administração municipal, ações no sentido de evitar a morte de crianças indígenas na aldeia caingangue Missões e na Reserva do Guarita. Na próxima semana, estarão no município a coordenadora do Programa de Saúde da Criança da secretaria, Eleonora Gehler Walcher, e técnicos do Programa de Saúde da Família e da Funasa, a Fundação Nacional de Saúde. Na madrugada de quarta-feira (30), morreu a terceira criança indígena menor de um ano em 2007, desta vez por hipotermia. Dois dos outros três bebês morreram de pnemonia. O coeficiente de mortalidade infantil indígena no Rio Grande do Sul no ano passado foi de 26,8, resultante dos 14 óbitos entre os 522 nascidos vivos. Números muito diferentes de 2003, quando o coeficiente era de 54,8 mortes para cada mil nascidos vivos até um ano de idade. Naquele ano morreram 39 crianças das 712 nascidas vivas. A drástica queda na mortalidade infantil indígena em Redentora foi resultado da intervenção direta da Secretaria da Saúde que, em parceria com técnicos da Funasa, do município de Redentora e apoio do Ministério Público Federal, colocou equipes de saúde na reserva para atender e orientar as famílias sobre os cuidados com os bebês e as crianças em geral. A idéia agora é reforçar as duas equipes existentes, que atuam com médico, enfermeiro, dentista, auxiliares de saúde, agentes de saúde indígena e agentes de saneamento indígena. Segundo Sandra Sperotto, diretora do Departamento de Ações em Saúde da secretaria, em que o Programa de Saúde da Criança está vinculado, existem várias situações que contribuem para dificultar o trabalho nas reservas indígenas, desde a cultura e os hábitos do povo que utiliza o fogo de chão para se aquecer e sai para o frio e em dias chuvosos sem muitos cuidados, a dificuldade em seguir horários para o uso de antibióticos; a dificuldade de manter médicos e outros profissionais nas equipes de saúde indígena em cidades pequenas como Redentora, com 8.744 habitantes, o que impossibilita a sequência do trabalho preventivo; além de outras situações locais.