Secretaria da Saúde lança projeto de Redes de Atenção Integral
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O Projeto Estratégico Redes de Atenção Integral à Saúde, a partir do fortalecimento da Atenção Primária, foi lançado, na manhã desta segunda-feira (6), no auditório Dante Barone da Assembleia Legislativa, em Porto Alegre. Trata-se de uma iniciativa da secretaria Estadual da Saúde que, nesta primeira etapa, tem o apoio da Assembléia Legislativa e de diversas universidades gaúchas.
O objetivo é estruturar a rede de serviços do Sistema Único de Saúde (SUS) por meio da articulação de linhas de cuidado que garantam a continuidade do atendimento integral, desde a primeira consulta na Unidade Básica ou Estratégia de Saúde da Família, até a realização de exames e procedimentos nos outros níveis de atenção. Este ciclo inclui o retorno à unidade de origem para acompanhamento permanente de cada usuário.
Esta articulação se dará a partir de pactuação com os municípios, em processo contínuo da organização do sistema em serviços regionalizados de referêrência e contra-referência.
As redes no RS vão começar pelas Rede Mãe-bebê, alinhada à Rede Cegonha, lançada pelo Ministério da Saúde, passando pela rede de Saúde Mental, especialmente voltada ao combate da epidemia do crack e também pela rede de urgência e emergência, que conta com os serviços do Samu e em breve com as Unidades de Pronto Atendimento (UPAS).
No ato de lançamento, o secretário estadual da Saúde Ciro Simoni disse que a ideia é procurar construir com gestores municipais e por isso o Estado dá esse passo inicial para formar as redes com um fluxo ágil e adequado, onde a Atenção Primária seja a porta de entrada.
Vamos construir um novo momento em saúde no Rio Grande do Sul, com redes organizadas a partir da Atenção Primária em linhas de cuidado e até em redes regionais de atendimento. Para isso, vamos discutir com os gestores municipais, com as regionais e até com os prestadores de serviços, se for necessário, afirmou.
Também participaram da solenidade, o secretário adjunto da Saúde, Elemar Sand, o presidente da Assembleia Legislativa, deputado Adão Villaverde, o secretário municipal da Saúde de Porto Alegre Carlos Casartelli, a diretora de Ações em Saúde da SES, Sandra Fagundes e o superintendente do Grupo Hospitalar Conceição (GHC), Carlos Eduardo Nery Paes.
Na oportunidade, foi proferida a palestra do especialista em Planejamento de Sistema de Saúde, Eugênio Vilaça Mendes, que também é mestre em administração e doutor em cirurgia bucal. Natural de Minas Gerais, Eugênio Vilaça Mendes foi secretário substituto de saúde do Estado de Minas Gerais e consultor da Oragnização Pan Americana de Saúde (OPAS).
De acordo com o palestrante, vale a pena para os gestores apostar na Atenção Primária à Saúde, principalmente na modalidade de Estratégia de Saúde da Família. Segundo ele, há evidências científicas de que em territórios com atenção primária fortalecida, ocorre a diminuição da mortalidade, a redução de fluxo para serviços secundários e para urgências e emergências, havendo um maior acesso a serviços preventivos. Citou como exemplo a Rede Mãe Curitibana, que em 12 anos já atendeu 250 mil gestantes, tem 53 PSFs e 52 Unidades Básicas de Saúde (UBSs).
Eugênio Vilaça Mendes explicou que a população brasileira está mais idosa e também mais sedentária, o que acarreta uma maior carga de doenças crônicas e a diminuição de doenças infecciosas. Segundo Eugênio, é preciso superar o atual tipo de sistema, focado no atendimento das condições agudas de saúde (tratamento intensivo e de urgência e emergência). É preciso aumentar os recursos mas também modificar o modelo de atenção, disse. O sistema tem que priorizar as doenças crônicas, com atenção integral, cuidado multiprofissional, financiamento por captação ou por um ciclo completo de atendimento de cada usuário, tudo através de redes onde a atenção primária seja a entrada para o SUS.
Texto: Neusa Jerusalém
Edição: Redação da Secom (51)3210-4305