O painel que abordou a gestão de ecossistemas lagunares durante o Fórum Mundial da Água, realizado de 18 a 23 de março em Brasília (DF), contou com a participação da Secretaria do Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Sema) ao lado de representantes da Província de Shiga, do Japão, do Estado de Michigan (EUA) e do Distrito Federal. Com o tema "Gestão Integrada de Água Doce para Sustentar a Humanidade e o Meio ambiente: abordando os desafios socioeconômicos e científicos", a mesa teve a presença de representantes de diversos países. A 8ª edição do evento reuniu cerca de 30 mil pessoas na Capital Federal. É a primeira vez que o encontro acontece na América Latina.

Segundo o diretor do Departamento de Recursos Hídricos (DRH) da Sema, Fernando Meirelles, o Brasil pode ter água em abundância, mas é necessário administrar os recursos naturais com eficiência. "Precisamos separar o que temos de recursos hídricos e o que possuímos em termos de gestão destes recursos. Nós contamos com grande quantidade de água, mas a qualidade não nos permite utilizá-la", alertou. 

Chamou a atenção do público estrangeiro, o emblemático caso do Lago Paranoá, em Brasília. Apesar da cidade conviver com longos períodos de racionamento, a poluição impede que a água seja aproveitada para o abastecimento da população. "Para os japoneses, toda água é água", resumiu o diretor do DRH ao explicar os cuidados que os orientais têm com a gestão hídrica.

Fernando Meirelles afirmou que Brasil, Japão e Estados Unidos, apesar das diferenças, compartilham de problemas semelhantes. "Todos temos a mesma preocupação. A solução é preservar este tipo de fonte hídrica, que corresponde a 90% da nossa água potável", ressaltou. Conforme Meirelles, o Rio Grande do Sul está progredindo. "Pela primeira vez contamos com um levantamento da disponibilidade da água que podemos conceder para os diversos usos", destacou, ao citar a criação do Sistema de Outorga de Água do Rio Grande do Sul (Siout).

Texto: Maurício Tomedi/ Ascom Sema
Edição: Leonardo Nunes/Secom