Seminário internacional encerra com visitas técnicas e reforça compromisso com escolas preparadas para o futuro
Participantes conheceram ações voltadas à prevenção de riscos e à recuperação de espaços educacionais
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Como parte da programação do Seminário Internacional Educação, Mudanças Climáticas e Resiliência, o segundo dia de atividades, nesta quarta-feira (6/8), foi dedicado a visitas técnicas a duas escolas da Rede Estadual localizadas em Porto Alegre: a Escola Estadual Almirante Barroso e o Instituto de Educação General Flores da Cunha. Promovido pelo governo do Estado, por meio da Secretaria da Educação (Seduc), em parceria com o Banco Mundial, com o governo do Japão e com apoio técnico do movimento Todos Pela Educação, a iniciativa teve como propósito apresentar, na prática, projetos e ações voltados à prevenção de riscos, à recuperação de espaços educacionais e ao fortalecimento da consciência ambiental nas comunidades escolares.
As visitas foram acompanhadas por diretores e coordenadores da Seduc e reuniram representantes do Conselho Nacional de Secretários de Educação (Consed), do Banco Mundial, do movimento Todos Pela Educação, além de especialistas internacionais vindos do Japão, Equador, Bolívia, Peru e Uruguai, bem como de diversas regiões do Brasil.
Reconstrução e resiliência em escolas gaúchas
A primeira parada foi na Escola Estadual Almirante Barroso, localizada na zona ribeirinha da Ilha da Pintada, uma das áreas mais impactadas pelas enchentes de maio de 2024. A unidade educacional está em processo de reestruturação e as atividades presenciais já foram retomadas. A escola está sendo adaptada para se tornar um espaço resiliente, com protocolos de prevenção e estratégias de enfrentamento de desastres futuros, priorizando a segurança e o bem-estar da comunidade escolar.
Já no Instituto de Educação General Flores da Cunha, no centro da capital gaúcha, os visitantes encontraram um imponente prédio histórico completamente reformado. Considerada uma escola modelo, a instituição se destaca pela sua estrutura ampla, moderna e completa. Com histórico centenário e forte protagonismo no cenário educacional do Estado, o Instituto vem se reinventando com projetos de inovação pedagógica, servindo de referência para a rede pública de ensino.
Oportunidade de reflexão
As visitas proporcionaram aos participantes uma vivência concreta da educação pública no Rio Grande do Sul. Para quem veio de outros Estados, a experiência foi também uma oportunidade de refletir sobre os próprios contextos locais e sobre como adaptar iniciativas semelhantes.
Integrante da Secretaria Municipal de Educação de São Luís (MA), Patrícia Duarte, destacou o impacto emocional de conhecer presencialmente a escola atingida pela enchente. “Quando a gente vem vivenciar de perto a realidade do Rio Grande do Sul, passa um filme do que víamos apenas nos noticiários. São Luís também é uma ilha, cercada por água, e isso nos faz pensar no quanto precisamos nos antecipar para reduzir os impactos das adversidades climáticas. A visita nos mostrou que a resiliência vai além das estruturas físicas, ela também envolve o cuidado com a saúde mental dos nossos estudantes e professores”, pontuou.
Patrick Tranjan, da Secretaria Municipal de Educação de Belém (PA), ressaltou a importância de aliar teoria e prática. “O seminário trouxe uma concepção teórica importante sobre escolas resilientes, mas também apresentou experiências reais, como a da Escola Almirante Barroso. Belém será sede da Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas (COP30) e está construindo novas escolas com apoio do Banco Mundial. Ver de perto como o Rio Grande do Sul está lidando com os desafios climáticos nos ajuda a pensar em soluções para nossa própria realidade, mesmo que ainda não tenhamos enfrentado desastres da mesma magnitude”, disse.
Já Álvaro Chianelli, da Secretaria Municipal de Educação do Rio de Janeiro, falou sobre as semelhanças nos desafios enfrentados pelas Redes Públicas. “O Rio de Janeiro também lida com enchentes e altas temperaturas, e visitar essas escolas aqui nos mostra que, apesar das distâncias geográficas, enfrentamos problemas parecidos. É emocionante ver como as escolas daqui estão se tornando referências de resiliência. A escola precisa ser pensada como um espaço de futuro, sustentável, consciente e conectado à realidade das comunidades em que está inserida”, destacou.
A atividade encerrou a programação do Seminário Internacional Educação, Mudanças Climáticas e Resiliência, que reuniu especialistas de oito países, gestores públicos e representantes de instituições parceiras em dois dias de debates, oficinas e trocas de experiências. A construção da Declaração de Porto Alegre para Escolas Resilientes, firmada no primeiro dia do evento, reforça o compromisso coletivo com a preparação das redes de ensino para enfrentar os desafios impostos pelas mudanças climáticas.
Texto: Mariana Gomes / Ascom Seduc
Edição: Secom