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Sertão desenvolve programa municipal de controle do borrachudo

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O município de Sertão está realizando um trabalho de combate ao borrachudo,através do Programa Municipal de Controle do Simulídeo, atendendo uma reivindicação da comunidade. O programa foi instituído, através do Projeto Lei elaborado pelo Poder Executivo e aprovado pela Câmara de Vereadores. A prefeitura, através da Secretaria Municipal da Saúde e Meio Ambiente, subsidia 30% do valor do produto à ser aplicado. Para o próximo ano as pessoas que desejam fazer o controle do mosquito borrachudo devem estar organizadas na sua comunidade ou grupo de vizinhança de uma microbacia, pois antes da aplicação deverão receber orientação de técnico da Emater/RS-Ascar onde que em forma de reuniões e mutirões deverão fazer limpeza e medição dos riachos, realizar a medida de vazão de água dos riachos e outras providências para que o controle tenha o máximo de eficiência. O programa iniciou no dia 14 de novembro, nas comunidades de Paiol Queimado, Santa Catarina, Caçador e Santo Antonio, beneficiando inicialmente 115 famílias, sendo que objetivo para o próximo ano é atingir um número maior de comunidades. O Simulídeo é conhecido nas regiões sul e sudeste como Borrachudo, sendo um pequeno inseto hematófago que costuma picar pessoas e animais durante o dia, principalmente nos meses mais quentes do ano. A fêmea do borrachudo põe de 250 a 400 ovos, sendo a postura em folhas, galhos, pedras e outros objetos, junto a locais que possui água corrente, pois necessitam de água bem oxigenada .Os ovos evoluem para a fase de larva e após 14 dias se transformam em pupas, das quais saem os adultos(que são os mosquitos). Somente as fêmeas do borrachudo alimenta-se de sangue, pois necessitam dele para o desenvolvimento dos ovos, mantendo assim o ciclo biológico do borrachudo que é de 25 a 30 dias, variando conforme o clima. A importância médico-sanitária decorre do agravo à saúde em conseqüência de suas picadas que causam desde pequenas hemorragias até situações raras de choque anafilático. Os técnicos do escritório municipal da Emater/RS-Ascar de Sertão, observam que os prejuízos sócio-econômicos causados por este inseto são muitos como diminuição do rendimento de mão-de-obra do produtor rural, dificulta o turismo rural, queda da produção de leite e carne devido ao estresse dos animais e picadas no úbere das vacas ocasionando feridas, como também desvalorização das propriedades rurais podendo levar ao êxodo rural. A proliferação do borrachudo aumenta com o desequilíbrio ambiental, sendo influenciado pela quantidade de matéria orgânica na água através de dejetos humanos e de animais; pelo desmatamento, principalmente das matas ciliares, contribuindo para dispersão do inseto; uso inadequado de agrotóxicos, causando a morte de predadores e competidores do borrachudo, como peixes,insetos e pássaros e poluição doméstica e industrial. De acordo com os técnicos da Emater/RS-Ascar, o controle da população dos simulídeos pode ser feito utilizando-se várias práticas como evitar o desmatamento e recompondo as matas ciliares, preservar os predadores, não contaminar a água com poluição doméstica e agrotóxicos, construir esterqueiras para conter o estrume dos animais, construir nos banheiros fossa séptica e sumidouros para evitar que atinja os córregos. Utiliza-se também medidas como a limpeza manual dos córregos, removendo folhas,galhos, pedras e outros objetos dificultando-se a postura dos ovos e em conseqüência a multiplicação dos mosquitos. Outro método de controle dos simulídeos é o uso de larvicida biológico (Bacillus thuringiensis var. israelensis ), o qual aplicado conforme recomendação técnica não causa danos a peixes, insetos e outros animais. A aplicação deste produto é orientada e acompanhada pela Emater/RS-Ascar, Secretaria Municipal da Saúde e Meio Ambiente e pelo Programa Estadual de Controle do Simulídeo.
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