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SmartGov debate desafios da gestão pública para avançar nos serviços digitais

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- - Foto: Reprodução

Mesmo sendo o quarto país no mundo no uso da internet, o Brasil ainda oferece uma gama muito restrita de serviços públicos por meio de plataformas digitais. Dos quase 2.900 serviços do governo federal, apenas 42% estão à disposição do cidadão de maneira digitalizada, o que impacta diretamente nos custos e na qualidade do atendimento.

Essa relação fez parte da explanação do diretor de Serviços Digitais do Ministério da Economia, Luiz Carlos Miyadaira Ribeiro, durante o primeiro painel do SmartGov – Seminário de Inovação na Gestão Pública, que se iniciou na manhã da quarta-feira (29/5) no Tecnopuc, em Porto Alegre. O evento reúne especialistas internacionais e prossegue com debates na quinta-feira (30/5).

No esforço para reverter o cenário na gestão federal, a concentração dos serviços numa única plataforma (gov.br) já contabiliza cerca de 23 milhões de contatos. “Cada 1% que se avança em termos de governo digital representa meio ponto de crescimento no PIB e ganhos nos indicadores sociais”, observou Ribeiro.

O professor Robert Krimmer, referência mundial em governo digital, apresentou os avanços da Estônia em pouco mais de 20 anos após desmembrar-se da antiga União Soviética. País com pouco mais de 1,3 milhão de habitantes, a Estônia fez uma opção estratégica definida pelo painelista como “mentalidade digital”, que praticamente eliminou os documentos em meio físico.

Hoje, 98% da população tem um cartão digital, 100% das escolas estão interligadas na internet e 99% das operações bancárias são via digital. “A Estônia é o único país do mundo com eleições via internet. Ao longo de seis dias, o eleitor pode corrigir a sua escolha quantas vezes quiser, vale o último voto”, explicou Krimmer. O foco atual é trabalhar na integração com outros países.

Prioridades diferentes

Mesmo com exemplos de sucesso como do e-Estônia, a professora Maria Alexandra Viegas Cortez da Cunha, da Fundação Getulio Vargas (FGV), alerta para a necessidade de os governos conhecerem as reais necessidades do cidadãos antes de lançarem propostas de digitalização dos serviços. “São países diferentes e prioridades diferentes”, observou, lembrando que um grande contingente de brasileiros ainda está fora da internet.

Nesse caso, sugere ela com base em pesquisas da FGV, a gestão poderia oferecer serviços mais baratos em postos de atendimento digitais. O primeiro painel contou ainda com a participação do sócio-diretor da Doc.Space, Eduardo Arruda, que falou da experiência da empresa na digitalização de documentos oficiais e os entraves da legislação para avançar na atividade.

Ainda na parte da manhã, o SmartGov contou com um painel sobre transformação digital. Participaram os empresários José Renato Hopf (4al) e Cássio Bobsin (Zenvia), assim como o secretário de Administração de Santa Catarina, Jorge Eduardo Tasca, professor Luciano Paschoal Gaspary (UFRGS) e Thiago Camargo Lopes (Movimento Brasil Digital).

Entre os destaques da programação desta quinta-feira estão Santiago Uribe, diretor do escritório de resiliência da cidade de Medellín, Colômbia, e Josep Miquel Piqué, mentor de iniciativas como o 22@, de Barcelona, que revitalizou cerca de 200 hectares de uma área industrial considerada obsoleta para transformá-la em um conceito de qualidade de vida.

O seminário é uma iniciativa da Secretaria de Planejamento, Orçamento e Gestão (Seplag), em parceria com as secretarias de Governança e Gestão Estratégica (SGGE) e de Inovação, Ciência e Tecnologia (Sict).

Confira aqui a programação do segundo dia do evento. 

Texto: Pepo Kerschner/Ascom Seplag
Edição: Patrícia Specht/Secom

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