A diretoria da Sulgás detalhou, nesta quinta-feira (9), ao secretário de Infra-Estrutura e Logística, Daniel Andrade, programa de biogás. Trata-se de estudo de viabilidade técnico-econômica para obtenção de biogás a partir de dejetos orgânicos da suinocultura e comercialização como combustível para indústrias e veículos, inicialmente focados nas regiões Norte e Vale do Taquari. O secretário pediu à companhia estudo sobre impacto econômico-ambiental que o projeto teria para o Estado, caso fosse expandido para outras regiões, mostrando a importância assumida pela produção de carne suína no desenvolvimento gaúcho. A obtenção do biogás é importante para resolver o problema dos produtores rurais na adequação à legislação e para ampliação da cadeia produtiva e de negócios no setor, contribui na diminuição dos impactos ambientais e para produção de fonte energética com mesmas especificações do gás natural e, ao mesmo tempo, favorece a diversificação da matriz energética do Estado, avalia Andrade. De acordo com o diretor-presidente da Sulgás, Artur Lorentz, a utilização do biogás atende a três problemas básicos. O primeiro é aproveitamento de efluentes grandes causadores da poluição nas comunidades atingidas, outro trata-se da utilização comercial de fonte energética ambientalmente viável em maior quantidade de municípios e, em terceiro lugar, aumento de oportunidades no mercado de trabalho e geração de renda, tanto na produção primária, ou seja, na própria criação de suínos, quanto na secundária, os frigoríficos. O biogás já é produzido em algumas propriedades do Rio Grande do Sul para geração de energia elétrica e térmica, mas é a primeira vez que uma empresa gaúcha pensa em utilizá-lo como combustível em indústrias e veículos, tendo em vista que apresenta as mesmas aplicações e vantagens do gás natural. Andrade conheceu também o funcionamento do que seria o sistema, com as etapas de coleta dos resíduos, biodigestão que gera biofertilizante e biogás e tratamento e purificação do combustível para adequação às especificações técnicas de comercialização exigidas pela portaria 104 da ANP, para estar pronto para o consumo. Depois de tratado, o combustível passa a ter as mesmas especificações do gás natural, constituído majoritariamente de metano. A Sulgás, além de comercializar gás, pode também participar como acionista minoritária nos investimentos. Benefícios da produção de biogás ? Redução da emissão de metano (CH4) e de dióxido de carbono (CO2), gases causadores do efeito estufa; ? Redução da poluição hídrica; ? Processo natural para se tratar rejeitos (resíduos) orgânicos; ? Redução do odor; ? Obtenção de créditos de carbono; ? Produção de combustível de alta qualidade; ? Produção, como resíduo, de biofertilizante rico em nutrientes e livre de microorganismos patogênicos, com economia de fertilizantes minerais; ? Ampliação da suinocultura; ? Aumento das oportunidades no mercado de trabalho e geração de renda; ? Ampliação do mercado pela distribuição de gás natural em locais não atendidos por gasodutos; ? Diversificação de fontes energéticas; ? Fomento do uso de energias renováveis; ? Atração de investimentos.