Uso de cinzas de carvão como subproduto traz benefícios ao meio ambiente
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A utilização das cinzas de carvão como subproduto resulta em numerosos benefícios, entre os quais podem ser citados: uma diminuição significativa da necessidade de áreas destinadas aos aterros, a conservação de recursos naturais, um ambiente mais limpo e seguro, a redução de emissão de dióxido de carbono, impulsão no desenvolvimento econômico e a redução geral do custo de geração de eletricidade. O potencial produtivo das cinzas de carvão é de 4 milhões de toneladas ao ano e seu uso para a produção de tijolos ajuda a resolver um problema associado à queima do carvão que é a estocagem das cinzas geradas. Significa que além de resolver um problema ambiental as tecnologias para uso das cinzas colaboram para a implementação de construções de menor custo.
O Estado detém 90% de todas as reservas carboníferas brasileiras, o que equivale a cerca de 28 bilhões de toneladas. Segundo o geólogo e responsável pelo departamento de meio ambiente da Cientec, Oleg Zwonok, o carvão é considerado uma boa alternativa para uso energético e as tecnologias para as emissões, cada vez mais limpas desta fonte, têm sido alvo de constantes estudos. O tijolo ecológico não precisa de rejunte, uma economia a mais, sem contar a redução do tempo de construção, destaca Zwonok. Esteticamente viável, apenas um verniz fosco ou brilhante é suficiente para dar mais charme à casa. Além disso, as peças têm geometria definida, o oposto dos tijolos convencionais que são uns diferentes dos outros, o que implica na necessidade de ajustes na hora da obra.
Apesar do grande potencial demonstrado pelas cinzas como materiais de construção na pavimentação, são raramente empregadas no Brasil, em obras viárias, sobretudo porque são poucos especialistas empenhados em levar adiante as tecnologias já desenvolvidas. Existem soluções tecnológicas que podem minimizar os impactos ao meio ambiente. Para Luiz Augusto Pereira, as pesquisas em torno do assunto revelam preocupação neste sentido. Um exemplo disto é a tecnologia de queima de carvão em leito fluidizado que a Cientec desenvolveu e vem aperfeiçoando já há alguns anos.
O carvão fóssil, ao mesmo tempo, é a principal alternativa para alcançar, no Sul do Brasil, a meta da independência energética. A participação da Cientec com relação aos resíduos da combustão do carvão, nas últimas duas décadas, se concentrou basicamente na sua caracterização, sob os mais diversos aspectos, e no desenvolvimento de tecnologias voltadas ao aproveitamento como tijolos e telhas. Como resultado do conhecimento obtido por mais de uma década em pesquisas com o carvão, a Cientec detém tecnologias necessárias para obter o aproveitamento racional e econômico das cinzas em áreas como construção civil, artefatos, aterros e sub-base de pavimentos.
Texto de Guga Stefanello