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Vacinação contra HPV para jovens de 15 a 19 anos é prorrogada até final de 2025 no Estado

A medida busca ampliar a proteção contra o câncer de colo de útero e outros tumores relacionados ao vírus

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A foto mostra uma jovem de pele morena clara, com cabelos pretos longos presos em um rabo de cavalo lateral, sentada de perfil, recebendo uma vacina no braço esquerdo. Ela usa uma camiseta preta e observa a agulha com uma expressão séria e atenta. A agulha, fina e prateada, é visível no momento da aplicação, com o braço dela levemente flexionado. À frente da jovem, uma profissional de saúde, parcialmente visível, com touca branca, máscara branca e óculos, está aplicando a injeção. A mão da profissional segura o braço da jovem suavemente, e um chumaço de algodão branco é visível próximo ao ponto da aplicação. O ambiente ao fundo é um local de saúde, com paredes brancas, e alguns elementos médicos, como caixas de descarte de material ou kits de primeiros socorros em tons de vermelho e branco, ligeiramente desfocados.
Ampliação para faixa de 15 a 19 anos, iniciada em março, busca alcançar adolescentes não vacinados na idade recomendada - Foto: Julia Prado/Ministério da Saúde

O governo do Estado, por meio da Secretaria da Saúde (SES), prorrogou até o final de 2025 a vacinação contra o papilomavírus humano (HPV) para adolescentes de 15 a 19 anos não vacinados anteriormente. A medida segue a orientação do Ministério da Saúde e tem como objetivo ampliar o resgate vacinal desse público, oferecendo uma nova oportunidade de proteção contra o vírus e os cânceres a ele associados.

A vacina contra o HPV é a principal forma de prevenção contra o câncer de colo do útero, além de outros tipos como o de ânus, de pênis, de boca e de orofaringe.

No calendário nacional de rotina, o imunizante é ofertado regularmente em dose única para meninas e meninos de 9 a 14 anos. A ampliação para a faixa de 15 a 19 anos, iniciada em março deste ano, busca alcançar adolescentes que não foram vacinados na idade recomendada.

Reforço para a faixa etária

Desde o início da estratégia, aproximadamente 6,6 mil adolescentes entre 15 e 19 anos já receberam a vacina no Rio Grande do Sul. No entanto, estima-se que aproximadamente 300 mil jovens da faixa etária ainda não tenham sido imunizados no Estado.

De acordo com a orientação da SES, quando não for possível confirmar o histórico vacinal, o adolescente deve ser considerado como não vacinado e receber a dose de resgate.

Riscos do HPV

O HPV é a infecção sexualmente transmissível mais comum no mundo e está presente em quase todos os casos de câncer de colo do útero. Em 2023, o Rio Grande do Sul registrou 1.420 casos da doença e 407 óbitos.

A vacina é segura, eficaz e protege contra os principais tipos do vírus. Os de números 6 e 11 são de baixo risco e associados ao aparecimento de verrugas, ao passo que o 16 e o 18 são de alto risco e podem evoluir para câncer, sendo responsáveis por cerca de 70% dos casos que evoluem para a doença.

Cobertura vacinal

Para o público de 9 a 14 anos, a meta de cobertura da vacinação contra o HPV é de 90%. Contudo, esse índice tem ficado abaixo do que é preconizado no RS nos últimos anos.

  • 2025 (parcial) - público feminino: 79,22% / público masculino: 66,11%

  • 2024 - público feminino: 86,70% / público masculino: 70,76%

  • 2023 público feminino: 83,39% / público masculino: 63,68%

  • 2022 público feminino: 79,05% / público masculino: 51,27%

  • 2021 - público feminino: 75,02% / público masculino: 40,11%

Fonte: Ministério da Saúde

Perguntas e respostas sobre o HPV e a vacinação

  • O que é HPV?

O HPV (siga em inglês para papilomavírus humano) é um vírus que infecta a pele ou mucosas (oral, genital ou anal), podendo causar verrugas nessas regiões e, dependendo do tipo, levar ao desenvolvimento de câncer. A infecção pelo HPV é considerada uma infecção sexualmente transmissível (IST).

  • Como o HPV é transmitido?

A principal forma de transmissão é pelo contato direto com a pele ou a mucosa infectada, especialmente durante relações sexuais – incluindo contato oral-genital, genital-genital ou manual-genital . O uso de preservativo contribui para a redução da transmissão. Entretanto, a infecção pode ocorrer mesmo sem penetração vaginal ou anal. Também é possível a transmissão durante o parto. Muitas pessoas infectadas não apresentam sintomas, mas ainda assim podem transmitir o vírus.

  • Qual é a relação entre HPV e câncer?

Na maioria dos casos, a infecção pelo HPV desaparece espontaneamente. No entanto, quando persiste, pode causar lesões que, se não forem tratadas, podem evoluir para câncer – principalmente no colo do útero, mas também na vagina, na vulva, no ânus, no pênis, na orofaringe e na boca.

  • Quais tipos de HPV podem causar câncer?

Cerca de 13 tipos de HPV são considerados oncogênicos (com potencial para causar câncer). Os tipos 16 e 18 são os mais perigosos, estando presentes em cerca de 70% dos casos de câncer do colo do útero. Já os tipos 6 e 11, embora não causem câncer, são responsáveis por 90% das verrugas genitais e papilomas laríngeos.

  • Qual vacina é usada contra o HPV?

O Ministério da Saúde utiliza a vacina quadrivalente para HPV, que protege contra os tipos 6, 11, 16 e 18, prevenindo tanto as verrugas genitais quanto os tipos mais associados ao câncer.

  • Como prevenir a infecção pelo HPV?

    • Vacinação: a vacina contra o HPV é gratuita pelo SUS aos públicos elegíveis.

    • Exame preventivo (papanicolau): ajuda a identificar lesões precursoras do câncer de colo do útero.

    • Uso de preservativos: a camisinha masculina ou feminina (interna ou externa)    reduz o risco de transmissão, embora não elimine totalmente, pois o vírus pode estar em áreas não cobertas. A camisinha feminina, que cobre a vulva, oferece proteção mais ampla. 
  • Quem pode tomar a vacina?

    • Meninas e meninas de 9 a 14 anos (dose única).

    • Temporariamente, até dezembro de 2025, jovens de 15 a 19 anos que ainda não se vacinaram.

    • Pessoas de 9 a 45 anos com condições especiais, como:
      • pessoas vivendo com HIV;
      • transplantados;
      • pacientes oncológicos;
      • vítimas de violência sexual;
      • usuários de PrEP (profilaxia pré-exposição ao HIV);
      • portadores de papilomatose respiratória recorrente (a partir de 2 anos de idade).
  • Quem já teve HPV pode se vacinar?

Sim, desde que esteja dentro da faixa etária indicada. Estudos mostram que a vacina pode ajudar a prevenir reinfecções ou reativações do vírus.

  • Mesmo vacinado, é necessário usar preservativo?

Sim. A vacina protege apenas contra o HPV, não contra outras ISTs. O uso do preservativo continua sendo essencial em todas as relações sexuais.

Adolescentes precisam de autorização dos pais para se vacinar?

Não. Para receber a vacina em uma unidade básica de saúde, o adolescente não precisa de autorização por escrito nem da presença dos pais. Basta apresentar um documento de identificação e o cartão de vacinação, caso tenha.

Texto: Ascom SES
Edição: Anderson Machado/Secom

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