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Vigilância Ambiental orienta sobre presença de morcegos em áreas urbanas

Publicação:

Vigilância sanitária
CEVS alerta para alguns cuidados no manejo de morcegos - Foto: Divulgação/SES

A entrada acidental de morcegos em residências é comum nas áreas urbanas, principalmente na primavera e verão, período de reprodução e de crescimento dos filhotes. O número 150 do Disque Vigilância, do Centro Estadual de Vigilância em Saúde (CEVS/RS), serviço de atendimento à população que funciona em plantão de 24 horas, registrou aumento nas ligações para relatar incidentes envolvendo morcegos nos meses de dezembro a fevereiro. O CEVS alerta a população para alguns cuidados no manejo destes animais para evitar acidentes e principalmente a transmissão do vírus da raiva. 

As pessoas que tiverem dúvidas sobre a infecção de algum animal ou desconfiarem de alguma colônia de morcegos, podem entrar em contato pelo Disque Vigilância ou solicitar informações para a Vigilância Ambiental em Saúde do seu município. Mais orientações podem ser buscadas no Guia de Manejo e Controle de Morcegos, disponibilizado no site da Secretaria da Saúde (www.saude.rs.gov.br

Até as décadas de 1980 e 1990, o cão era o principal agente transmissor do vírus da raiva, contudo, esta situação mudou depois de iniciadas as campanhas massivas de vacinação de animais domésticos. A partir do ano de 2004 a importância do morcego como transmissor da raiva aumentou e hoje ele é considerado a principal espécie agressora no Brasil. "Existem várias hipóteses para explicar a mudança no perfil epidemiológico da doença, entre eles, a expansão das áreas urbanas, o desmatamento, a falta de planejamento da arborização nas cidades", explica André Witt, biólogo da Vigilância Vigilância Ambiental em Saúde. 

O biólogo destaca que a legislação brasileira protege os morcegos e as ações do poder público incluem a orientação sobre a importância biológica e os riscos à saúde pública nos casos de acidentes. Segundo ele, os animais têm um importante papel ecológico, especialmente, por terem hábitos alimentares diversos. Há espécies que se alimentam exclusivamente de insetos, outras, de frutos, nectar, pólen e parte das flores. "Essas características tornam os morcegos responsáveis, por exemplo, pelo controle das populações de insetos e pela regeneração de áreas reflorestadas".

Projeto - Desde 2011, a Divisão de Vigilância Ambiental em Saúde / CEVS desenvolve o Projeto Monitoramento de Morcegos no Rio Grande do Sul com a finalidade de identificar e organizar informações sobre o papel destes animais na transmissão de doenças de relevância para a saúde pública em áreas urbanas. Entre as ações do programa está a captura e marcação com anilhas com o objetivo de permitir a posterior identificação do indivíduo. 

"Temos espécies de morcegos bem-adaptados ao meio urbano. O monitoramento destes indivíduos é fundamental para identificarmos em que áreas eles se concentram, como se dispersam e para onde se deslocam durante o ano, uma vez que algumas espécies têm comportamento migratório". Neste sentido, o CEVS fez contato com especialistas no assunto em países da América Latina visando à identificação das rotas migratórias destes animais. 

Além da marcação, periodicamente também é feita a coleta de material biológico para investigar a presença de doenças. A partir dos dados coletados, os técnicos do CEVS estabelecem ações sobre o manejo correto e o controle de morcegos em áreas urbanas. Graças ao projeto e a parcerias estabelecidas com universidades, mais de 800 morcegos já estão marcados e identificados no RS. "A ideia é desenvolver pesquisas em saúde pública sobre a presença de morcegos em áreas urbanas". 

O programa desenvolve ainda cursos e capacitações sobre morcegos, raiva e saúde pública para servidores municipais e estaduais da saúde, incluindo profissionais do corpo de bombeiros, dos conselhos de Biologia e Medicina Veterinária e de universidades. Entre os anos de 2011 e 2014, 817.pessoas foram capacitadas em todo o Estado. 

Saiba Mais

Em casos de incidentes envolvendo morcegos em área urbana, recomenda-se as seguintes ações:

  • Lance um pano sobre o animal:

  • Com o auxílio de uma vassoura ou semelhante, coloque-o dentro de uma caixa de papelão, lata ou outro recipiente. Não se esqueça de fazer pequenos furos para ventilação.

  • Não coloque álcool ou qualquer outro tipo de líquido conservante no recipiente;

  • Envie o material para o posto de saúde mais próximo para realizar exame de raiva.

  • Nos casos de contato com o morcego, limpe o ferimento com água e sabão e procure orientação junto ao serviço de saúde de sua cidade.

Obs. Não capture animais com as mãos, pois a mordida é inevitável. Use sempre luvas, máscaras, botas de borracha.

 

Texto: Ascom/SESRS
Edição: Redação Palácio Piratini/Coordenação de Comunicação

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