Vínculos familiares é tema de evento em alusão ao Dia Internacional da Família
Relatos de famílias adotantes e palestras fizeram parte da programação
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Durante a tarde de segunda-feira (15/5), a Secretaria de Justiça, Cidadania e Direitos Humanos (SJCDH) realizou evento em alusão ao Dia Internacional da Família no Centro Administrativo Fernando Ferrari (Caff). O fortalecimento dos vínculos familiares foi o tema abordado pelas palestras e pelos relatos do encontro, cujo objetivo foi aproximar o governo do Estado e as famílias gaúchas.
Para o secretário de Justiça, Cidadania e Direitos Humanos (SJCDH), Mateus Wesp, é muito importante reforçar o protagonismo da família na construção dos vínculos que os indivíduos têm ao longo de suas vidas. “Quando falamos em famílias, devemos ter a consciência de que há muitos elos que fazem essa estrutura funcionar. Esse evento é um primeiro passo para trocarmos experiências, conhecermos diversas realidades e podermos gerar um debate de políticas públicas que alcancem todas as famílias em sua plenitude”, afirmou.
Katiane Bier, diretora do departamento do Idoso e da Família da SJCDH, que promoveu o evento, reforçou a importância da data. “Nosso objetivo é fortalecer e fornecer as políticas públicas. Para isso, estamos trabalhando incansavelmente desde janeiro. Estamos abertos a todos os projetos e ideais. Vamos, juntos, fortalecer esta parte tão importante da sociedade que são as nossas famílias”, enfatizou.
Palestras
A primeira parte do evento foi composta por três palestras. Na primeira delas, o desembargador do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul, Rui Portanova, falou sobre machismo e direito de família. Em seguida, a promotora de justiça do Ministério Público do Rio Grande do Sul, Veleda Dobke, abordou a prevenção da violência intrafamiliar. Fechando o ciclo de palestras, a presidente da Comissão de Direito de Família e Sucessões da Ordem do Advogados do Brasil (Seccional Rio Grande do Sul), Renata Santa Maria, discutiu os direitos das famílias na atualidade.
Relatos
Durante o evento, a secretária adjunta da SJCDH, Caroline Moreira, compartilhou sua experiência como mulher negra e mãe de um menino de dez anos e de uma menina de três. “Acreditamos que a responsabilidade da criação dos filhos é das mães e dos pais, mas na realidade não é. A responsabilidade, após o nascimento de uma criança, é da sociedade como um todo”, disse.
“Eu me descobri negra quando meu primeiro filho nasceu, até então eu sabia apenas que eu tinha a pele negra. E se descobrir negra não foi algo fácil, pois essa descoberta ocorreu por todas as negações que tive durante minha gestação”, acrescentou Caroline.
O relato emocionado de Luciana Medina também marcou o evento. Ela é mãe de Bernardo Martinez, de 22 anos, autista, e que iniciou na segunda (15/5) sua jornada no curso superior de biologia. Luciana contou a história de sua família, relatou as dificuldades enfrentadas e ainda falou sobre a importância da existência de políticas públicas para a população com Transtorno do Espectro Autista (TEA) e sua famílias.
“O pior preconceito que existe é o familiar e temos pouca atuação dentro das famílias. Cerca de 90% das mães de autistas criam seus filhos sozinhas. Então, precisamos pensar em políticas públicas para o nosso Estado que sejam direcionadas aos pais, para que entendam que ser diferente não é ser menos, mas somente ser diferente”, afirmou Luciana.
Outras famílias tiveram a oportunidade de compartilhar suas histórias. Entre elas estava a família formada por Paulo André da Rosa e Tellemaco Bittencourt Junior, que adotaram Marlucio, de 14 anos. O Dia Internacional da Família é muito importante para eles, pois foi nessa mesma data, há quatro anos, que o juiz assinou a guarda provisória do filho adotivo. Além deles, Deise Regina da Cruz, que é mãe solo, contou sua história sobre a adoção através do apadrinhamento afetivo de Wesley, de 18 anos. Eles estão juntos há sete anos.
Texto: Giovanni Disegna/ SJCDH
Edição: Rodrigo Toledo França/Secom