Visceral Brasil aborda a guitarrada de Mestre Vieira
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Mestre Vieira, criador da guitarrada, um som típico do norte do Brasil, é o personagem desta semana de “Visceral Brasil - as veias abertas da música”, que vai ao ar neste sábado (23), às 22h. Na década de 70, seu disco “Lambadas das Quebradas” solidificou a guitarrada, que se popularizou nos anos 80 como lambada.
As guitarradas são composições instrumentais em que a guitarra solo é o principal som, embalada pela cumbia, merengue e carimbó. Fortemente influenciado pelo chorinho, Mestre Vieira se revelou um virtuoso ainda na infância e começou a tocar bandolim, passou ao banjo, ao cavaquinho, ao violão e a instrumentos de sopro, como o saxofone.
Inventivo, lançou mão de seus conhecimentos de radiotécnico para fabricar seus primeiros amplificadores caseiros. Na época, Barcarena, uma cidade ribeirinha, ainda não possuía luz elétrica. A solução de Vieira foi usar alto-falantes de rádios desmontados e baterias de caminhão.
O seriado Visceral Brasil apresenta 13 episódios sobre a música de raiz brasileira com grandes mestres, que conseguiram extrapolar o nicho da música regional e se tornaram referência para a MPB. A produção é da Plural Filmes, em parceria com a Joner Produções, e tem direção de Márcia Paraíso e curadoria de Carla Joner.
Próximos episódios:
Programa 12 “Gente de verdade” 30 de agosto, às 22h
Sinopse: Os índios Suruí Paiter- na tradução para o português, “gente de verdade” – vivem em Rondônia e tem a tradição da cantoria e do uso da flauta de taquara para relatar o cotidiano. A cerimônia da chicha, quando os dois clãs que habitam a mesma aldeia se encontram e se desafiam através da música, é um acontecimento de resistência cultural de um povo que manteve sua língua e muitas de suas tradições ancestrais. Participação especial de Marlui Miranda, que desde a década de 70 desenvolve projetos artísticos com vários grupos indígenas, inclusive os Suruí.
Programa 13 “Pelas almas de bem” 6 de setembro, às 22h
Sinopse: Na madrugada da véspera do dia de finados, o grupo Zambiapunga, formado por cerca de 40 homens, sai pelas ruas da pequena cidade de Nilo Peçanha, chamando pelas almas de bem, como numa catarse coletiva. Uma tradição que veio da África para a Bahia.
Texto: Clarice Passos