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Vizinhos do Residencial Terapêutico Morada Viamão promovem churrasco de confraternização para usuários do serviço

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O Acampamento Farroupilha, em Porto Alegre, foi palco de uma confraternização entre os usuários-moradores do Residencial Terapêutico Morada Viamão e os vizinhos do local, nesta quarta-feira (17). A atividade marca o fortalecimento da reintegração social que a mudança para o residencial promoveu aos ex-usuários de longa permanência do Hospital Psiquiátrico São Pedro (HPSP). 

Esta é a segunda vez que o encontro é promovido no Acampamento Farroupilha. "A iniciativa da realização do almoço no piquete, feito pelos vizinhos do residencial, é uma consequência da socialização e autonomia que eles conquistaram na vizinhança", comemorou um dos coordenadores, Fábio Knijnik.

Para Maria Braulina de Souza, uma das três vizinhas que comandaram o churrasco, a confraternização também contribui para a proximidade e se reflete na convivência diária. "Eles vêm, dançam, se divertem. E isso melhora muito a autoestima. Os moradores sempre perguntam quando vão vir ao Harmonia de novo", disse.

A expectativa pelo evento ficou evidenciada na alegria de uma das moradoras, Marli de Oliveira Lemos, que arrumou os cabelos com tranças especialmente para ir ao churrasco. Ela lembrou que na semana anterior, quando a atividade foi transferida em função da chuva, lamentou porque não iria ao parque, mas hoje estava feliz por encontrar seus amigos.

A equipe que acompanha os moradores observa uma ampliação da autonomia e da reinserção social e destaca ações como a atualização contínua do plano terapêutico singular, que zerou a necessidade de internações psiquiátricas no último ano.

Sobre a desinstitucionalização da assistência
A desinstitucionalização dos usuários-moradores do São Pedro, em consonância com os princípios da Lei da Reforma Psiquiátrica, prevê a mudança do modelo assistencial com o objetivo de fortalecer o cuidado em liberdade, produzindo apoio mútuo, autonomia e dignidade e promovendo a reabilitação psicossocial e o resgate da cidadania destas pessoas.

Hoje, 183 usuários ainda residem no HPSP, enquanto 78 já estão vivendo em 35 residenciais terapêuticos, sendo 31 em Porto Alegre e quatro em Viamão. Outros quatro novos serviços desse tipo estão sendo preparados para receber usuários: duas casas na zona Sul e duas na zona Norte de Porto Alegre. As casas são alugadas pela Secretaria Estadual da Saúde.

Residencial Terapêutico Morada Viamão
Localizado em um mesmo terreno pertencente ao Estado no município de Viamão, no Bairro Santa Cecília, o residencial foi inaugurado em 2002, com usuários egressos da Unidade Dom Bosco do HPSP, que ocupam quatro casas, cada uma com capacidade máxima para oito moradores. O residencial Morada Viamão entrou em pleno funcionamento em 2005 e, atualmente, conta com 18 residentes (cinco mulheres e 13 homens).

Os usuários-moradores são acompanhados por equipe multidisciplinar, composta por 16 cuidadores, além de trabalhadores de serviços terceirizados para higienização, portaria 24 horas e alimentação. A equipe trabalha a mudança junto aos moradores, sensível a todos os fatores que ela envolve: o resgate de competências, o aprendizado de andar novamente pela cidade, a discussão das rotinas de uma casa, a reelaboração de seus medos e o aprendizado da negociação. Os profissionais também auxiliam no encaminhamento dos usuários para a rede de atendimento, que inclui CAPS e outras unidades para acompanhamento.

Rede de Atenção Psicossocial (RAPS)
Além dos SRTs, voltados para a assistência dos usuários de longa permanência do HPSP, a Rede de Atenção Psicossocial (RAPS) no RS também inclui a ampliação e qualificação de serviços para as mais variadas demandas em Saúde Mental. Ela conta hoje com 182 Centros de Atendimento Psicossocial (CAPS) no Estado, sendo 11 deles com funcionamento 24 horas. Trata-se de um serviço de atenção em saúde mental, álcool e outras drogas, com equipe multiprofissional, que acompanha situações agudas e persistentes, que demandam acompanhamento intensivo. Os CAPS são responsáveis pela articulação da rede nos seus municípios e pelo encaminhamento à internação quando houver necessidade.

A RAPS também conta com 1.301 leitos incentivados em Hospitais Gerais, 810 leitos em hospitais psiquiátricos e 1.567 vagas em comunidades terapêuticas (567 contratadas pela SES e 1 mil via Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas – SENAD). Complementam a rede 37 composições de Redução de Danos, em 20 municípios; 116 municípios com núcleo de apoio a atenção básica (NAAB) e 288oficinas terapêuticas na atenção básica.

Texto: Assessoria SES/RS
Foto: Gabriele Rocha

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