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Alunos gaúchos conquistam medalhas nas Paralimpíadas Escolares em São Paulo

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Atletas paralimpicos
Mais de 60 atletas gaúchos participaram das Paralimpíadas Escolares, em São Paulo - Foto: Ascom SEL

Movidos pela superação, mais de 60 atletas gaúchos viajaram para São Paulo rumo às Paralimpíadas Escolares 2019 e retornaram neste sábado (23/11). Pela manhã, o governador Eduardo Leite estava no aeroporto Salgado Filho, embarcando para cumprir agenda de compromissos fora do Estado, e encontrou parte dos atletas que desembarcavam trazendo nas malas mais do que medalhas. Os representantes do Rio Grande do Sul agora têm várias histórias para contar, novos amigos e grande estímulo para continuar treinando. 

atlepas paralimpicos governador
O técnico Huibner Machado da Silva registrou o encontro do governador com parte dos atletas no momento em que desembarcavam - Foto: Huibner Machado da Silva

As provas foram realizadas no Centro de Treinamento Paralímpico de São Paulo. A solenidade de abertura, que aconteceu no salão eventos do hotel Holiday Inn, contou com a presença do secretário do Esporte e Lazer, João Derly, que também acompanhou as competições realizadas no primeiro dia. Ele destacou a importância de fomentar o esporte paralímpico no Estado. “O evento e as instalações do Centro Paralímpico são maravilhosos. Esses atletas já são vitoriosos na vida e merecem nossa admiração. Estamos buscando retomar o crescimento do paradesporto gaúcho. Um dos projetos é a realização de festivais paralímpicos em municípios do Rio Grande do Sul ”, comentou Derly.

Histórias de superação

Exemplo de dedicação e muita alegria, a aluna da Associação Escola Louis Braille, Doris Santana de Andrade, 12 anos, deficiente visual diagnosticada com retinopatia da prematuridade, veio de Pelotas acompanhada do técnico, Huibner Machado da Silva. Viajando pela primeira vez sem os pais, a conquista das medalhas de ouro, de prata e de bronze no atletismo foi motivo de euforia e surpresa, pois ela iniciou os treinos em março deste ano, e a evolução chegou mais rápido do que o esperado. Apesar de comemorar muito a atleta deixou claro que o prêmio mais valioso é a oportunidade de participação: “Estou muito feliz, gostando muito de estar aqui. Ganhar as medalhas é muito legal, mas o mais importante é essa alegria, diversão e a oportunidade de fazer novas amizades”, afirmou.

Doris Santana de Andrade
Doris, 12 anos, conquistou medalhas de ouro, de prata e de bronze no atletismo - Foto: Ascom SEL

O técnico e treinador também comemora a conquista das medalhas, mas destaca que a melhor façanha é o salto no desenvolvimento motor. “Quando começamos os treinos, ela tinha muita dificuldade na marcha, quando fazia acelerava muito o passo e hoje já consegue correr bem. Ela sai das paralimpíadas muito empolgada para continuar os treinos”, comemora Huibner.

Nem a distância percorrida de cerca de 500 quilômetros de Alegrete para Porto Alegre e a espera no aeroporto para decolar rumo a São Paulo tiraram o sorriso do rosto de Viviane Castilhos Machado, 12 anos. Ela está acostumada a enfrentar desafios desde que nasceu diagnosticada com paralisia cerebral. A doença afetou a coordenação motora e, devido às dificuldades em movimentar os braços, Viviane joga bocha com os pés. Pela primeira vez nas paralimpíadas, a atleta não traz medalha, mas algo muito gratificante dessa viagem.

Viviane Castilhos Machado
Viviane, 12 anos, joga bocha com os pés - Foto: Divulgação / CPB

Conforme a mãe da garota, Maira Dianefer da Rosa Castilhos, que acompanhou a menina durante a competição, a atleta incluirá a prática de outras atividades esportivas na rotina. “Com 18 anos me tornei mãe de uma menina linda que está sempre com sorriso no rosto”, conta. A menina tinha seis anos quando foi adotada e logo começaou a frequentar a Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (Apae) e realizar outras atividades, como equoterapia. “Seu sonho era ir para escola e, quando foi, ficou muito feliz e se sentiu determinada a evoluir. Ela não se movimentava, só mexia os olhos e agora senta, caminha e fala. Ela adora jogar e fazer amizades, ganhando ou perdendo está sempre procurando melhorar. A bocha é o primeiro esporte que pratica, mas com a experiência maravilhosa que estamos tendo aqui, vamos pensar em outras modalidades que ela queira praticar”, projeta a mãe, que é prima biológica da menina.

Viviane entrou no esporte estimulada pela fundadora da Associação Esporte para Todos, Josi Pillar, e pela direção do Instituto de Educação Osvaldo Aranha, onde estuda. Ela realiza seus treinos em casa com o apoio do Grupo Esporte para Todos, de Alegrete, que empresta os materiais.

Destaque para natação

Foi a partir de um projeto escolar em uma escola estadual especial para alunos com deficiência intelectual, em Porto Alegre, que o esporte paralimpíco passou a fazer parte da vida das professoras de Educação Fisica Ana Paula Vieira Malanovicz e Fernanda Michaelsen Martins, que criaram a Esporte+, em 2013. Aos poucos foram surgindo outros interessados e o projeto virou a Associação Esporte+, que atualmente conta com mais de 30 atletas e alguns voluntários. A associação é administrada por pais de atletas. Os treinos de atletismo ocorrem no Parque Municipal Alim Pedro, no bairro Iapi, em Porto Alegre. Os treinos de natação acontecem no Grêmio Náutico União, sede Moinhos de Vento, clube parceiro da instituição.

O projeto Chuá da Apae Viamão também classificou duas nadadoras que, acompanhadas pela professora Geneci Wiest, estiveram pela primeira vez nas paralimpíadas. Desde 2005, atividades aquáticas para alunos com deficiência são desenvolvidas no Clube dos Casados, por meio do projeto. A natação está presente no programa oficial de competições desde 1960, em Roma, quando começou a paralimpíada. A primeira participação brasileira no quadro de medalhas ocorreu em Stoke Mandeville, em 1984.

Paracergs classifica para Paralimpíadas

Participam da competição, que é considerada o maior evento mundial para crianças e adolescentes com deficiência em idade escolar, alunos de instituições de ensino públicas e privadas, com idade de 12 a 18 anos, em times feminino e masculino. A Secretaria do Esporte e Lazer (SEL) é responsável por realizar o Campeonato Paradesportivo Estudantil do RS (Paracergs), seletiva estadual que classifica os alunos para o evento nacional. Além da realização do Paracergs, o governo do Estado disponibiliza transporte aéreo para a delegação gaúcha, com recursos da Lei Pelé. O Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB), realizador do evento, paga a hospedagem e a alimentação. Os medalhistas (ouro, prata ou bronze) têm chances de receber a Bolsa Atleta, conforme algumas especificações determinadas em lei.

A delegação do Rio Grande do Sul conquistou 72 medalhas:
• 31 de ouro
• 25 de prata
• 16 de bronze

ATLETISMO: 40 medalhas
• 16 medalhas de ouro
• 14 medalhas de prata
• 10 medalhas de bronze

Atletas
• Arthur Jesus da Silva Vargas
• Bruna Geremias Gonzales
• Dóris Santana de Andrade
• Emanuela Formagini Pancotte
• Erick Kauã dos Santos Soares
• Fabiana Fontana da Silva
• Fabrício Castelo Christ
• Henrique Vieira Mendes
• Higor Camargo Farias
• Julia Brandão de Lima
• Keimilymn Amaral Campos
• Martina Contessa Zefino
• Matheus Vasconcelos da Gama
• Murillo Vaz Medeiros
• Natália da Silva Siqueira
• Rhuan Ribeiro Duarte
• Thiago Renê Santos dos Santos

NATAÇÃO: 29 medalhas
15 medalhas de ouro
11 medalhas de prata
3 medalhas de bronze

Atletas
• Ana Carolina da Silva Matias
• Cauê Ribeiro
• Derick de Moura
• Gabriel Corso
• José Arthur Furtado
• Larissa Rodrigues
• Mara Rubia Piquelete Ennes
• Matheus Henrique da Silva Rodrigues
• Raphaella Souza do Amaral

TÊNIS DE MESA: 1 medalha
Medalha de bronze por equipe

Atletas
• Adrian Leandro Antes Wildchen
• Kemily Vitoria Prado Oliveira
• Thalik Rodrigues da Silva

Texto: Lisiane Volkweis/ Ascom SEL
Edição: Vitor Necchi/Secom

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