Andres e Cameron projetam construção de anel de gás natural entre Brasil, Argentina e Bolívia
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Em audiência com o ministro da Energia argentino, Daniel Cameron, nesta quarta-feira (16), em Buenos Aires, o secretário estadual de Energia, Valdir Andres, solicitou a garantia contratual do fornecimento de 4,5 milhões de metros cúbicos/dia de gás natural argentino para o Brasil, a fim de garantir a conclusão do gasoduto Uruguaiana-Porto Alegre, com 550 quilômetros de extensão, cortando o Rio Grande do Sul de Leste a Oeste. Cameron mostrou-se disposto a garantir o abastecimento de gás natural ao Brasil. O ministro de Energia argentino disse, porém, que para isso é necessário viabilizar o gasoduto Bolívia-Argentina, que formaria um anel tripartite com o gasoduto Bolívia-Brasil e, então, com o gasoduto Brasil-Argentina (Uruguaiana-Porto Alegre). Conforme Andres, Cameron e a ministra de Energia do Brasil, Dilma Russeff, irão à Bolívia nos próximos dias para fazer este acerto. A Argentina possui muitas bacias de gás natural à disposição, mas atualmente enfrenta dificuldades de prospecção. Por isso os argentinos precisam ter a garantia de abastecimento do gás boliviano, que entraria pelo norte do país, para poder fornecer o combustível existente próximo à fronteira com o Rio Grande do Sul, explica Andres. Cameron informou que a expectativa é licitar o gasoduto Bolívia-Argentina (GNA) até março. A obra, de 1,5 mil quilômetros de extensão e investimento de US$ 1 bilhão, tem como interessados a Petrobras, a Repsol e a Pechint. Hoje, a Argentina importa 6,5 milhões de metros cúbicos/dia de gás boliviano. O consumo de gás na Argentina está no limite, por isso é necessário a construção deste novo gasoduto, fala Andres, acrescentando que, desse modo, o combustível existente nas bacias do Centro e Noroeste argentinos poderiam atender o Brasil. O Estado também está recebendo o máximo de gás boliviano disponível hoje (2,2 milhões de metros cúbicos/dia), através do gasoduto Bolívia-Brasil (que passa pelo Mato Grosso do Sul, São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul). O presidente da Ebisa (a Petrobras argentina), Hermínio Sbarra, também esteve presente na audiência de Andres com Cameron, ao lado do presidente da CEEE, Antonio Brites Jaques, do diretor da Sulgás, Ari Rogério de Marco, do chefe de gabinete da Sedai, Luiz Fernando Righi, do secretário executivo do Codesul, Valter Nagelstein, e do diretor técnico do Grupo de Trabalho Binacional de Garabi, Newton Brunelli. Saiba mais sobre o Gasoduto - O gasoduto Uruguaiana-Porto Alegre já tem 50 Km construídos, 25 Km junto a usina térmica (UTE) a gás de Uruguaiana e 25 Km no Pólo de Triunfo. - O investimento previsto é de US$ 300 milhões, a ser realizado pelo consórcio Transportadora Sul-Brasileiro de Gás (TSB), integrado por Repsol YPF (Argentina), Petrobras, Ipiranga e Tecgas. Cada um desses sócios tem 25% na TSB para a implantação do gasoduto e transporte do gás. - Ainda são necessários mais U$ 200 milhões para a implantação de uma Usina Termelétrica (UTE) de 500 MW em Triunfo, que funcionaria como âncora do gasoduto. O Governo do Estado será parceiro desta usina ? a CEEE terá 20% e a Sulgás, 3% do controle.