O artesanato do Rio Grande do Sul mostra a fusão de várias culturas que passam de geração em geração, apresentando uma variedade de produtos. No Estado são mais de 82 mil artesãos cadastrados no Programa Gaúcho do Artesanato (PGA), desenvolvido pela Fundação Gaúcha do Trabalho e Ação Social (FGTAS), vinculada à Secretaria do Trabalho e do Desenvolvimento Social (STDS). Um dos papeis do Estado é fazer com que essa gama de produtos sejam vistos e reconhecidos por todos, além de mostrar que o artesanato é sim uma profissão, mesmo que ainda não regulamentada, pois muitas pessoas se sustentam com essa única renda.

Com esse intuito, a FGTAS organiza a Exposição de Artesanato do Rio Grande do Sul (Expoargs), que está em sua 32ª edição e ocorre simultaneamente à Expointer (Exposição Internacional de Animais, Máquinas, Implementos e Produtos Agropecuários), de 29 de agosto a 6 de setembro, no Parque de Exposições Assis Brasil, em Esteio. Neste ano foram selecionados 182 artesãos, dispostos em 118 espaços, que terão suas peças expostas, entre elas cuias, mateiras, facas artesanais, tecelagem e produtos em couro. Do total, 33 artesãos participarão pela primeira da Expoargs.

Foram mais de 800 artesãos inscritos no processo de seleção e que passaram por avaliação da equipe da FGTAS. Entre os critérios de triagem, estão matéria-prima utilizada, técnica, domínio da técnica, originalidade e acabamento, além de possuir a Carteira do Artesão atualizada. “Neste ano foram realizadas seleção em nove municípios que contam com Casa do Artesão, para saber quais estavam aptos para a exposição, levando em consideração o número estabelecido para cada tipo de matéria-prima”, explica o presidente da FGTAS, Juarez Santinon. A seleção abrangeu toda a região dos nove municípios, beneficiando todos os artesãos cadastrados no sistema.

O artesão de Alvorada Luiz Carlos Alves Jardim, 63 anos, expõe desde o início da Expoargs e diz que as expectativas de vendas sempre são boas. “Para nós que queremos empreender não há crise”, afirma. "No PGA somos como uma família, trabalhamos sempre para progredir. E isso não é só o nosso trabalho, é a vida da gente”, acrescenta. Jardim trabalha com a técnica de marchetaria em madeira e fabrica diversas peças, como relógios, tábuas de carne, porta-espeto, mas o carro chefe de vendas são as placas de lembranças, com inscrições em madeira.

Já o artesão Vilmar Ferrador de Freitas, 35 anos, de Viamão, trabalha com a produção de materiais em couro cru e participa da feira há 6 anos. Entre os produtos, estão encilhas para cavalo, aperos, rédeas, cabeçadas e peiteiras, boçal, rastra, cintos, bainha, carteiras e pulseiras de relógio, exclusivos para a Expoargs. “Comercializo aproximadamente 300 itens, e a perspectiva é grande para este ano”, diz.

A expectativa, segundo o presidente da FGTAS, é de uma feira muito interessante pela qualidade dos produtos. “Foi um processo de alto nível. Esperamos a mesma qualidade na comercialização das mercadorias.” Juarez Santinon conclui que um dos papeis da fundação é desenvolver a política pública do artesanato e diversas ações nesse sentido serão criadas, justamente para valorizar os artesãos e seus produtos de qualidade.

O Programa Gaúcho do Artesanato

O PGA tem por missão incentivar a profissionalização dos trabalhadores que produzem artesanato e fomentar a atividade artesanal com políticas de formação, qualificação e orientação ao artesão. Busca também incentivar a qualidade do produto artesanal e a abertura de espaços para a comercialização. Tem sua sede administrativa na Casa do Artesão de Porto Alegre.

Expoargs

Quando: 29 de agosto a 6 de setembro

Onde: Parque de Exposições Assis Brasil, em Esteio

Horário: 9h às 20h

Texto: Cassiane Osório/Palácio Piratini
Edição: Cristina Lac/CCom