Artigo: Enfim, a estabilidade, por Luiz Fernando Mainardi
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Pelo terceiro ano consecutivo abrimos a colheita da safra do arroz - a segunda cultura mais importante de nosso Estado e fundamental para a economia de 133 municípios da metade sul - num ambiente de alegria e de certeza de que estamos no caminho certo. No período, as lavouras produziram bem, com alta produtividade; os preços, mesmo no período da colheita, se mantiveram estáveis, e os produtores estão fazendo bons negócios. Por isso, comemoramos, no último sábado, em Mostardas, o grande momento da orizicultura gaúcha.
Nada caiu do céu. Os produtores mantiveram a eficiência e os governos, com diversas políticas, exerceram papel fundamental para este estágio que há muito tempo não se via. Em 2011, enfrentamos uma das maiores crises do setor. Superprodução e estoques altos levaram os preços lá pra baixo, chegando a R$ 17 por saca. A intervenção da presidente Dilma Rousseff, sensibilizada pelo governador Tarso Genro, debelou a crise.
Foram liberados R$ 1,2 bilhão para escoar a safra. A destinação de mais R$ 1,5 bilhão equacionou o problema histórico das dívidas, contraídas para cobrir as oscilações que ocorriam a cada safra. Num ano ia tudo bem. No outro, médio. E, no seguinte, nova crise. Agora, celebramos o terceiro ano de estabilidade, pois os preços variam de R$ 34 a R$ 40 a saca.
É o ponto de equilíbrio. Plantamos área suficiente para cobrir a demanda, interna e externa. Criamos, através do Irga, tecnologias para que os arrozeiros diversifiquem a produção. Hoje, já são pelo menos 300 mil hectares ocupados com soja e milho. A rotação gera renda adicional ao produtor, recupera os solos e evita a superprodução. Não brigamos mais com o mercado.
Como os parceiros de Mercosul não foram sensíveis à proposta de cotas, interviemos de outra forma. O Governo do Estado ampliou o incentivo fiscal, dobrando de 3,5 para 7% o crédito presumido para as indústrias locais que beneficiam pelo menos 90% do arroz gaúcho. Com isso, desestimulamos importações e asseguramos mercado para o nosso produto. Abrimos novos mercados ao nosso arroz com o projeto Brazilian Rice. Hoje, Cuba, país que visitamos juntamente com o Governador Tarso, é o maior importador do nosso produto.
Temos motivo para comemorar. O sorriso dos produtores, que não precisam mais fazer passeatas, realizar tratoraços e trancar rodovias, não é à toa. As razões, que esvaziam os discursos dos profetas do caos, que se alimentam das crises, são muitas. Comemoremos, então.
Luiz Fernando Mainardi
Secretário da Agricultura, Pecuária e Agronegócio