Atividade sobre Etanol de Cereais encerra ciclo de debates promovido pela Sema e Casa Civil na Expointer 2025
Diálogos Energia e Futuro reuniu especialistas e lideranças para traçar panorama e projetar futuro do setor energético
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O painel dedicado ao tema Etanol de Cereais encerrou, neste sábado (6/9) o ciclo de debates Diálogos Energia e Futuro promovido pela Secretaria do Meio Ambiente e Infraestrutura (Sema) e pela Casa Civil. A atividade foi uma das entregas da Sema dentro da programação da 48ª edição da Expointer. O evento, realizado desde segunda-feira (1/9) no auditório do Estande do Governo do Rio Grande do Sul, reuniu especialistas, empresários e lideranças do setor energético para discutir os rumos da economia verde no Estado.
A última conversa, mediada pelo diretor e vice-presidente da Federação da Agricultura do Rio Grande do Sul (Farsul), Domingos Antônio Velho Lopes, contou com a participação da titular da Sema, Marjorie Kauffmann, do gerente de biocombustíveis da 3Tentos, João Fernando Wiatrovski, e do CEO da CB Bioenergia, Tiago Gorski Lacerda. A discussão destacou o panorama atual e as perspectivas futuras para o etanol no estado, explicando detalhes sobre o combustível renovável produzido a partir da fermentação de matéria orgânica.
Uso de cereais reduz custos e fortalece a economia
Ao contrário do modelo tradicional que utiliza a cana-de-açúcar, o uso de cereais apresenta uma alternativa viável para ampliar a produção local, reduzindo custos e fortalecendo a economia regional. Durante o encontro, foram abordados temas técnicos importantes, como os diferentes tipos de etanol combustível e o impacto das políticas públicas no incentivo desta produção.
“A CB Bioenergia foi concebida por um agricultor que identificou necessidades reais e foi atrás da sustentabilidade. E o governo não apenas incentivou, ele praticou a em forma de políticas públicas. Começamos com um protótipo que virou uma usina que produz 100 toneladas de matéria prima por dia. O etanol no RS é uma realidade e essa mudança já começou. E temos certeza que este foi o governo que mais trabalhou a sustentabilidade no campo”, ressaltou Tiago.
Etanol é fundamental na transição para uma matriz energética mais limpa
João Fernando reforçou o papel do etanol como vetor fundamental na transição para uma matriz energética mais limpa e sustentável e, em especial, a conscientização da sociedade para consumir o combustível. “A indústria e o governo estão investindo na produção sustentável do etanol. O governo tem sido um grande parceiro nos incentivos, porém, falta o consumidor ter consciência para produzir e consumir esse combustível. A gente vai no posto abastecer gasolina, mas precisamos mudar essa cultura e usar etanol. Precisamos pensar juntos a descarbonização do nosso ambiente”.
Em sua fala, a secretária Marjorie Kauffmann afirmou que a construção de um plano coletivo avançará de forma consistente com diferentes incentivos, em especial, os econômicos, e é nisso que o Estado vem trabalhando. “O governo pode contribuir reduzindo custos e oferecendo benefícios que estimulem o uso de combustíveis limpos e práticas agrícolas sustentáveis. Já temos experiências positivas, como o programa de pagamento por serviços ambientais para produtores de arroz com selo sustentável, que reduzem insumos e otimizam o uso da água. Para avançarmos, é essencial comprovar os ganhos ambientais, como no caso da rotação de culturas que melhora a fertilidade e equilíbrio do solo. Mas, para que tudo funcione de fato, precisamos alinhar propósitos e oferecer incentivos econômicos que tornem viável a adoção dessas práticas”, finalizou a secretária.
Ao longo da semana, o ciclo abordou temas centrais da transição energética, como descarbonização, biometano, hidrogênio verde e, finalmente, etanol de cereais. O painel deste sábado focou no uso dos cereais como matéria-prima para produção de etanol, ampliando a matriz energética renovável do Rio Grande do Sul.
Edição: Ascom Expointer