Audiência pública busca soluções para a violência no trânsito
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Qual é o trânsito que você quer? Para responder a esta pergunta e tentar reduzir o número de acidentes e mortes nas estradas e ruas do estado, o Conselho Estadual de Trânsito do Rio Grande do Sul (Cetran RS) promove audiências públicas em cidades gaúchas. Nesta quinta-feira (24), foi a vez de Porto Alegre. Santo Ângelo e Caxias do Sul já tiveram e, até julho, Pelotas, Santa Maria e Passo Fundo também sediam o encontro. Com entrada gratuita, a proposta é reunir autoridades municipais e estaduais, entidades do setor, pesquisadores e a população para que, juntos, façam um diagnóstico dos principais problemas e apontem melhorias.
O governador José Ivo Sartori e o vice-governador José Paulo Cairoli participaram do encontro na capital, no auditório do Centro Administrativo Fernando Ferrari (Caff). Segundo o Departamento Estadual de Trânsito (Detran RS), foram 1.741 mortes no Estado em 2017, o que dá uma média de cinco por dia. Houve uma redução importante em relação a 2014, quando 2.023 pessoas perderam a vida. Mas, como destacou o governador, os números ainda são muito altos. Sartori disse que fez questão de estar presente na abertura da reunião por causa da importância do assunto.
“Acreditamos que o poder público deve fazer a sua parte. Mas a conscientização é fundamental. Precisamos ter em mente que todas as nossas ações e reações estão interligadas. No trânsito, no governo e na vida, a decisão de cada um interfere na vida do outro. Por isso, não podemos diminuir nossa responsabilidade como motoristas e pedestres. Não podemos aceitar que, nos dias de hoje, a única estratégia eficaz seja o ataque ao bolso dos maus motoristas. A reeducação de condutores e pedestres deve passar obrigatoriamente pela educação, boa convivência, respeito mútuo e valorização da vida. O futuro que queremos para as próximas gerações começa agora, com nossas atitudes e exemplos”, disse o governador.
Para o presidente do Cetran RS, Luiz Noé, a audiência pública promove uma discussão entre dois pilares fundamentais: a educação e a fiscalização. “A finalidade desse evento é como a gente constrói esse pacto com a sociedade. As pessoas não podem mudar o comportamento só porque a lei cobra. As pessoas têm que mudar o comportamento porque acham que aquilo é bom para elas e para a sociedade onde vivem”, afirmou.
O Brasil tem um Plano Nacional de Redução de Mortes e Lesões no Trânsito, que pretende tratar o tema como uma ação de Estado. A lei que criou o plano foi proposta pelo então deputado federal Beto Albuquerque, que também estava no evento. “Atualmente, estima-se que 140 pessoas morram por dia no país em acidentes de trânsito. Isso considerando apenas as mortes no local do acidente. É uma guerra, temos que enfrentar juntos. A lei é um grande passo. Mas só vai funcionar se o poder público e sociedade derem as mãos”, disse Albuquerque. A meta é reduzir pela metade, em 2028, o índice de mortes na comparação com 2018.
Além dos encontros presenciais, a população pode participar pela internet, no site Qual é o trânsito que você quer?, onde é possível participar de uma pesquisa, respondendo a cinco questões. Assim, o cidadão pode ajudar a traçar o diagnóstico do trânsito no estado. Em agosto, o Cetran RS vai encaminhar os resultados ao Conselho Nacional de Trânsito. A partir do levantamento, o órgão vai traçar as metas para o período de setembro deeste ano a setembro de 2019. O documento final deve ser divulgado durante a Semana Nacional de Trânsito, que ocorre entre 18 e 25 de setembro.
Audiência pública discute formas de tornar o trânsito mais seguro
Crédito: Governo do Rio Grande do Sul
Audiência pública discute formas de tornar o trânsito mais seguro
Texto: Vanessa Felippe
Edição: Léa Aragón/ Secom