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Aumenta a área da segunda safra de feijão no Rio Grande do Sul

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A primeira projeção da Emater/RS-Ascar para a lavoura da safrinha de feijão de 2008 é de uma área de 23.284 hectares, apresentando pequeno aumento (2,32%) em relação à passada. Conforme os dados divulgados no levantamento semanal sobre as culturas realizadas pela instituição, a produtividade média esperada é de 1.148 quilos por hectare (kg/ha), que, se confirmada, resultará em uma produção de 26.730 toneladas. A lavoura encontra-se com 90% da área semeada, apresentando bom desenvolvimento, mas com necessidade de precipitações para o próximo período. As fases da cultura são de 72% em desenvolvimento vegetativo, 12% em floração e 3% em enchimento de grãos. Segundo os técnicos, esta área destinada à segunda safra - que, em decorrência dos altos preços de mercado deveria ser muito superior à passada - não apresentou incremento, possivelmente em razão de inúmeras causas, como a definição antecipada dos produtores de plantar outra cultura, quando ainda o feijão ainda não tinha atingido os preços atuais. A diversificação da propriedade com a introdução de culturas permanentes, como as frutíferas (que estão com grande crescimento no Estado) e as previsões meteorológicas (que prevêem menores precipitações no decorrer do ciclo da cultura) poderão ocasionar rendimentos menores ao produtor. Embalado pelos altos preços nos negócios, em razão da grande demanda da leguminosa no Estado, a colheita da primeira safra do feijão segue com bom ritmo. Restam somente 8% da área de cerca de 80 mil hectares para serem colhidos nesses próximos dias. O mercado continua aquecido, apresentando grande procura e com os preços mantendo-se em alta. Novamente, na semana, o preço médio da saca de 60 quilos do feijão preto recebido pelos agricultores obteve aumento, mantendo a tendência dos últimos períodos. O valor alcançou R$ 112,78, subindo 3,71% na semana e apresentando diferença maior, de R$ 74,11, em relação ao mesmo período do ano anterior - uma valorização de 191,64%. Falta de chuva De maneira geral, o atual padrão de lavoura da soja é bom, mas com sinalização de necessidade de precipitações nos próximos dias, pois as atuais fases da cultura são de 94% em floração e enchimento de grãos, que definem o potencial produtivo da lavoura. “Se as precipitações não retornarem nesse período, parte da área poderá ficar comprometida, com aparência de murchamento nas plantas. E as previsões para os próximos dias não são muito otimistas o que está preocupando os produtores gaúchos”, avaliou o diretor-técnico da Emater/RS, Paulo Silva. Até aqui, mesmo com chuvas irregulares e abaixo da média histórica, elas ocorreram com boa periodicidade, mantendo o bom desenvolvimento da lavoura. Em áreas onde as condições de clima foram melhores, o seu desenvolvimento é muito bom. Já em outras, especialmente as cultivadas com restrição de solo devido à capacidade de uso, estão com deficiência hídrica e com maiores problemas. Em geral, a sanidade da lavoura é considerada boa, com os produtores realizando aplicação preventiva de fungicidas contra a ferrugem asiática e alguns tratamentos com inseticidas contra ácaros e a lagartas (“falsa-medideira”), como na região do Alto Jacuí. A evolução da lavoura de arroz é considerada muito boa, pois os mananciais de água destinados à cultura estão dentro do previsto e a insolação tem beneficiado o seu desenvolvimento. Nesse momento, as fases da lavoura no RS encontram-se com 16% em desenvolvimento vegetativo, 29% em floração, 37% em enchimento de grãos, 15% já maduros e prontos para serem colhidos, e 3% colhidos. A pouca precipitação da semana e a alta insolação estão trazendo preocupação aos produtores que semearam mais tarde a safra de milho. Ainda restam 35% da área em fase crítica, necessitando de água no solo para o bom desempenho e a formação de grãos. A deficiência hídrica que se instala nas regiões de produção, se não for amenizada com precipitações em um curto prazo, poderá acarretar redução da produtividade de maneira mais abrangente nessa parcela restante, como já ocorre em áreas pontuais de bolsões de estiagem, inclusive com produtores solicitando Proagro. As áreas plantadas de janeiro até meados de fevereiro, principalmente nas regiões da Fronteira Noroeste e Missões, estão com os problemas mais sérios, com desenvolvimento muito lento em decorrência da baixa disponibilidade de água no solo, impedindo, inclusive, a adubação em cobertura. Fruticultura Na Serra, foi concluída a colheita de uma das maiores e melhores safras de ameixa da história da região. Muitos pomares ultrapassaram 35 toneladas por hectare (t/ha.) de produtividade. Em decorrência da colheita abundante e da concorrência de outras frutas, 25% da produção encontram-se estocados e aguardando melhores negócios. A variedade Letícia está sendo comercializada na propriedade a R$ 1,00 o quilo, em média. No Litoral Norte, a cultura da banana está em pleno desenvolvimento, com os produtores fazendo o controle da sigatoka amarela e também de focos de ácaros, que apareceram, principalmente, na variedade chamada vulgarmente de “nanicão”. Nas regiões da Serra e Campos de Cima da Serra, a colheita da maçã gala vem se desenvolvendo muito bem. Em razão das precipitações excessivas ocorridas nas regiões na época do florescimento, esta variedade está com quebra de 10% no rendimento, mas apresentando frutos de ótima qualidade. A cultivar fugi encontra-se na fase de enchimento, com excelente coloração e com perspectivas de produtividade acima da média, podendo compensar as perdas da cultivar gala. As precipitações abaixo das médias no RS, nestes últimos períodos, além da ótima insolação, vêm favorecendo as concentrações de açúcares, ácidos e antocioninas, e materiais corantes na baga, bem como reduzindo a incidência de podridões, propiciando uma boa sanidade das uvas. Nesta semana, iniciou-se a colheita das variedades viníferas mais cultivadas na região, a merlot e a cabernet sauvignon, assim como a da variedade mais cultivada no Estado, que é a isabella. Criações A interrupção das chuvas no período decorrido não beneficia a atividade, já que compromete o desenvolvimento do campo nativo e das pastagens cultivadas. No acumulado do mês, até o momento, os volumes estão abaixo da média histórica para as principais regiões pecuárias do Estado. Contudo, apesar da condição desfavorável, até o momento é satisfatória a condição corporal e sanitária do rebanho bovino do Estado. Na região da Campanha, o clima está favorecendo a proliferação da mosca-do-chifre, fato que tem exigido maior atenção e a necessidade de controle do parasita por parte do produtor. A antecipação das festividades da Semana Santa está movimentando o setor pesqueiro do Estado. Em muitas localidades, seguem os preparativos para as tradicionais feiras de peixe. No comércio de pescado das regiões produtoras dos vales do Caí e Taquari, a carpa-capim está sendo comercializada a R$ 3,50/kg vivo, a carpa-cabeça-grande, prateada e húngara, a R$ 2,50/kg vivo, e a traíra, o judiá e o pacu são vendidos R$ 5,00/kg vivo. Paralelamente, segue bastante movimentado o mercado de reposição. Os alevinos na região são comercializados por unidade, com o preço variando conforme a espécie e a dimensão. A carpa de até 4 centímetros (cm) vale R$ 0,14, e a de 8 a 10 cm, R$ 0,20. Já a tilápia e o judiá estão cotados a R$ 0,30, e o trairão é comercializado a R$ 0,60. O documento Informativo Conjuntural, elaborado pela Gerência de Planejamento da Emater/RS-Ascar pode ser visto na íntegra no site da instituição: www.emater.tche.br, no link Informativo.
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