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Brack abre seminário de lançamento do Fundo de Investimento em Bioenergia

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O secretário de Energia, Minas e Comunicações, José Carlos Elmer Brack, abriu hoje (18) no Hotel Sheraton, em Porto Alegre, o Seminário Internacional de Lançamento do Fundo de Investimentos em Bioenergia. No seu discurso, salientou a importância do evento para o desenvolvimento de energias alternativas e o apoio que o Estado vem prestando para iniciativas nesta área. Ele destacou também a atuação da empresa PTZ Bioenergy e as holandesas BTG Biomass Technology Group e BioHeat International no Rio Grande do Sul, através de contratos para a concessão de créditos de carbono. O seminário durou toda a tarde e apresentou a consolidação do plano do Fundo de Investimentos em Bionergia, desenvolvido entre as empresas do Brasil e Holanda, através de um modelo inovador para promover o desenvolvimento do uso da bioenergia em empresas privadas, com sistema de parceria que garante o alto retorno para ambas as partes. O Fundo propõe o uso de tecnologias consolidadas e tradicionais, as quais geram modelos de negócios sem riscos tecnológicos e com alta taxa de retorno para as empresas que detêm biomassa. Todos os projetos aprovados pelo Fundo terão garantia de negócios dos créditos de carbono pelo maior preço atualmente pago no mercado brasileiro. Durante o evento, foi efetuado o pagamento real dos créditos de carbono referente à operação UTE Itaqui, da Camil Alimentos, de 4.2 MW de potência instalada. Trata-se do primeiro pagamento em dinheiro no segmento agroindustrial brasileiro. A termelétrica, que opera a partir da queima de cascas de arroz, é um projeto da PTZ, com estudo de carbono e trading efetuados pela PTZ Bioenergy e BioHeat International. O Seminário Internacional de Lançamento do Fundo de Investimentos em Bioenergia contou com o apoio da Secretaria Estadual de Energia, Minas e Comunicações e do Netherlands Business Support Office. Interesse de investidores Conforme a coordenadora de Energias Renováveis da Secretaria de Energia, Minas e Comunicações, Jussara Mattuela, o Brasil é, atualmente, o segundo país no ranking de projetos com direito a receber o benefício dos créditos de carbono - projetos que são validados pelo Conselho Executivo na Organização das Nações Unidas (ONU), que trata do Protocolo de Kyoto. Ela informa que existem atualmente 71 empreendimentos indianos e 48 brasileiros na lista de espera pela validação. A imprensa holandesa chama o Brasil de Meca dos créditos de carbono e o Rio Grande do Sul é considerado a principal porta de entrada para este mercados, informa o diretor da PTZ Bioenergy, Ricardo Pretz. O Estado apresenta boas condições para o aproveitamento de créditos de carbono através da implantação de termelétricas alimentadas com resíduos de madeira e com casca de arroz. O secretário de Energia afirma que o governo tem interesse em desenvolver a geração de energia proveniente de fontes alternativas. A idéia é que o Estado faça a ligação entre o investidor privado e as oportunidades criadas pelos créditos de carbono, afirma, citando que projetos nesta área implicam em ganhos sociais. Um exemplo, segundo ele, é a iniciativa de produzir biogás a partir do metano, obtido por meio do tratamento dos dejetos provenientes da criação de suínos. O município de São Pedro do Butiá, na região de Cergo Largo, será o pioneiro do projeto de biogás, com um projeto envolvendo 70 produtores rurais e 105 mil suínos. O financiamento que viabilizará o empreendimento será proveniente da empresa Hamburgo Investimentos. Como funcionam os créditos de carbono - O Protocolo de Kioto (Japão), de 1997, determina que quem polui o meio ambiente deve assumir financeiramente as conseqüências disso. Assim, quem mais poluiu desde a Revolução Industrial (os países que hoje são chamados de desenvolvidos) deverá pagar pelos prejuízos causados ao ambiente, ou compensar essa falta investindo, por exemplo, na recuperação e manutenção de áreas verdes, cuja maior parte ainda está nos países pobres e em desenvolvimento, ou na geração das chamadas energias limpas. Desta compensação é que surgem os créditos de carbono. - Para amenizar o pagamento desta alta dívida com o meio ambiente, o Protocolo de Kioto disseminou o Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL) e das Certificado de Emissão Reduzida (CERs). O objetivo do MDL é a busca de alternativas de tecnologias limpas (não-poluidoras) para, por exemplo, a geração de energia, reduzindo as emissões de CO2 na atmosfera. Há também os projetos voltados para a área florestal, que devem ajudar a diminuir o CO2 presente na atmosfera pela absorção feita pela vegetação através da fotossíntese. É o que se chama de “seqüestro do carbono”. - Para entender o que significam o MDL e as CERs é preciso ter clara a divisão existente entre os países, e que ficou estabelecida no Protocolo de Kioto. Eles estão separados em dois grupos: os que precisam reduzir suas emissões de poluentes e aqueles que não estão obrigados a tais reduções. O Brasil, assim como outros países em desenvolvimento que não precisam diminuir suas emissões de dióxido de carbono, pode vender essa redução através dos créditos de carbono conseguidos com as CERs. - A Holanda é um dos 39 países que estão obrigados pelo Protocolo de Kioto a reduzir, de 2008 a 2012, emissões de dióxido de carbono (CO2) o mais nocivo de todos os gases de efeito estufa, e outras substâncias nocivas a um índice 5,2% menor do que o índice global registrado em 1990. Para tanto, a Holanda prevê o investimento de 400 milhões de euros em créditos de carbono. O que são créditos de carbono - O Protocolo de Kyoto, que entrou em vigor este ano, impõe a redução das emissões de seis gases causadores de efeito estufa, responsáveis pelo aquecimento do planeta: CO2 (dióxido de carbono ou gás carbônico), CH4 (metano), protóxido de nitrogênio (N20) e três gases flúor (HFC, PFC e SF6). Ele também impõe um sistema de créditos de carbono pelo qual os países podem compensar suas emissões de gases poluentes, causadores do efeito estufa, pagando a outros países em desenvolvimento que têm projetos de energia renovável e áreas de manejo ambiental. - O tratado também cria o Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL), um sistema de créditos de carbono pelo qual os países podem compensar suas emissões de gases pagando a outros países em desenvolvimento que têm projetos de energia renovável e áreas de manejo ambiental. Pronunciamento do secretário no evento Estamos aqui abrindo um evento que dará o tom dos debates, discussões e saídas para o setor energético do futuro, a Bioenergia. O Rio Grande do Sul tem sido pioneiro em projetos, estudos e pesquisas importantes nesta área, graças ao empenho e o esforço de seus técnicos e pesquisadores. O governo aposta nestas possibilidades e acredita que poderá viabilizar inúmeras alternativas energéticas ao lado da energia obtida pelos meios tradicionais, como as hidrelétricas e as termoelétricas. Devemos ressaltar aqui a grande interação existente entre governo e a iniciativa privada para o desenvolvimento dos projetos de energia, que nos levarão até 2010 à auto-suficiência neste campo. Este seminário, uma iniciativa entre a PTZ Bioenergy e as empresas holandesas BTG Biomass Technology Group e BioHeat International, representa um marco objetivo de crescimento do setor energético porque aqui estará sendo lançado o Fundo de Investimentos em Bioenergia com um capital inicial de 50 milhões de euros para investimentos em projetos deste setor. O nosso governador Germano Rigotto me incumbiu de aqui dizer e ressaltar que o Estado continuará dando o seu permanente e irrestrito apoio a todas idéias, projetos e iniciativas nas áreas de estudos e pesquisas de novos programas de energias alternativas, que vão proporcionar desenvolvimento ao povo gaúcho e gerar emprego e renda para a população, além de uma qualificação maior da qualidade da nossa energia. Estamos em busca de novas fontes de energia que proporcionem a vinda de indústrias, investimentos e criem empregos. O Estado dá o seu aval, o seu apoio total nesta direção, mas ressaltamos que o MEIO AMBIENTE é também nossa grande preocupação. Nós estamos procurando caminhar para um mundo melhor como está estabelecido o Protocolo de Kyoto, depois de tanta degradação e destruição. Temos convicção plena que a consolidação do plano do Fundo de Investimentos em Bionergia, desenvolvido entre as empresas do Brasil e da Holanda, através de um modelo inovador para promover o desenvolvimento do uso da bioenergia em empresas privadas, garante um retorno extraordinário para todas as partes, mas principalmente para a população. O uso de tecnologias consolidadas e tradicionais que geram modelos de negócios sem riscos e com alta taxa de retorno para as empresas que detêm biomassa, vão trazer, sem dúvidas, benefícios econômicos para todos. Todos os projetos aprovados pelo Fundo terão garantia de negócios dos créditos de carbono pelo maior preço atualmente pago no mercado brasileiro. Este detalhe é um alavancador importante para que novas empresas passem a investir em projetos de bioenergia. O Estado aqui está para dar estímulo e garantia aos senhores de que estará sempre presente em iniciativas importantes neste setor. Com parcerias importantes com a iniciativa privada construiremos um futuro com mais desenvolvimento, com um ambiente mais limpo e com uma população com melhor qualidade de vida. Um bom seminário a todos.
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