Câmara do leite examina denúncias de fraude e concorrência desleal
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A Câmara Setorial do Leite avaliou, nesta terça-feira (11), na Secretaria da Agricultura e Abastecimento (SAA), denúncias apresentadas pela própria cadeia produtiva referentes à adição de soro no produto. Práticas de concorrência desleal, como diminuição excessiva de preço pago aos produtores também foram criticadas pelo segmento. O secretário da Agricultura, Odacir Klein, informou que, depois de receber reivindicações da Federação dos Trabalhadores na Agricultura (Fetag) e de indústrias de laticínios, determinou ao Departamento de Produção Animal (DPA) a intensificação da vigilância sanitária. Em relação a denúncias específicas de fraude e de formação de cartel já tomei medidas, acionando a fiscalização e peço para ser comunicado sobre qualquer caso de suspeição de fraude, afirmou Klein. O secretário executivo do Sindicato das Indústrias de Laticínios (Sindilat), Jones Raguzoni, considerou que a ocorrência de casos de adulteração de leite e de competição desequilibrada diminuem a capacidade da cadeia produtiva de obter bom preço do produto na venda para outros mercados como São Paulo, devido a uma hipotética perda de credibilidade. Conforme representante do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), José Francisco Hoff, a descoberta de fraudes pode ocorrer não apenas em indústrias, mas ainda em postos de resfriamento e em propriedades rurais. No encontro, também foi debatido o lançamento, na segunda quinzena de dezembro, de campanha institucional para promover o consumo de leite, principalmente entre crianças e pré-adolescentes. A intenção da câmara setorial é divulgar, em rádio e televisão, o produto como fonte de energia. Representantes do Mapa, Sindilat, Fetag e Federação da Agricultura (Farsul) sugeriram que a publicidade seja igualmente dirigida para escolas, associações médicas e faculdades de nutrição. O representante do Conselho de Secretários Municipais da Agricultura (Consema) no Vale do Taquari, Hildário Eidelwein, apresentou à câmara estudo sobre o perfil do produtor de leite naquela região, onde se produz 200 milhões de litros/ano. Realizado em parceria com a Universidade do Vale do Taquari (Univates), o trabalho aponta índices sociais, culturais e econômicos de aproximadamente 32 mil pessoas que atuam na cadeia leiteira, em 12,8 mil propriedades em 37 dos 39 municípios do Vale.