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Case de Passo Fundo educa e ressocializa

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A Fundação de Atendimento Sócio-Educativo (Fase) conta com 16 Centros de Atendimento Sócio-Educativo (Case) no Estado do Rio Grande do Sul, onde são atendidos 1070 adolescentes infratores. Consideradas modelo de gestão na área sócio-educativa, cada uma das unidades de atendimento têm à disposição dos internos uma equipe multidisciplinar composta por médico, dentista, auxiliar de enfermagem, advogado, técnico em recreação, técnico em educação, assistente social, psicólogo e atendimento psiquiátrico. Ao ingressar no sistema, o adolescente é avaliado por esta equipe que monta o Plano Individual de Atendimento (PIA), que consiste nas orientações e acompanhamentos que o adolescente irá receber da equipe multidisciplinar. Todas as 16 unidades da Fase possuem escolas de Ensino Fundamental que atendem mais de mil jovens infratores. Aproximadamente 10% freqüentam aulas de Ensino Médio. Os que cumprem medida de Internação Com Possibilidade de Atividade Externa (ICPAE) assistem as aulas em escolas da comunidade (devidamente custodiados). Já os que cumprem medida de Internação Sem Possibilidade de Atividade Externa (ISPAE), estudam através de apostilas. Em Passo Fundo, no Centro de Atendimento Sócio- Educativo Juarez Paulo Zílio, 92 adolescentes estão detidos no local. Destes, 49 estão em ISPAE, 26 em ICPAE e 16 em IP. O Case tem três anos de atividade e abrange um zoneamento geográfico bastante extenso - de 140 municípios e mais de 30 comarcas da Infância e Juventude -, sendo a maior regional do Estado. Segundo o diretor do Centro no município, Adair Rosso, o Case pode ser considerado referência na América Latina, pois cumpre o que estabelece o Estatuto da Criança e do Adolescente. Através da Escola Estadual Paulo Freire, 68 alunos cursam o Ensino Fundamental, e o Ensino Médio é lecionado em escolas próximas à unidade. Também é realizada a inscrição dos adolescentes para as provas de exames supletivos de Ensino Médio. Além dos Ensinos Médio e Fundamental, o Centro oferece aos adolescentes diversos projetos pedagógicos e oficinas. Um dos projetos é o Conquistando a liberdade através do jogo de xadrez, que pretende desenvolver o raciocínio lógico, concentração, assimilação das regras, socialização e disciplina. O Plantando Cidadania insere os internos em atividades de incentivo ao convívio em grupo e à elevação da auto-estima. São desenvolvidas práticas de plantio de hortaliças, ervas medicinais, jardinagem e corte de grama, limpeza e organização dos pátios internos e externos. Entre as oficinas propostas pelo Centro, está a de artesanato em azulejos (mosaico) e a de informática, que contou com a doação de oito microcomputadores da Universidade de Passo Fundo (UPF), possibilitando o conhecimento e a prática da informática aos internos. O projeto de inclusão digital complementa a atividade, oferecendo aos adolescentes o acesso a Internet no laboratório central da Faculdade de Ciências da Computação da UPF. Já o curso de Cidadania, Cultura e Saúde contribui para a formação do adolescente, tratando de forma interdisciplinar as diversas áreas importantes para a sua educação. São trabalhadas questões referentes à auto-estima, saúde, desenvolvimento da espiritualidade, higiene, direitos humanos, sexualidade, orientação profissional, cidadania, meio-ambiente e ingresso no mercado de trabalho. O Case tem ainda, um grupo de apoio aos adolescentes privados de liberdade, que participam do grupo de narcóticos anônimos na comunidade, com familiares e atendimento psicológico. O programa é complementado pela prática de esportes, dando oportunidade aos internos de participar de campeonatos e combater o sedentarismo. Rosso informa que o Centro recebe notícias de adolescentes que saíram da unidade. Eles enviam cartas ou telefonam, em decorrência do vínculo criado durante o período de internação. Alguns estão trabalhando em setores diversos da comunidade, conseguindo a ressocialização, que é o nosso principal objetivo, disse. O diretor acrescenta que em três anos nunca tivemos nenhum motim, nenhuma rebelião ou fato grave. Espero que isto sirva de exemplo para toda a sociedade. Os serviços prestados pelos profissionais da Fase mantém o foco na educação, profissionalização e socialização dos adolescentes que cumprem internação.
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