Com seis regiões em vermelho, veja como fica o mapa na 8ª semana do Distanciamento Controlado
Caxias do Sul, Erechim e Palmeira das Missões serão mantidas em bandeira laranja depois de pedido de reconsideração
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Após análise dos 67 recursos apresentados por municípios e associações que foram preliminarmente classificadas com bandeira vermelha, o Gabinete de Crise decidiu manter em laranja as regiões de Caxias do Sul, Erechim e Palmeiras das Missões na oitava rodada do Distanciamento Controlado.
Com isso, o mapa definitivo, divulgado nesta segunda-feira (29/6) pelo governador Eduardo Leite, ficou com seis regiões classificadas em vermelho (risco epidemiológico alto) – Porto Alegre, Canoas, Novo Hamburgo, Capão da Canoa, Passo Fundo e Santo Ângelo –, duas com amarelo (risco baixo) – Taquara e Bagé – e as 12 restantes com laranja (risco médio).
"Estamos falando de algo muito grave, que é fechar estabelecimentos, suspender serviços e, eventualmente, provocar dificuldades na vida das pessoas em termos de renda e emprego. Por isso, não pode ser uma fórmula matemática aplicada indiscriminadamente. Tem de haver uma análise de contexto e, em última instância, uma visão que acaba sendo subjetiva, mas ao máximo respaldada pelos dados, pela ciência, pela informação, como estamos fazendo aqui no RS. Adotando restrições que nos ajudam a controlar o contágio de coronavírus em lugares onde se impõe verdadeiramente o risco”, explicou o governador durante transmissão ao vivo.
O mapa e os protocolos de referência para cada bandeira e setor podem ser consultados em https://distanciamentocontrolado.rs.gov.br. A vigência começa à 0h desta terça-feira (30/6) e se encerra às 23h59 da próxima segunda-feira (6/7).
Leite lembrou ainda que as regiões de Porto Alegre, Canoas, Novo Hamburgo e Capão da Canoa não poderão ter redução na bandeira na próxima semana por terem sido classificadas pela segunda vez em vermelho no período de 21 dias – todas elas estiveram com risco alto na sétima rodada do Distanciamento Controlado.
“Continuamos observando piora em indicadores nessas regiões, por isso, é ainda mais importante que as pessoas respeitem os protocolos para poderem retornar à bandeira laranja, caso contrário, essas restrições vão se tornar mais duradouras”, alertou o governador.
Dos 167 municípios que compõem as seis regiões com bandeira vermelha, 91 cidades não tiveram registro de hospitalização e óbito por Covid-19 de morador nos últimos 14 dias. Com isso, podem adotar protocolos previstos na bandeira laranja. Basta que mantenham atualizados os registros nos sistemas oficiais e adotem, através de decreto, regulamento próprio, com protocolos para as atividades previstas na bandeira laranja.
“Temos quase metade da população vivendo sob bandeira vermelha, o que significa que, sim, que é preciso ter uma série de cuidados e mais restrições para que haja de fato o controle dessa subida de curva. Vamos conviver com restrições por muito tempo, já estamos vendo isso no mundo, em países como China, Austrália, Alemanha e EUA, onde estão voltando a restringir, porque há uma segunda onda da pandemia. Por isso, é muito importante que a gente entenda que a convivência será longa e que precisamos tomar cuidados necessários”, ressaltou a coordenadora do Comitê de Dados, Leany Lemos.
PEDIDOS DE RECONSIDERAÇÃO
Enviados por meio de formulário on-line, o Estado acatou parte dos pedidos de reconsideração apresentados por municípios e associação de locais classificados em vermelho.
Pedidos deferidos
Três regiões – Caxias do Sul, Erechim e Palmeira das Missões – haviam ficado com a média final no limite da classificação entre laranja e vermelho e foram classificadas em vermelho pelo critério de arredondamento. O Gabinete de Crise observou que as regiões tiveram dados estáveis e algumas melhoras na última semana, por isso, optou por reconsiderar a classificação, mantendo-as em bandeira laranja.
Três cidades que também enviarem recursos foram atendidas e passam a ingressar na regra de zero hospitalização ou morte: Ibiaçá (paciente já hospitalizado, transferido para outro hospital, corrigindo dupla contagem), Espumoso (hospitalização registrada referente a período anterior, em abril, e lançamento tardio do dado, pois aguardava confirmação da testagem), e Guarani das Missões (paciente veio a óbito há exatos 14 dias e nenhuma hospitalização).
Outras 19 cidades que apresentaram pedidos nesse sentido já estão automaticamente contempladas a partir do ajuste no modelo adotado pelo governo desde a última atualização.
Pedidos indeferidos
As regiões de Santo Ângelo, Passo Fundo e Canoas apresentaram recursos, mas não foram atendidos, pois os dados regionais requerem atenção, como aumento nas hospitalizações, óbitos e casos ativos. Por causa desses indicadores, muitos em vermelho ou preto, o Gabinete de Crise optou por deixar a bandeira com a cor vermelha.
Sem pedidos
As associações que representam as regiões de Porto Alegre, Novo Hamburgo e Capão da Canoa não apresentaram pedido de reconsideração, apenas alguns municípios de maneira individual de cada área.
Clique aqui e acesse o levantamento completo após a análise de recursos da oitava rodada do Distanciamento Controlado.
MUDANÇAS EM PROTOCOLOS
Além do mapa da oitava rodada, o governador anunciou mudanças pontuais em alguns protocolos de três setores – comércio, educação e serviços:
COMÉRCIO
• Comércio varejista não essencial (de rua, centro comercial e shopping): fica permitido o comércio eletrônico e a tele-entrega na bandeira vermelha
• Comércio de combustíveis: maior teto de operação nas bandeiras vermelha (75% dos trabalhadores) e preta (50%)
EDUCAÇÃO
• Ensino superior, pós-graduação e ensino médio concomitante: fica permitida a realização de estágio final obrigatório para estudantes da área da saúde (assistentes sociais; biólogos; biomédicos; profissionais de educação física; enfermeiros; farmacêuticos; fisioterapeutas; fonoaudiólogos; médicos; médicos-veterinários; nutricionistas; odontólogos; psicólogos; e terapeutas ocupacionais) nas bandeiras vermelha e preta, respeitando o teto de 50% dos alunos e 50% dos trabalhadores.
SERVIÇOS
• Academias e clubes: foi feita uma mudança de redação no modo de atendimento, em vez de atendimento individualizado/coabitante “por ambiente”. Assim, passa a permitir o atendimento individualizado/coabitante em espaços de “mínimo de 16 m² por pessoa”.
- Bandeiras amarela e laranja: atendimento individualizado ou coabitantes, resguardando mínimo de 16 m² por pessoa.
- Vermelha: atendimento individualizado, resguardando mínimo de 16m2 por pessoa; já não pode coabitante
- Preta: fechado
Texto: Vanessa Kannenberg
Edição: Marcelo Flach/Secom