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Comando Rodoviário da BM divulga perfil dos óbitos em acidentes em 2005

Publicação:

No ano de 2005 foram registrados, nas rodovias estaduais sob responsabilidade operacional do Comando Rodoviário da Brigada Militar, em termos gerais (considera todos os tipos) 10.007 acidentes de trânsito, que resultaram na morte de 422 pessoas (redução de 9,8% em relação a 2004, já que no período havia registro de 468 óbitos). Da análise dos documentos operacionais resultaram variáveis relevantes associadas aos óbitos e m acidentes de trânsito, variáveis essas válidas para a malha rodoviária estadual, como se apresentam abaixo: QUANTO AO TIPO DE ACIDENTE - Considerando as principais incidências das mortes nas rodovias estaduais, verifica-se que 34,6 % dos óbitos (146) ocorreram em decorrência de acidente do tipo Colisão (impacto de dois veículos em movimento de frente ou de traseira); no tipo Atropelamento de Pessoa (acidente em que um veículo atinge uma pessoa, na condição de pedestre, aí se enquadrando o ciclista enquanto conduzindo a pé o seu veículo) foram registrados 88 óbitos (20,9% do total); no tipo Abalroamento (acidente que ocorre quando um veículo em movimento é colhido lateral ou transversalmente por outro veículo, também em movimento), foram verificados 18,0% dos óbitos (76); o Cho que (impacto de um veículo contra qualquer obstáculo - poste, árvore, etc. - ou em outro veículo estacionado), causou a morte de 73 pessoas (17,3% do total); em acidente do tipo Capotamento (acidente em que o veículo, mesmo que momentaneamente, fica com as rodas para cima), foram verificadas 30 mortes, representando 7,1% dos óbitos totais; os demais tipos de acidentes e àqueles onde não foi possível apuração, somaram 5 óbitos. Em outros 4 casos não foi possível apurar o tipo, mesmo após o levantamento topográfico. Na análise chama a atenção que naqueles acidentes que envolveram apenas um veículo (capotamento, tombamento, atropelamento e choque), onde a imperícia ou a imprudência, na maioria das vezes, est á presente, houve a incidência de 46,2% das mortes (195 óbitos). A colisão é a causa de maior número de mortes (apesar de que na acidentalidade a maior incidência é o Abalroamento) pelo fato da violência do impacto e por ocorrer, na grande maioria dos casos, na forma de colisão frontal, afetando com maior gravidade os habitáculos do condutor e dos passageiros, sendo que na colisão estão presentes as causas de desrespeito à sinalização (ultrapassagens), imprudência (curvas abertas) e imperícia (não conseguir retomar a trajetória ou perda do controle do veículo). Os atropelamentos aparecem como a segunda causa de mortes pelo fato que as rodovias, na sua maioria, passaram a aglutinar nos seus entornos conglomerados habitacionais, comércio e indústria. Nesses locais, os pedestres, pelo fato de se sentirem como no perímetro urbano, não adotam as condutas necessárias de segurança para travessia e condução na via. QUANTO AO SEXO DOS MORTOS - Pelos dados, 81,3% das mortes (343) foram de pessoas do sexo masculino, enquanto o sexo feminino representou uma mortalidade de 18,7% (79 óbitos). Analisando em conjunto com o perfil dos condutores envolvidos em acidentes em 2005 (88,9% dos condutores envolvidos eram do sexo masculino - 14.446 e 8,4% do sexo feminino - 1.370), verifica-se que não existe proporcionalidade entre condutores/mortos, com relação ao sexo, se podendo inferir que as mulheres, em número considerável, morrem em acidente de trânsito na rodovia estadual na condição passageiro ou pedestre, ressaltando-se, ainda, em comparação a 2004, que houve mínimo crescimento nos óbitos das mulheres (representavam 18,1% em 2004), não chegando a configurar tendência. QUANTO A FAIXA ETÁRIA DAS PESSOAS MORTAS - No tocante à faixa etária das pessoas mortas em acidentes de trânsito, apurou-se que as principais faixas etárias de óbitos são: 28,7% dos mortos (121) estão na faixa dos 26 aos 40 anos de idade, reproduzindo a tendência da idade dos condutores envolvidos em acidentes; na faixa de idade entre 41 aos 60 anos, a incidência de mortes foi de 115 pessoas (27,3% do total); as mortes de pessoas na faixa etária entre 19 e 25 anos de idade representam 21,1% do total (89 óbitos); e as pessoas com mais de 60 anos de idade incidiram em 50 mortes, o que representa 11,8 % dos registros totais. Esta análise é relevante, pois mostra que 165 das mortes envolveram pessoas com mais de 41 anos de idade, com destaque para os óbitos em pessoas com mais de 60 anos de idade, que é decorrência da evolução da qualidade de vida, onde as pessoas ditas de terceira ou melhor idade possuem vida social intensa, com freqüentes deslocamentos com uso do veículo. Nos intervalos menos freqüentes (entre zero e 12 anos e entre 13 e 18 anos), existem 47 incidências. QUANTO À SITUAÇÃO DO MORTO EM RELAÇÃO AO VEÍCULO - Analisando a situação das pessoas mortas em relação ao veículo envolvido no acidente, se constata que 56,2% das pessoas mortas (237) eram condutores; 96 pessoas morreram na condição de passageiro de veículo (22,7% do total); e 8 9 pessoas (21,1%) encontraram a fatalidade na condição de pedestre. Comparando com igual período de 2004, se verifica crescimento no número de óbitos de condutores (representavam 45,2% em 2004), e diminuição acentuada naquelas pessoas mortas na condição de passageiro (representavam 35,2% em 2004), com crescimento na participação dos óbitos relacionados a pedestres, que representavam 19,4% em 2004. QUANTO AO HORÁRIO DA MORTE EM ACIDENTE - A análise dos horários em que se verificam as mortes em acidentes de trânsito em rodovias estaduais é importante, uma vez que nem todas as rodovias possuem o mesmo volume de tráfego diário e nem as mesmas características (corredor de exportação, ligação a áreas turísticas, etc.). Assim, pelos dados coletados, verif icam-se as principais faixas de incidência: 23,9% das mortes (101 pessoas) ocorreram no horário entre 18h e 21h; 64 óbitos (15,2%) foram registrados no horário entre as 21h e 24h; 13,7% das mortes (58 pessoas) ocorreram no horário entre 15h e 18h; 8,8% das mortes (37 pessoas) ocorreram no horário entre 12h e 15h. Analisando os dados coletados, se verifica que quase a metade (165 = 39,1%) das mortes ocorreu no horário entre 18h e 24h e, caso sejam somados os óbitos no horário entre 12h e 18h (95 = 22,5%), se pode concluir que mais de 61% das mortes são verificadas na tarde e na noite, no período que medeia às 12h e às 24h. Ao contrário do que se tem como mito de que a maioria das mortes ocorre de madrugada, no horário entre 24h e 6h, foram registradas 103 mortes (24,4% do total). N o intervalo das 6h às 12h, existem registros de 59 mortes. QUANTO AO DIA DA SEMANA DA MORTE EM ACIDENTE - Com relação aos dias em que foram registradas as mortes em acidentes de trânsito em rodovia estadual, constatou-se que 23,0% das mortes (97 óbitos) ocorreram em sábados; nos domingos foram registradas 96 mortes (22,7%); a sexta-feira aparece como o terceiro dia de maior incidência, com 66 óbitos (15,6%). A quarta-feira, que aparece como o quarto dia de maior incidência (47 óbitos – 11,1%); após, surge a segunda-feira, com 42 mortes (10,0%) e está demonstrando tendência de crescimento, o que se explica pelos retornos de viagens de lazer, pela retomada das rotinas das cidades e pela falta de adaptação dos condutores ao fluxo rodoviário, apó s o final de semana, normalmente, sem contato com o veículo. A terça-feira é do de menor incidência de mortes (35). A maior incidência das mortes em finais de semana reproduz os registros gerais de acidentes, ou seja, os dias com maiores quantidades de acidentes têm uma relação direta com o número de mortes. A quinta-feira apresentou 39 mortes. Com base nestes indicadores de 2005, se pode, para fins de ensaio estatístico, inferir o perfil preponderante da pessoa vítima fatal em acidente de trânsito na rodovia estadual, como sendo - pessoa do sexo masculino; - par ticipante de acidente do tipo colisão; - envolvido em acidente fatal ocorrido num final de semana; - acidente ocorrido em horário que medeia às 18h e 21h; - vítima que se encontrava na condição de condutor do veículo acidentado; - que possuía idade entre 26 e 40 anos de idade.
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